Cativeiro

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Está frio aqui, Delphi fugiu comigo e assim que chegou, não sei exatamente onde, ela me amarrou.

Estou jogada em uma cama velha, muito velha e a casa é igualmente velha, tenho medo.

Já faz três dias que estou aqui, meu estômago dói com a fome que estou sentindo, mas a sede é o que mais incomoda:

- Delphi...Por favor...

- Calada!

Ela balançou a varinha na minha direção e um profundo corte apareceu no meu rosto:

- Só me dê um pouco de água....

- Por que eu faria isso?

- Eu vou morrer se não beber nada...

- Acha que eu ligo? Vocês todos irão morrer, eu só ainda não decidi como fazer isso, pois quero que seus pais sofram e sofram muito.

Ela me mataria, isso era certeza, eu só ainda estava viva porque Delphi queria me matar de uma forma que meus pais sofressem e isso me apavorava, ela voltou a sair dali me deixando mais uma vez sozinha.

Meu estômago doeu mais profundamente, eu não estava acostumada a passar fome e minha última refeição fora um pouco de mingau de aveia e o gemido que as paredes da casa fazia se misturava aos do meu estômago.

Eu gostaria de saber se ela me manteria amarrada até decidir o que realmente fazer comigo?

Não sei mais quanto tempo se passou até que Delphi entrou em um rompante, apontando a varinha para meu rosto, seus olhos eram quase vermelhos demonstrando a profunda raiva que estava sentindo:

- Nós voltamos, mas como se destruí o vira-tempo?

Senti o terror tomar conta do meu corpo, ela ainda não havia se dado conta disso e agora eu não sabia o que fazer, como demorei para responder ela gritou:

- CRUCIO!

Uma dor indescritível tomou conta de todo meu corpo e não sei se gritei, mas eu chorava sem controle quando ela parou:

- Como voltamos?

- Eu...não sei....

- MENTIROSA! CRUCIO!

A for veio mais intensa dessa vez, e pensei que agora meu fim havia chegado:

- Diga como voltamos!

- Vira-tempo....com o vira-tempo....

- MENTIROSA! Eu destruí o vira-tempo....CRUCIO!

- Ahhhhh! Meu...pai....por favor....

Ela parou por um instante eu tinha meus pensamentos confusos, tudo doía...eu queria chorar, mas as lágrimas não vieram:

- Me conte!

- Papai...ele tem um vira-tempo....ele....ele trouxe a gente de volta...

- Oh! Eu tenho uma chance de voltar afinal.

Ela saiu do lugar onde eu me encontrava, fiquei muito apreensiva, já imaginava o que é que Delphi pediria para meus pais, ela queria o vira-tempo.

Eu sabia que meus pais fariam qualquer coisa para que eu ficasse bem, mas também sabia o quantoera perigosos Delphi ter posse de um objeto assim.

Precisava avisar meus pais, mas com minhas mãos amarradas não tinha muito o que fazer, no meu bolso estava o medalhão do meu irmão, se eu ao menos conseguisse alcançá- lo.

Comecei a mexer minhas mãos e percebi que a corda começou a se soltar, então continuei com o movimento até que me soltei, levei a mão  ao bolso e peguei o medalhão, o abri e para minha alegria pude ver o rosto da minha mãe:

A Maldição do Vira-Tempo Onde histórias criam vida. Descubra agora