Sail ✅

12. Dirty Laundry

— Pequena curiosidade — Summer sussurrou no ouvido de Fernando, sentindo-o passar o braço por trás das suas costas. — Quando você me convidou para um festinha do clube, eu imaginei algo completamente diferente da Oktoberfest.

— Por quê? — Fernando sussurrou de volta, com um sorriso travesso nos lábios. — Algum problema com a Oktoberfest?

— Nein — ela riu, negando. — Mas eu tenho certeza que você não pode se referir a maior festa anual da Alemanha como festinha.

Summer sabia exatamente do que estava falando.

E, na verdade, até Fernando com seus poucos quatro meses morando em Munique sabia bem que a famosa Oktoberfest de Munique podia ser tudo no mundo, menos uma festinha no diminutivo.

A quantidade de pessoas que visitavam a cidade na época da famosa festa típica da região era mais de quatro vezes o número de moradores locais, o que fazia com que o Theresienwiese, o campo aberto onde a festa acontecia, ficasse lotado.

O espaço era dividido entre barracas, tendas grandes enfeitadas com fitas de tecido que balançavam com o vento frequente no mês de outubro e um parque de diversão que contava com uma roda-gigante que brilhava de longe, além de outras atrações comuns.

Eles estavam dentro de uma das maiores tendas do festival, acomodados em uma enorme mesa de madeira junto com todo o time e os dirigentes do Eintracht München, além dos seus acompanhantes. Se não fosse o símbolo roxo do time que estava em todo lugar como decoração, eles nem se recordariam que aquela era uma atividade obrigatória para os jogadores, que envolvia canecas de cerveja e roupa temática, e não uma bola de futebol e chuteiras coloridas.

Summer frequentava anualmente a festa e nunca tinha tido interesse de entrar na tenda que os famosos jogadores do Eintracht costumavam ficar, já que ela era rodeada por filas quilométricas e um número considerável de fotógrafos prontos para registrar todos os passos dos atletas, que usavam roupas iguais e tinham sorrisos radiantes, e suas companheiras.

Demorou para se acostumar com a ideia de que ela seria a companhia de um jogador naquela Oktoberfest.

Ela teve que enfrentar o público sedento por um flash, vestindo um Dirndl que tinha comprado de última hora assim que Fernando fez o convite, uma delicada coroa de flores nos cabelos loiros e os dedos entrelaçados com um dos jogadores que usava camisa quadriculada roxa como os outros e sorria de forma radiante.

Provavelmente foi a primeira vez que ela entendeu que ao seu lado tinha Fernando Navarro, a nova estrela em ascenção do Eintracht München.

E não só Fernando, que enviava áudios de longa duração cantarolando músicas que ficariam em sua cabeça no resto da semana, a surpreendia com visitas no café e dizia coisas em duas línguas que a deixava com a cabeça nas nuvens.

— O que exatamente nós fazemos pelas próximas quatro horas? — Fernando cochichou para Summer, juntando suas sobrancelhas. — Bebemos como nós já estamos fazendo há... quase duas horas?

— Não só isso, mas também — Summer riu ao responder, arrumando a gola da camisa de botão que ele usava antes de continuar. — Você encontra comidas típicas, pode se divertir nos brinquedos do parque e pode dançar. Só não beba demais, as filas para os banheiros são enormes.

— Um pouco tarde para mencionar isso — Nando falou, apontando para a enorme caneca de um litro de cerveja, Maß, que devia ser a terceira ou quarta do dia e já estava no final. — Você gosta da Oktoberfest?

— É a minha época favorita do ano em Munique — Sunny respondeu animada, sorrindo. — Ninguém está preocupado com algo que não seja dançar, cantar ou beber. Nós estamos congelando no final de outubro e mesmo assim todo mundo está nas ruas, buscando por diversão... Eu tenho certeza que você vai adorar a festa também.