Smile On My Face • Min Yoongi

4

Boa leitura!🧡

         Era sábado, 14:00 e meu pai pulava de um lado para o outro checando se não estava esquecendo nada, depois de algumas semanas havia aparecido um lindo sol. Minha mãe, terminava de colocar a comida no carro, e minha prima —a garota a qual não precisava estar aqui— mexia no celular.

—Pai, se acalme, logo estaremos lá!

—Como? Faz muito tempo que eu não sinto a água e a areia juntas em meus pés!

—Ok, vamos!— entramos no carro de meu pai, eu estava perto da janela esquerda e minha prima na direita, ainda mexendo no celular.

          Com uma caderneta em mãos eu lia algumas anotações feitas durante a semana, na segunda eu teria teste e o trabalho a qual eu apresentaria com Yoongi. Minha fala estava lá, na ponta da língua, já havia até preparado a parte a qual eu falaria por ele, para tentar amenizar o seu "0,0". A estrada era um pouco longa até a praia a qual meu pai queria ir, e por isso eu tinha tempo suficiente para fazer muitas coisas, como escrever o penúltimo capítulo de meu blog e escutar "Serendipity" no último volume, me poupando da voz enjoativa da garota ao meu lado que falava com uma amiga por vídeo chamada.

—Pai, vamos demorar chegar?

—30 minutos!— Aish, 30 minutos com o demônio encarnado em pele de Raissa.

—Ok!— voltei minha atenção ao papel, eu realmente não precisava ler aquilo, então só fechei e guardei no bolso de minha calça.

           Depois de algum tempo, chegamos, meu pai parou o carro e nos descemos com tudo em mãos. Minha mãe abriu o guarda sol, colocou as toalhas no chão e se sentou sobre elas admirando a beleza daquele lugar, as ondas vinham em bagunça, tirei minhas chinelas e deixei que a água se encontrasse com meus pés.

—Achei que não gostava de sol!— eu devia mandar cortarem as suas cordas vocais.

—E eu achei que você não gostasse de praia!

—As vezes é bom se encontrar com aquela prima que tanto amamos— eu escutei sua risada falsa —E outra coisa, eu estava entediada em casa, por incrível que pareça a Coreia para mim e chata de mais.

—Por que veio morar aqui então?

—Se não sabe prima, eu não sou uma santa. E enquanto meus 18 não chegarem meus pais decidem por mim.

—Pois saiba que eu sei, por que eu estou perto de te enfiar em um convento.

—Parece que os dois anos que ficou afastada foi apenas drama não é mesmo?

—Raissa, está falando do que?— eu me fingi de desentendida.

—Aigoo, você acha mesmo que não sabemos o que aconteceu com você nessa período?— ele riu alto colocando a mão sobre os lábios.

—Quem contou a vocês?

—Você mesma, afinal, quando sai o último capítulo, estou ansiosa!?— dessa vez ela cruzou os braços debochada —Eu liguei para vovó, contei a ela, e ela me disse que se você precisasse ela pagava o psicólogo para você!

—Por que fez isso?— meu olhos ardiam de raiva, perto de jorrarem água.

—O que? Eu ter falado que você foi para uma festa, bebeu e quase foi abusada pelo garoto de quem gostava?

—Sua...

—Continue, pois nenhuma palavra é tão suja quanto você!— eu queria enfiar a cara dela de tapas e socos, mas meus pensamentos me levaram até uma frase dita por Yoongi, uma de suas poucas frases.

"Se alguém te humilhar, não se rebaixe, ela mesma estará se rebaixando, ela não vai perceber hoje, mas talvez amanhã!"

—Se você já terminou, eu preciso ir!— eu dei as costas e caminhei até meus pais —Pai, mãe, estarei dando uma volta, não se preocupem, não demoro!

—Ok, volte antes das 16:00, vou arrumar o lanche.

—Está bem!

         Eu havia caminhado um longo caminho, meus pés estavam satisfeitos com a areia e agora eu me encontrava sobre uma pedra que ficava no meio da praia. Meu coração não pulsava tão rápido como tempos atrás e nem minha raiva estava me consumindo. Eu já deveria imaginar, Raissa descobriria tudo sobre mim, se fosse para acabar com a minha vida, mas eu sempre deixava uma brecha. Quando tudo aconteceu, eu pedi aos meus pais que não dissessem nada a ninguém, afinal seria realmente vergonhoso, mas agora, estava tudo dito e tudo acabado.

—Hey, moça!

—Sim...

—Precisamos fechar essa área, ela é apenas para mergulho!— concordei e apenas saí, me curvando em forma de respeito ao senhor coreano.

—Desculpe!

—Tudo bem, eu sempre digo que eles devem colocar uma placa aqui, mas eles não colocam, Aish, bando de bicho burro.— eu acabei rindo de suas palavras enquanto dava passos devagar a caminho do local de onde vim.

          Brincando com um pouco da areia, meia afastada de onde meus pais estavam eu me divertia desenhando na areia. Aos poucos eu ia ficando mais perto da água, esse era o meu objetivo, só que em meu desconhecimento das ondas, uma delas acabou me fazendo tombar para trás. Eu me levantei, e segui para dentro da água, a água agora estava abaixo do meu quadril, mas ainda sim, a água era forte. Observei as pessoas que estavam em volta, elas se divertiam, conversavam, dançavam e riam, tarefas aleatórias. Alguns minutos se passaram e levemente eu senti que estava começando a afundar, a água havia me levado um pouco mais para o fundo, e eu estava começando a ficar assustada, a correnteza era forte demais, e para ser pior, meu pé havia enroscado em algum tipo de alga ou rocha. Algumas pessoas ao perceberam, saíram e gritaram por ajuda, ao longe eu vi alguém correr em rumo a água. Minha visão embassou, meu corpo amoleceu e meus olhos se fecharam...

         O sentimento de estar sufocada era horrível, e eu senti isso a minutos atrás. Agora meu corpo estava sendo pressionado, eu sentia, mas só senti o acordar quando a água voltou e eu suspendi meu corpo colocando a água para fora.

—Ah, graças a Deus— minha mãe me abraçou juntamente ao meu pai.

—Como se sente?

—Pesada!— olhei em direção a quem havia me perguntado, ele parecia ser alto, os olhos bem puxados e a pele bronzeada.

—Isso é normal, você engoliu muita água, mas, agora está salva!— assenti.

—Quem é você?

—Ah, desculpe, sou Namjoon...

Continua!!!

❤️