Era vinte e nove de abril.
Um dia importante para quem torcia pelo Eintracht München e mais ainda para os jogadores que defendiam o time. A cidade estava parada desde as primeiras horas do dia e o trânsito, diferente do usual, estava completamente caótico.
Para qualquer lugar que se olhasse, havia alguém vestindo a camisa do time, carregando um escudo da Bundesliga de papel nas mãos ou com o rosto pintado de roxo e branco.
Por mais um ano, eram os jogadores do Bajuwaren 05 que levantariam o famoso e desejado escudo prateado de campeão da Bundesliga. Repetindo o feito do ano anterior, era uma nova temporada que tinha tido seu campeão decidido alguns jogos antes da rodada final. Pro Eintracht München, o segundo lugar não era tão azedo quanto poderiam imaginar que seria. Eles estavam classificados para a Champions League do ano seguinte, tinham feito uma campanha belíssima durante a temporada e ainda tinham um troféu para conquistar.
A taça dourada da DFB Pokal. A final que aconteceria na semana seguinte.
A famosa Copa da Alemanha era o espaço que alguns times pequenos tinham para brilhar. Misturando times grandes com outros de segunda ou terceira divisão, o sorteio sempre acabava formando emocionantes partidas para quem estava na arquibancada.
O trajeto do time Lila de Munique até a final não tinha sido fácil. Encontrou o grande time amarelo de Dortmund logo na primeira fase, um da segunda divisão na segunda e outro do vale de Ruhr na terceira, precisando dos pênaltis e de um dia de sorte de Greco Fiorentini para avançar para a fase seguinte.
Na final, estavam de frente ao Bajuwaren 05. E por mais que brincassem que estavam começando a enjoar a quantidade de clássicos de Munique que enfrentavam por ano, tinham que reconhecer que estavam de frente ao maior da cidade.
Maior. Mas, para todo o plantel de Afonso Reina, não melhor.
O clima, dentro do time roxo, já era de final, apesar do jogo do dia apenas indicar o final do campeonato alemão. Todo jogo era de vital importância, mas aquele em específico não valia muita coisa já que o Eintracht já não conseguiria alcançar o Bajuwaren mesmo se conseguisse os três pontos da vitória e também já não podia ser alcançado pelo time que ocupava o terceiro lugar da tabela.
Era quase que simbólico, apenas para comemorar o fim de uma temporada de sucesso e um aquecimento para a verdadeira final que teriam na semana seguinte. Teriam chuva de confetes roxos e brancos após o apito final, faixa especial para a torcida e muito a comemorar pela temporada que chegava ao fim, mas o grande prêmio poderia vir apenas na semana seguinte. E viria, se dependesse da garra que o time iria entrar em campo para aquele jogo.
— Deveria estar chovendo assim nessa época do ano?
Fernando comentou enquanto trocava passos rápidos com Moncho, que começaria no banco naquela partida em específico, e vestia um colete preto por cima da usual camisa roxa e branca do time Lila. O amigo deu de ombros, colocando um pouco mais de força do seu chute, fazendo com que a bola que os dois brincavam no aquecimento parasse longe dos dois.
Fernando não era grande fã de chuva, mas odiava mais que tudo jogar em dias nublados e molhados como aquele. O campo ficava escorregadio, sentia-se mais pesado para correr e os grossos pingos de água turvavam sua visão vez ou outra. Mas sabia que tinha se acostumar com aquilo se quisesse cumprir os quatro anos de contrato que tinha na Baviera.
— Não exatamente — Moncho falou, suspirando enquanto abraçava o próprio corpo. — Mas eu ainda não entendo muito bem essa cidade. É fria sempre, guapo.
Nando deu risada assim que viu o espanhol fingir tremer, antes de correr atrás da bola para que continuassem a aquecer antes que o jogo começasse de uma vez.
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Sail ✅
Romance{Versão reescrita e original} Fernando Navarro nasceu para brilhar. Filho de um jogador bem sucedido, ele tinha colocado as primeiras chuteiras nos pés antes mesmo de dar os primeiros passos. Crescera na Espanha, alcançara o sucesso em Barcelona e e...