Capitulo 22 - Pregação

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"Examina-me, Senhor, e prova-me; esquadrinha o meu coração e a minha mente."

Salmos 26:2

Naquela terça-feira, eu estava cheio de expectativa para encontrar Emma e saber todos os detalhes sobre seu primeiro dia de trabalho

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Naquela terça-feira, eu estava cheio de expectativa para encontrar Emma e saber todos os detalhes sobre seu primeiro dia de trabalho. Desde o início da manhã, minha mente fervilhava com perguntas: Como foi a recepção? Ela se sentiu à vontade? Como era a chefe? Assim como de costume, planejei que fôssemos juntos à igreja no carro da minha família, o que me deixava ainda mais animado. No entanto, o que eu não poderia prever era o choque que sentiria ao vê-la chegando.

Quando Emma apareceu, vestindo um delicado vestido rosa-claro que realçava o brilho de seus olhos, tudo ao meu redor pareceu parar por um instante. O modo como a cor do vestido combinava com a minha roupa, e a gravata rosa que eu usava, como se tivéssemos planejado aquilo em um momento de telepatia. Meu coração disparou, e a visão dela me fez imaginar, por um breve segundo, nós dois entrando juntos na igreja de mãos dadas, lado a lado, como se fôssemos um casal oficial. Aquela ideia era ao mesmo tempo assustadora e incrivelmente... certa.

À medida que Emma se aproximava, não pude deixar de notar a maneira como ela caminhava com confiança, cada passo revelando um pouco mais da sua beleza. O perfume de tutti frutti que ela sempre usava preenchia o ar ao nosso redor, um aroma doce e suave que parecia envolvê-lo de forma quase intoxicante. Senti meu estômago revirar enquanto prendia a respiração por um momento, forçando-me a soltá-la lentamente para não perder a compostura. Meu Deus, ela estava radiante. Linda de um jeito que me fez querer esquecer, mesmo que só por alguns instantes, que éramos apenas amigos, e eu me recriminei por isso, mas também porque Emma tem estado cada dia mais bonita aos meus olhos.

No entanto, a leveza daquele momento logo desapareceu assim que entramos no carro. A conversa fluiu naturalmente no início, enquanto Emma compartilhava suas experiências do estágio e o desafio que sua chefe fez. Ela comentou sobre a inspiração que teve para desenhar um vestido utilizando os tecidos que lhe foram entregues por sua chefe. Quando perguntei o que a inspirou ela mencionou que essa inspiração estava ligada ao amor, não pude deixar de sentir uma pontada de curiosidade. Ela estava falando sobre Eric? A pergunta que formulei em minha mente logo se transformou em um debate inesperado.

Percebi a mudança na expressão de Emma, e essa transformação me deixou inquieto. Será que eu estava prestes a perderlndo algo importante? Céus, como e complicado não conseguir entender meus próprios sentimentos, muito menos os dela? Eu sentia que nossa amizade estava mudando, escorregando por entre meus dedos, e a ideia de perdê-la era devastadora. O que eu faria se não pudesse mais chamá-la de "minha linda"? Meu coração apertou ainda mais quando ela me disse que, para um psicólogo, eu parecia não entender nada e insinuou que talvez eu não a conhecesse tão bem quanto achava. Um pensamento perturbador cruzou minha mente: será que ela estava se referindo a algo mais profundo que envolvesse nós dois? O medo de encarar essa possibilidade me consumiu.

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