Capítulo 9

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Por favor, não o odeie tanto o Aaron, ele tem solução ainda 🤭
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Sigo em direção ao meu quarto, eu realmente amei conhecer aqueles dois. Aquela ruiva me passou confiança e me ajudou a controlar aquilo que ao menos sei o que é. Ajeito o gorro na cabeça, precisei colocar de novo, pois o frio era cortante e a sensação de formigamento já tinha passado. Seguro no casaco, esta frio, muito frio. Retiro a bota com lama e deixo do lado de fora, ficando só de meia. Abro a porta e respiro aliviada, finalmente terei paz ... ou não. Meu sorriso murcha na mesma hora que vejo ele.

- Sério? Por favor, Aaron. Me deixa em paz. Eu não aguento mais ter de lidar com você, com minha madrasta, com tudo - Solto e nem ao menos me importo com ele. Seu olhar que antes estava fixo na cômoda, vai até mim e engulo seco.

Começo a recuar quando ele levanta e vem em minha direção. Ele parece estar transtornado, um caçador prestes a abater a presa e ele somente me encara com aqueles olhos raivosos e medonhos. Viro de costas e me ponho a correr, indo em direção a casa. Se eu entrar lá, certeza que ele desistirá do que quer que esteja em mente, ou mate nós cinco, mas ainda acho que é a primeira opção.

Quando estou prestes a chegar na porta, sou agarrada e minha boca tapada. Eu ao menos escutei seus passos atrás de mim, eu quero gritar e me proteger, mas é impossível me mexer de seu toque apertado. Cadê aquele poder que não aparece nessas horas? Estou em perigo, será como funciona?

- Você ficará em paz - Sussura e me arrasta para a floresta. Ele vai me dar um fim, ele vai acabar com tudo isso. E eu realmente não sei o que pensar, se isso é bom ou ruim.

Chegamos a uma parte bem distante e deserta da floresta, mesmo com o ar gélido, a lua nos da certa claridade, quando as nuvens se separaram. Ele me empurra e cambaleio para frente, viro para ele e fico a uma distância consideravel.

- Aaron, o que vai fazer? - Pergunto e não recebo a resposta, nem nos longos minutos que se passam depois - Aaron. Qual o problema?

- Você é o problema - Sua voz sai fria e rouca, como se estivesse prestes a explodir de raiva - Aquele dragão é o problema, humanos são o problema, monstros são um problema, meus pais são um problema e o GABRIEL É O PROBLEMA - Começa a se alterar e eu me afasto.

Ele anda exasperado de um lado pro outro e aproveito para olhar o ambiente, tentando achar uma forma de escapar. Eu queria soltar de novo aquela bola de poder, mas também não quero, pois ele vai descobrir que sou uma das que ele muito odeia. Sinto que isso não vai acabar bem, agora não sei para quem.

- Eu não tenho culpa de nada. Você quem me perturba desde o início e eu só te ajudei - Sai automaticamente e engulo seco quando recebo seu olhar, acho que acabei de assinar minha sentença.

- Ah é? Eu sou o louco agora? - Vem em minha direção e só paro quando bato em uma árvore. Temendo pelo pior.

- Eu não disse ...

- Eu estou cansado. Cansado de fingir essa merda toda, cansado de não estar no lugar que eu pertenço. Estou cansado de você e dessa curiosidade ridícula em desvendar seu segredo. Eu estou cansado e hoje darei um fim nisso.

- Você não precisa fazer nada comigo para isso acontecer. É só se afastar e esquecer de mim. Eu tentarei nunca entrar em seu caminho novamente - Digo e ele da uma risada irônica. Se aproxima e coloca a cabeça ao lado da minha.

- Você vai estar viva, isso vai ser o suficiente para eu voltar quando estiver entediado - Sussurra e sinto um arrepio passar por todo meu corpo. Ele não esta brincando e eu estou com medo. Ele se afasta e parece pensar - Qual problema dele? - Diz ao vento e penso que ele pode estar realmente louco - Se apaixonar por um monstro. Isso é nojento e asqueroso - Fala e o que acontece em seguida, é muito rápido e só fico parada tremendo. Ele se virou e com toda sua força lançou uma adaga em minha direção. Meu coração parece que vai sair pela boca e sem me mexer, levanto o olhar e vejo o cabo da adaga, centímetros acima de minha cabeça - Eu não sei o que você é, mas tenho certeza que é um deles. Então, você terá o fim merecido.

Quinze minutos para meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora