Fernando Navarro nunca tinha visto tanta gente na frente do centro de treinamento em Grünwalder quanto naquele dia.
Nunca, em seus mais de seis meses jogando com a camisa do Eintracht München.
Os treinos abertos para os torcedores tornavam as coisas mais agitadas no lugar, mas nada se comparava com o número de pessoas que cercavam seu carro a medida que ele se aproximava dos portões do local. Eles mantinham uma distância segura do automóvel, mas começaram a gritar em alto e bom som assim que reconheceram o jogador por trás do vidro blindado.
O espanhol estava confuso até o momento que a cancela do centro de treinamento se abriu, permitindo que ele passasse entre os tanto torcedores que o aplaudiam em roxo e assobiavam em seu favor.
— O que está acontecendo lá fora? — foi a primeira coisa que Nando perguntou assim que entrou no vestiário, encontrando apenas três dos seus colegas de time ali. — Os torcedores...
— Eles vieram nos apoiar depois do jogo de ontem — Leon respondeu com um pequeno sorriso no rosto e olheiras tão grandes que deixavam claro que a noite havia sido difícil. — Reina nós chamou para o campo, mas nós vamos ter um tempo para ir lá antes do começo do treino. Você alguma vez em sua vida viu isso acontecer, guapo?
Leon Thalberg não falava do tempo que iriam ganhar de Afonso Reina. Ele falava dos torcedores de Lila que gritavam o hino do clube tão alto que era possível de ser escutado onde eles estavam.
— Nunca — foi sincero, não segurando o sorriso que surgiu nos seus lábios. — Nunca depois de uma eliminação.
Era fácil ter o apoio da torcida quando as coisas davam certo. E, muitas vezes, as vaias que ela endereçava ao elenco em tempos ruins também eram bem aceitas, principalmente quando o time não jogava bem.
Mas depois do jogo mais disputado dos últimos cinco anos da Champions League, com clima de final bem fora de época, não eram vaias que o time do Eintracht München merecia. E todos os torcedores que se aglomeravam atrás dos portões do centro de treinamento sabiam disso.
— É por isso que as coisas são especiais por aqui, guapíssimo — Leon riu, abraçando-o pelos ombros. — E seu nome é um dos mais gritados lá fora. Bem vindo a família.
O mais velho apertou o ombro do espanhol assim que passou por ele em direção a saída, deixando-o sozinhos no lugar.
Fernando olhou para os dois lados, deixando que um grande sorriso surgisse em seus lábios assim que ouviu, sem muita dificuldade, o momento que os torcedores começaram a gritar seu sobrenome. Era um apoio tão bom que seu ego ferido por um momento achou que fosse uma ilusão da sua mente criativa.
Mas não era isso. Ele não estava mais na Espanha e não precisava se preocupar com as pessoas que duvidavam do seu talento. Muito menos ouviria as mesmas coisa que costumava quando era criança e a simples menção do seu sobrenome fazia todos crer que ele só estava em um time de alta qualidade por causa do seu pai.
Não tinha sido Joaquim Navarro que o tinha levado até ali. Talvez sua criação, a maneira que ele nunca desistira de apoiar o filho mesmo quando ele mesmo se questionava se era suficiente ou o empurrão que o pai o deu para que ele aceitasse o desafio em um novo país tinham contribuído para isso, mas o resto todo era mérito seu.
Os torcedores gritavam seu nome por ele era bom e tinha mostrado toda a sua qualidade dentro dos campos no dia anterior, não estando com a sorte grande para que o goleiro do time inglês não estivesse pronto para fazer as defesas da sua vida.
Passou a mão no rosto antes de buscar seu celular no bolso da calça de moletom que usava, fazendo um rápido vídeo para suas redes sociais da parede do vestiário com o áudio dos torcedores que ocupavam o portão de entrada, agradecendo nas três línguas que sabia pelo apoio.
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Sail ✅
Romance{Versão reescrita e original} Fernando Navarro nasceu para brilhar. Filho de um jogador bem sucedido, ele tinha colocado as primeiras chuteiras nos pés antes mesmo de dar os primeiros passos. Crescera na Espanha, alcançara o sucesso em Barcelona e e...