Capítulo 25

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–Eu acredito em você, Izzy, vamos lá. – Luke puxa meu braço.

Está tentando me fazer levantar há uns dez minutos. E é a última coisa que eu quero.

–Desiste. – murmuro, enfiando minha cabeça no travesseiro até quase ficar sufocada.

Sinceramente, hoje é um dia melhor pra morrer sufocada no meu travesseiro do que pra fazer qualquer outra coisa.

–Tudo bem então, vou trazer café aqui pra você.

–Eu vou jogar na sua cara – reclamo – Próximo.

–Hartley tá quase passando da hora do almoço. – ele insiste, balançando meu braço de novo –Você precisa reagir.

–Não preciso.

–Então o que você quer que eu faça?!

Se a insistência de Nicholas, o meu cachorro, fosse personificada, definitivamente seria o Luke. Sem tirar e nem por, ele parece um filhote insistente. 

–Me deixe aqui pra morrer – faço drama.

Estou com ressaca sim, mas lidaria facilmente se fosse só ela. Talvez o meu problema venha com o nome de ressaca moral. E mais uma ainda ainda, a sensação de que eu fui apunhalada pelas costas com mesma faca que usei para cometer primeiro crime.

Noite passada foi um massacre. 

Não é de se esperar exclusividade de uma pessoa que trai alguém com você, tipo o próprio melhor amigo, mas eu também não esperava uma coisa tão a queima roupa.

As imagens de Calum se esfregando com aquela morena no bar estão cravadas na minha cabeça. Ele literalmente me deixou lá atrás e caminhou até o bar para a próxima. Sem nenhuma pausa.

Não estou julgando o fato dele ser solteiro e poder fazer o que bem entender, diferente de mim, só sua falta de caráter por ter falado em sentimentos comigo e depois corrido pra provavelmente repetir a mesma coisa pra outra. O que faz de nós, duas palhaças que caímos na conversa dele.

Seria idiota dizer que estou com o coração partido depois de... dois beijos proibidos? Sim, seria. Mas nunca disse que eu não sou idiota.

Bem pelo contrário, é uma coisa que eu definitivamente sou. Nem posso me fazer de surpresa, Calum nunca escondeu seu interesse por várias, na liberdade total que ele tem de fazer isso mesmo, de curtir a vida dele como achar certo. O problema sou eu, arriscando tanto por um sentimento que não posso garantir, não posso definir, não posso fazer nada.

–Eu não sabia que você dava tanto trabalho de ressaca.

–Por isso eu não bebo.

Ele finalmente solta meu braço e se senta ao meu lado na cama, quase conto a vitória. Mas nunca é tão simples.

–Por que você bebeu ontem?

–Porque eu quis?

–É que sempre que a gente sai você toma pepsi... ontem parecia muito determinada com os copos de tequila – olho pra ele por alguns segundos, com toda a culpa me corroendo por dentro – Tinha alguma coisa te incomodando?

–Claro que não, rockstar. A festa estava ótima. – garanto – Só queria me divertir.

–A gente sempre se diverte, mesmo sem você beber. Não sei, aí eu fiquei pensando.

–Você pensa demais. – resmungo, tentando parar seu raciocínio perigoso.

–É, me ajude com isso levantando pra tomar café.

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