13. Not About Angels

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A primeira coisa que Summer Kaufmann percebeu quando acordou naquela manhã de dezembro, foi que estava sozinha na cama.

Tateou o lado direito do seu colchão, que virou o lado de Fernando algumas semanas antes, e sentiu-se decepcionada ao encontrar apenas o vazio e cobertas emboladas.

A segunda coisa foi o cheiro agradável que ela sentiu assim que se levantou, detectando pelos barulhos de panela que vinham da cozinha onde estava o fugitivo que procurava.

A neve que caia em Munique desde a segunda semana do último mês do ano se acumulava no batente da janela de vidro do apartamento e a temperatura negativa fazia com que a vontade de Summer fosse voltar para a cama e passar o resto do dia lá.

Só teria que resgatar a sua companhia antes e convidá-lo para se juntar a ela e aos lençóis quentes e fofinhos por pelo menos mais alguns minutos, já que seria um dia cheio para os dois.

— O que você está fazendo? — Summer perguntou enquanto descia as escadas do seu pequeno loft, abraçando o próprio corpo na tentativa de se aquecer. — É cedo.

— Café e tentando não acabar com sua cozinha. O que parece que eu estou fazendo? — Fernando falou antes de jogar uma panqueca para o ar, se esforçando para pegá-la com a frigideira quando ela já fazia seu trajeto em direção ao chão. — Guten Morgen, cariño.

Summer riu, andando em direção ao jogador e abraçando-o pela cintura, depositando um selinho demorado em seus lábios.

Não conseguia se recordar quando foi que a presença de Fernando Navarro no seu espaço se tornou tão rotineira.

Na primeira de várias noites que eles passaram juntos, no final de outubro, Fernando teve que deixar o apartamento de Summer na manhã seguinte vestindo as roupas temáticas da Oktoberfest, recebendo segundos olhares por todo o trajeto até sua casa como se todos soubessem exatamente o que tinha acontecido ali.

Aos poucos suas visitas ao pequeno loft em Nymphenburg ficaram tão frequentes que ele já tinha deixado metade do seu guarda-roupa ali, com a desculpa de que demoraria muito mais tempo para voltar a sua casa e ir até o centro de treinamento em Säbener Strasse, em comparação a sair para os treinos direto do apartamento de Sunny.

Essa era uma boa história inventada por ele e aceita pela alemã para que ainda não precisassem se comprometer com a verdade: os dois gostavam tanto da companhia um do outro que queriam aproveitá-la ao máximo, já que Fernando tinha voltado aos campos e viajava frequentemente para cumprir a agenda dos jogos do Eintracht München.

Guten Morgen, Nando — Summer murmurou ainda com os lábios colados com os dele, se afastando para olhar para a mesa do café cheia em seguida. — O que nós temos hoje?

Hmmm, waffles queimados porque eu acabei me esquecendo deles, panquecas americanas porque foi essa receita que consegui achar na internet e pão na chapa — enumerou, segurando uma espátula que ia de um lado para o outro enquanto ele falava. — Receita da família.

— Nada mau — ela sorriu, tirando a espátula da mão dele e colocando na pia. — Por que você fez tudo isso?

Fernando fingiu confusão em um primeiro momento, fazendo com que Sunny apertasse os olhos em sua direção.

— Você me disse que não gostava de cozinhar uma vez — Summer explicou, pigarreando em seguida. — Apesar de ter muitas receitas boas.

Dios mio, você se recorda de tudo o que eu te falo? — brincou, a abraçando pela cintura e encarando seus olhos azuis. — Você me disse que esse é o dia mais estressante do ano. Eu pensei que começar com um café da manhã na cama poderia melhorar isso, então é bom que você volte para lá antes que eu acabe por aqui.

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