Pov Draco Malfoy
Eu havia levado um grande susto quando vi parado em minha porta uma miniatura minha, era exatamente minha pessoa com catorze anos, até ele me explicar que era meu filho, achei que alguém tivesse usado o vira-tempo e me trazido do passado.
Eu realmente fiquei decepcionado ao saber que Astória preferiu deixar meu filho com sua irmã, será mesmo que ela pensou que eu não seria capaz de cuidar do meu próprio filho?
Realmente se não fosse Mylle eu teria matado Dafnes, mas ela havia me convencido a não fazer nada até termos uma conversa seria com meu filho e saber o que ele queria, mas eu acabei encontrando com ela e nossa conversa foi um tanto quanto calorosa e acabei na casa dela recolhendo todas as coisas de Scorpions e indo para casa.
Mylle como sempre foi maravilhosa e madura por nós dois e acolheu Scorpions como se fosse seu verdadeiro filho:
- Não se preocupe, vou cuidar dele em Hogwarts e prometo sempre te mandar corujas dizendo como ele anda.
- Acho isso um pouco injusto.
- Por que?
- Porque você terá mais tempo com ele do que eu.
- Amor, na escola eu não fico o tempo todo grudada ao nossos filhos, tenho minhas aulas para administrar e as crianças também tem suas obrigações.
- Sei, mesmo assim
- Mylle me deu um beijo e deitou a cabeça no meu peito.
Fiquei passando a mão em seus cabelos, e pensando o quanto sorte eu tive por essa mulher incrível ter se aproximado por mim e entender todas as minhas falhas e me apoiar quando mais precisei.
- Acho que vou precisar mandar as crianças dormir.
Ela falou ao ouvirmos as risadas deles.
- Deixe que eu faço isso.
Levantei, fui até o quarto de Scorpions e os dois estavam sentados na cama jogando snap explosivos e comendo varinhas de alcaçus:
- Por acaso a mãe de vocês sabem que estão comendo doce a está hora da noite?
- São só umas varinhas de alcaçus papai.
- Sei, mas agora já está na hora de irem para a cama.
- Deixe a gente ficar só mais um pouco....
- Se eu deixar, sua mãe virá colocá-los na cama.
Pyxis levantou, não muito feliz em ter quer ir para cama:
- Boa noite Scorpions, amanhã continuamos.
-Boa noite.
Esperei que ela saísse do quarto do meu filho e me virei para ele:
- Como está se sentindo aqui?
- Muito bem, obrigado.
- Quero te falar que se precisar ou quiser qualquer coisa é só me pedir.
- Sim senhor.
- Boa noite.
- É...pai?
- Sim!
- Posso te fazer uma pergunta?
- Sim, claro!
Voltei para dentro do quarto do meu filho e sentei ao seu lado:
- Minha tia sempre falou muito mal do senhor, mas....meu avô sempre disse que mamãe era doce e justa, sei que o senhor não é o que tia Dafnes falou, mas também sei que foi um Comensal, não quero que entenda mal, mas por que mamãe casou com o senhor?
Respirei fundo, acho que estava na hora de me acertar com meu passado:
- Eu passei por momentos difíceis na minha juventude, quando a guerra acabou, quando Lord Voldemort foi derrotado eu fiquei perdido e sozinho, e sua mãe foi a única que me apoiou, a única que ficou ao meu lado.
- Mas e....Mylle?
- Ela estava na mesma situação que eu, Mylle havia acabado de perder o pai e eu fui covarde, era a única coisa que eu sabia ser, terminei minha relação com ela, achei que seria julgado e levado para Azkaban, e por conta do meu orgulho e vergonha não queria ver a mulher que amava ter que me visitar em um lugar como aquele. Eu a abandonei quando ela mais precisava.
- E por isso se casou com minha mãe?
- Talvez, Astória foi uma calmaria em meio a toda a tempestade em que minha vida se encontrava e acho que fui o mesmo para ela, nos tornamos amigos, assim como eu, ela foi uma vítima de uma família que só queria poder.
- Então vocês não se amavam?
- Acho que nossa relação era mais de amizade, respeito e lealdade.
- Desculpe, mas eu queria entender um pouco.
- Não precisa se desculpar, aprendi com Mylle que onde o amor está não pode haver segredos.
- O senhor....me...ama?
- Mas é claro! Não é porque nos conhecemos só a alguns dias que não iria nutrir amor por você, Scorpions, você é meu filho, meu herdeiro.
Ele sorriu um pouco sem jeito, acho que não estava acostumado com demonstrações de amor, confesso que eu ainda sentia um pouco de dificuldade com isso, mas Mylle e Pyxis me ensinavam um pouco a cada dia.
- Acho que vou dormir agora.
- Boa noite meu filho!
- Boa noite pai.
Depois dessa nossa conversa as coisas pareceram ficar mais fáceis entre a gente e agora eles foram para Hogwarts e novamente estou sozinho, Mylle só volta amanhã a noite, vou dormir sozinho e ficar sozinho nessa mansão acorda todos meus fantasmas e segredos.
Estou cansado de segredos em minha vida e sei que existe muitos que ainda devem ser revelados ou descobertos.
Eu escondo um da minha esposa.
Mylle odeia mentiras, eu a entendo, porque durante anos ela teve que fingir que não sabia quem era seu pai, mesmo convivendo diariamente ao seu lado.
Mas essa mentira, esse segredo tive medo de contar para ela, não sei como ela reagira ao saber que descobri um objeto desse nossa casa e não o entreguei para o Ministério, mas eu agi por impulso, para proteger minha filha, para proteger minha família, porque meu pai conseguiu espalhar a dúvida na cabeça de muitos.
Eu estou em seu quarto, um lugar que Mylle abomina, confesso que eu também, nós decidimos que este seria um lugar onde não usaríamos na casa, o quarto dos meus pais, ele ainda está do mesmo jeito, e quando fico sozinho venho aqui para ver o rosto de minha mãe no retrato na escrivaninha e foi justamente em uma dessas visitas que o encontrei.
Estava olhando para minha mãe e decidi pegar o porta retrato, mas quando o fiz derrubei a tampa de uma caixinha, fui colocar de volta em seu lugar e lá estava ele, reluzente, convidativo.
Não ousei pegá - lo, e até hoje não fiz isso, eu só venho aqui e fico o encarando, tentando entender o porquê meu pai deixaria um objeto de tamanho valor tão desprotegido e que facilmente seria encontrado.
E hoje olhando para ele entendi, se o ministro tivesse acreditado que Pyxis realmente era filha de Voldemort, ele abriria outro inquérito e minha casa mais uma vez seria vasculhada e esta seria a prova que precisariam para levar a mim e minha mulher a respondermos uma série de perguntas.
Será que meu pai realmente me amava? Cheguei a conclusão que não. Ele teve coragem de colocar minha filha em risco.
E agora diante desse segredo revelado e Draco Malfoy criei coragem e pela primeira vez desde que o descobri coloquei minhas mãos nele, tirei o vira-tempo de dentro da caixinha, não o usaria. Eu iria destruí -lo.
Mas algo me impedia, por essa razão decidi esconde - lo de verdade.
Ainda guardaria esse segredo, mentiria ainda por um tempo para minha esposa e assim que o outro vira-tempo fosse encontrado eu contaria para ela e juntos iríamos decidir o que fazer com esse vira-tempo que residia na mansão Malfoy.
Até lá ele seria mais um segredo.
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A Maldição do Vira-Tempo
Historical FictionPara você que acompanhou a Filha do Príncipe Mestiço, Mylle, agora voltaremos a Hogwarts com sua filha Pyxis, ela vai nos encantar e nos emocionar. Prontos para mais aventura? ( Leia primeiro A Filha do Príncipe Mestiço)