Capítulo 27

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Um sábado tranquilo. O primeiro de vários nessas semanas corridas, com a minha agenda social e a dos meninos estando sempre movimentadas.

Hoje é finalmente um dia tranquilo, onde posso tirar tempo pra mim e relaxar, então pensei... porque não cozinhar alguma coisa diferente? Em uma quantidade absurda pra dividir com os dois brutamontes com quem moro, mas ainda assim alguma coisa fácil. Brownies.

Então coloquei a mão na massa a tarde, e por volta das oito já tenho tudo prontinho.

Tranquilidade, ou pelo menos devia ser.

Afinal, quando estou cortando o bolo cheiroso e muito apetitoso, ouço alguém entrar no apartamento. Discreto como um trator, parece que querer arrancar o trinco da porta.

–Izabela!

Ah, mas só faltava agora.

Deixo a faca e a minha grande obra culinária na cozinha e corro pra sala com passos sutis.

–Shhh, Luke já chegou. – eu aviso em tom baixo.

–É uma emergência. – o moreno responde, sem olhar pra mim.

Isso porque, ele está ocupado revirando o armário ao lado da porta, onde deixamos várias coisas sempre.

E pela pressa  ele não parece estar brincando. O que é estranho porque Calum Hood é a pessoa mais calma que já conheci na história da minha vida, como todos sabemos. Por isso ele ganha minha atenção rapidamente. 

–Do tipo?

–Eu estava andando e fui pegar um cigarro, como de costume.

–Costume suicida, sim. – cutuco, também por mania.

Vejo ele balançar a cabeça, e mesmo de costas sei que revirou os olhos com a minha reclamação. Nenhuma novidade.

–Mas ai, eu percebi que tinha pegado uma carteira de cigarros nova no fim de semana. E então... espera, é o meu isqueiro reserva também! – ele diz, enfaticamente, se virando pra mim com uma expressão indignada.

–Quer dizer que, como se um já não fosse o suficiente, você tem um "isqueiro reserva" pra manter o vício?!

–Izzy, onde você colocou aquilo? – ele se levanta e se vira pra mim.

–Eu?! Acha que eu escondi seus cigarros? – dou risada – Bom, se eu for tentar algum dia vou me lembrar dessa história de reserva.

–Você pegou. No banheiro do show. – ele diz, fazendo meu cérebro ser obrigado a processar a real situação.

–Ai não. – cubro minha boca com a mão – Eu peguei. 

Céus, eu peguei. Peguei e saí andando com aquele negócio o bolso do meu casaco.

Eu sou burra?
Burra e inconsequente, não acredito que eu fiz isso.

–Porra, fazem quase dez dias! Onde você colocou?

Engulo em seco.

Muito burra, muito inconsequente.

–Eu esqueci. – confesso – Estava tão zureta com tudo, esqueci no bolso do casaco.

–E cadê o casaco? Não podemos deixar lá. – ele diz, coisa que eu já sabia, mas nossa, eu esqueci

–O que? Está pendurado ai, onde você acabou de olhar. – aponto pro armário. 

–Não, não está. Acabei de procurar.

Só ai entendo a preocupação.
As provas do crime, estão totalmente zanzando por aí, enquanto a burra, eu, durmo no ponto. 

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