Prólogo - Aaron

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Aaron

Caminhamos pela floresta em alerta, após um bom tempo tentando localizar o dragão do norte, tivemos êxito e estamos perto de onde ele esta. Uma caverna não muito longe daqui, que dizem ser o local onde ele repousa durante o dia. Não temos certeza se é um transformado ou somente um dragão, mas recebemos a ordem de mata-lo e então receberemos uma recompensa gorda, não que o dinheiro importe, nós gostamos mesmo do prazer que sentimos ao saber que o mundo esta livre de mais um verme.

Chad e Don estão em alerta, um apontando sua besta e outro sua arma com fogo vivo. Capaz de fazer dano até na pele mais dura existente. Ouvimos um barulho e ligamos a lanterna presa em nossas armas. Apontando para todas as árvores e caminhos que essa floresta escura tem. Um vulto grande passa por nós, fazendo com que eu segure com mais força o cabo da lança em minhas mãos. Sua ponta é feita com o mais forte metal, podendo dar um bom dano no dragão.

Paramos assim que misturado a escuridão, vemos a silhueta do enorme dragão negro, metros de altura e grandes asas, seu corpo é negro e a parte de baixo, roxo forte. Seu rabo fica levantado ao seu lado e ele rugi para nós, fazendo com que sintamos um bafo forte e quente. Chad sem demora começa a tentar acertar o grande bicho, que desvia de todas os dardos lançados. Pego impulso e jogo a lança, que passa ao lado de sua barriga, fazendo um pequeno corte de raspão e ele fazer um som alto. Que se mistura a noite fria, parecendo um trovão.

Seu rabo vem em nossa direção e Don não consegue desviar, sendo atingido na barriga e assim voando por uns metros até bater com a cabeça em uma pedra, caindo desacordado. Vejo que ele vai lançar algo verde da boca e pego uma das poções que tenho, corro em sua direção e jogo em sua boca, fazendo com que a fumaça se dissipe e o dragão engasgue. Feito isso, no momento de distração Chad consegue pegar a arma de fogo vivo e lançar chamas no rabo da monstro, que furioso nos joga longe. Ele corre até nós e logo suas garras atravessam o peito de Chad, que ainda tentava levantar, arregalo os olhos. Ele se livra do corpo o lançando longe e me encara, fazendo uma expressão de estar se divertindo. É um transformado, tenho certeza.

- Me deram mais trabalho que os últimos enviados - Me encara e começa a falar, com sua voz feminina e tenebrosa. É uma transformada mulher - Pena que não são bons o suficiente para mim - Levanto rápido e começo a correr, indo em direção a onde deixamos nossas mochilas. Preciso pegar minha arma que tem balas feitas do mesmo metal que a ponta da lança. Sinto o grande dragão correndo atrás de mim e isso me trás uma certa satisfação, misturada com a adrenalina em meu corpo. Logo sua cauda me joga para o lado, me fazendo cair próximo ao corpo estirado de Don no chão, vejo a poça de sangue e percebo que bateu com força na pedra.

Reviro meus bolsos enquanto me levanto novamente, procurando algo útil, encontro um pó que deixa momentaneamente cego e surdo. Sinto as garras do monstro rasgando minha barriga e me fazendo bater com as costas na parte alta da arvore, caio sobre meu pé e sinto uma dor enorme. O dragão fica a minha frente, com sua cabeça enorme próxima a minha, um sorriso brinca em sua grande boca cheia de dentes. Sinto sua respiração bater contra meu rosto e confesso que tenho quase certeza do meu fim nessa noite.

- Morra caçador imundo - Fala e quando uma bola de fogo se forma em sua boca, uso o restante de força que tenho. Soprando em seu rosto o pó, fazendo com que recue para trás e fique nervosa, olhando para todos os lados.

Ela começa a cuspir bola de fogo por todos os lados, tentando me acertar de alguma maneira. Fico em silêncio e não me movo, mesmo sabendo que não pode me ver ou ouvir. Seria melhor que ela achasse que estou morto, mesmo eu achando que essa ferida me levará a esse fim. Quando ela lança outra bola de fogo, eu grito, fingindo ter acertado em mim.

- Nãoo, isso queima. Aaaahr - Uso minha maior voz de dor e o dragão para, acho que está voltando ao normal sua audição. A visão demora um pouco mais.

Quinze minutos para meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora