Capítulo 22

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Na semana seguinte eu quase consegui me acostumar com toda a rotina de gravações. Meus dias foram incríveis, gravando as minhas cenas, assistindo as gravações do restante e passando meu tempo livre com meus novos amigos do elenco, principalmente com Adeline e Tati.

É muito bom finalmente ter um emprego, uma ocupação e um motivo pra continuar meus dias, depois de ter passado semanas jogada na sala de uma casa que nem é minha e meses correndo atrás disso.

Por falar em casa... as coisas por lá não vão tão bem quanto no meu trabalho, seria um sonho se estivessem. Bom, acho que eu não tenho nenhuma moral para reclamar, mas Calum está me tirando do sério.

Nós prometemos que nunca falaríamos sobre aqueles malditos beijos, como ele tem toda essa pose de badboy, eu tinha certeza de que isso nunca seria um problema pra ele. Mas a surpresa desagradável, é que ele não é tão frio assim quando não quer ser.

E as coisas não ditas entre nós estão deixando o clima muito estranho naquele apartamento.

O moreno está sempre me encarando com atenção, olhar enigmático e o maxilar travado, coisa que me deixa totalmente pirada, porque se por si só a presença dele já me deixa nervosa, com a culpa no cartório e suas atitudes... eu não sei quanto tempo minha sanidade mental vai aguentar.

Luke continua o mesmo, brincalhão e totalmente alheio ao que está acontecendo ao seu redor, pra minha sorte e também aumentando minha culpa. Ele chegou a perguntar se Calum e eu brigamos ou algo assim, mas respondi que não sabia o que tinha acontecido com ele... então o loiro disse para eu ficar tranquila, porque Calum tem fases ruins as vezes.

Mesmo não sendo exatamente o caso, espero mesmo que essa fase desapareça logo.

No dia do inicio das gravações, cheguei com o presente de Luke em mãos e claro e fiz questão de agradece-lo pessoalmente, era o mínimo que eu poderia. Mas não senti coragem suficiente de levar a rosa também, acabei deixando-a em um copo de água no meu camarim.

Talvez o moreno não tenha gostado disso? Talvez tenha sido um presente de amigo e ele se ofendeu? Mas eu não tenho como saber, não tenho como perguntar e eu não posso arriscar. Nosso acordo foi bem claro.

E ainda, depois de achar que o máximo de nervosismo que podia passar era com Luke, Calum e e eu em casa, chego das gravações e encontro apenas o moreno no piano.

–Olá. – cumprimento por educação.

–Izabela. – ele responde sem parar de tocar.

Tiro minhas botas e o meu casaco, deixando meu capacete em seu lugar na estante logo depois.

–Seu namorado saiu. – Calum avisa depois de parar com a música.

–Tudo bem. 

Duke, antes deitado perto dos pés do dono, corre até mim e eu me abaixo pra fazer carinho nele, murmurando algumas coisas bobas, enquanto Calum continua me assistindo, sentado no banco do instrumento.

Odeio isso.

Eu odeio viver com tanta tensão, principalmente sabendo que eu a causei.

–Eu não sei como vocês conseguem passar tanto tempo nesse piano, sério. – comento a primeira coisa que passa pela minha cabeça, em uma tentativa desesperada de acabar com o silêncio constrangedor mas querendo evitar o motivo disso tudo.

–Acho que faz parte de quem somos. – o moreno balança os ombros – Você toca piano também?

–Você fez essa pergunta com muita confiança. – estranho. 

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