A Luta interna

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Pov Draco

Não pude acreditar quando Mylle falou que nossa filha estava no espelho e assim que ela falou:

- Ela está na casa dos gritos.

Não pensei duas vezes e aparatei lá, Pyxis estava na cama e parecia muito fraca,  seu rosto estava cortado e eu queria ter certeza que era somente esse ferimento que ela tinha.

Potter disse para que eu a levasse de volta,  mas eu não estava confiando nele:

- Leve Pyxis eu vou ficar e esperar por ela.

- Não Potter, você precisa ir eu ficarei...

- Papai, não, por favor!

- Minha querida. - falei deixando nossos rostos frente a frente. - Eu ficarei bem, prometo, tio Harry vai te deixar em segurança e depois os outros aurores se juntarão para me ajudar.

Pyxis concordou e olhei para Potter ele pegou minha filha e desaparatou com ela.

Eu fiquei na casa dos gritos no lugar da minha filha e confesso que estava com um pouco de medo, afinal eu não era tão bom em duelos.

Achei que Potter mandaria alguma ajuda, e no fim entendi que se houvesse muita movimentação na casa, talvez Delphi desço ficasse e fugiria. Fiquei em silêncio esperando ela chegar e isso pareceu uma eternidade.

Quando ela entrou o dia estava amanhecendo e não pareceu surpresa ao me ver, ela sorriu e lançou um feitiço, eu bloqueei e lancei outro nela,  Delphi conseguiu se esquivar, travamos uma luta que não sei quanto tempo durou, sei que fui atingido por um feitiço e voei longe só parando quando minhas costas atingiram uma parede, senti uma forte dor na cabeça e vi Delphine apontando a varinha para mim:

- AVADA....

- ESTUPEFAÇA!

Acertei ela em cheio,  Delphi foi atirada longe e ficou desacordada, alguns segundos depois alguém entrou, eu tentei levantar, mas assim que o fiz minha visão ficou escura e acho que caí outra vez:

- Draco! Draco! Me ajudem aqui!

Eu conseguia ouvir todos, conseguia sentir seus toques, no entanto não sabia o que estava acontecendo, pois não conseguia me mexer ou falar.

Senti que me levantaram, meu corpo inteiro doeu de uma forma que não conseguiria descrever e soltei um grito, mas acho que ninguém me ouviu, pois continuaram a me levarem, cada osso do meu corpo parecia feito de vidro e cada parte parecia se romper, meus olhos estavam abertos mas eu não conseguia enxergar.

Eu queria pedir para que eles parassem de me carregar, isso estava me matando de tanta dor, mas ninguém iria me ouvir.

Senti quando me colocaram na cama:

- O que aconteceu com ele?

- Não sabemos madame Pronfrey, Draco estava caído e quando levantou ficou duro como se tivesse sido petrificado e caiu outra vez.

Senti as mãos de madame Pronfrey em mim e ela abriu meus olhos pude ver tudo, mas parecia que eu estava sob o efeito de Imobilus, só que mil vezes mais forte, vi Potter chegar perto da minha cama:

- Ele ficará bem?

- Não sei dizer, Malfoy foi atingido por um feitiço desconhecido. Seria mais prudende levá-lo ao St. Mungus.

"Por favor não! Eu só preciso ficar descansando."

Que dor era essa? E por que ninguém me ouvia gritando?

Chegar até St. Mungus foi a pior coisa que me aconteceu em toda a minha vida, nem quando Potter me atingiu com o Sectusempra eu senti tanta dor.

Comei a pensar nos meus filhos e em Mylle, o quanto eu tive sorte, esse pensamento me afastou um pouco da minha dor, conseguia ver o rosto de cada um deles, e percebi que seria minha família, o pensamento neles que faria com que eu não enlouquecesse, pois estava experimentando de uma forma diferente a maldição Cruciatus.

Começaram a me examinar e lançar contra feitiços em mim sem resultado algum, alguns deles fazia com que a dor aumentasse, comecei a sentir medo, nada do que tentavam obtia um milésimo de resultado.

"Vou morrer!"

Foi o único pensamento que começou a invadir minha mente e de repente o  pânico e dor eram as únicas coisas que eu sentia, não sei quantotempo fiquei neste estado de dor e medo, até que senti seu toque:

- Todas a poções e feitiços possíveis foram usados, agora está com ele,vamos ter que esperar.

Uma voz estranha falou, Mylle segurava minha mão e senti seus lábios nos meus:

- Por favor seja forte e volte para gente, eu preciso de você, eu te amo! Não posso te perder.

"Estou aqui, eu também te amo."

Senti a mão de Mylle no meu rosto, seu toque me acalmou, afastou um pouco a dor:

- Mylle? - Ouvi a voz de Gina. - como ele está?

- Ninguém sabe, ninguém descobriu qual foi o feitiço que Delphi jogou sobre ele.

- O Ministério está tentando descobrir, ele é forte.

- Gina, olha como ele está, meu marido parece bem para você?

- Mylle, não perca as esperanças...

- Eu....não...sei...como....

Minha mulher estava chorando e isso fez as dores se manifestarem dentro de mim.

- Pense nas crianças, elas precisam de você.

- Como eles...estão?

- Ainda estão dormindo, mas acho que você que tem que contar para eles.

- Não posso deixá-lo aqui sozinho.

- Eu fico com ele até você voltar.

Mylle sairia de perto de mim e só de pensar nisso minhas dores voltaram e uma escuridão começou a se apossar de mim.

Seus lábios encostaram no meu me trazendo de volta:

- Meu amor, eu prometo não demorar, por favor lute contra isso e volte pra mim.

Senti quando ela se afastou e as dores tomaram conta de mim:

- Draco, não sei se pode me ouvir. - Gina falava comigo. - Mas se puder, sua família precisa de você, Mylle precisa de você, acho que ela ainda não está preparada para perder mais alguém, sei que nunca fomos amigos, mas vejo o quanto você fez bem para ela e o quanto ela fez bem para você, seja forte.

Eu estava tentando, eu estava lutando, mas parecia inútil.

- Amor, eu voltei, e as crianças estão aqui. - como a voz de Mylle me confortava. Me disseram que não seria prudente que eles viessem, só que eu sei que você gostaria de vê-los.

- Oi...papai....

Era Pyxis, ela estava chorando e senti suas lágrimas quando ela deu um beijo no meu rosto:

- Papai, estamos aqui.

Scorpions falou segurando minha mão, sua voz também estava diferente, talvez estivesse segurando as lágrimas, minha família toda estava aqui ao meu lado, torcendo para que eu ficasse bem e eu precisava ficar bem por eles.

Eu iria lutar contra tudo, contra essa dor que tentava me consumir e iria voltar para eles.

A Maldição do Vira-Tempo Onde histórias criam vida. Descubra agora