Capítulo 26

2.9K 333 412
                                    

O caçador não voltou ontem e confesso que estou com bastante raiva dele. Incrível como só ele consegue trazer a tona o pior de mim, coisa que nem as postiças conseguem. Eu fico no máximo algumas horas com raiva, sei que elas são pessoas frustradas, mas o caçador eu não consigo em nenhum momento ver como alguém que precise real da minha gentileza, só quando esta de bom humor.

Eu fui trabalhar e meus amigos foram lá, conversamos bastante e ainda bem que ninguém mencionou o Aaron, confesso que eu iria dar um soco, ta, não é para tanto, mas me irrita o fato dele estar de boa e do nada, ele vira um ignorante. Sério, ele não teve nem motivos para isso. Dólares é super confiável e não contaria sobre isso a ninguém, conheço ela a alguns anos e não tenho motivos para duvidar. Eu até tranquei a porta do quarto, mas quando vi que de fato ele não voltou, fiquei meio triste. Sério, quem me entende? Quero ele longe, mas ele até me irritando é quase legal, quase, ele trás comida sempre. Meu ponto fraco.

Conversei um pouco com Dolores sobre seu filho, mas ela foi tão vaga e disse que precisava correr com o café, e eu trabalhar. Tomara que ela venha com ele para eu conhecer, não to afim de ir na casa dela e forçar isso, sabe. Talvez eu mereça um garoto bonito me mimando e sendo legal comigo, claro, isso se eu for o tipo dele.

Já esta de tarde e a segunda feira esta sendo chata como maioria das vezes, ja fiz tudo e não tenho mais nada para fazer. Precisei fazer almoço só para minha madrasta, mas ela nem comeu direito. As meninas foram cedo para a faculdade, acho que é epoca de trabalhos ou provas, sei lá, elas estão tentando pois a mãe surtou dizendo que não gasta uma grana com elas atoa. Clarisse está se arrumando e ja vai para a empresa também.

Subo as escadas com certa lentidão e observo alguns quadros da parede, que tédio. Uns minutos atrás decidi que vou limpar a biblioteca que era do meu pai, tem tempos que eu não vou lá, é um pouco difícil de entrar e não ser bombardeada com muitas emoções. Então, como é um cômodo fechado a anos e que vez ou outra eu só entre para abrir as coisas, para não estragar, acho que preciso encarar e limpar, ou perderei tudo que ele juntou. Nem minha madrasta vai lá, ela tem seus próprios livros no escritório.

Termino de subir as escadas e ando em direção a biblioteca, mas paro no meio do caminho, quando a porta do quarto se abre e a mulher toda vestida de vermelho sai. Chamativa? Nem um pouco. Céus, essa gosta de ser o centro das atenções.

- Querida - Seu tom de voz gentil me assusta e olho para trás, vendo se alguma das filhas dela chegou - Estou falando com você mesmo - Se aproxima com um sorriso e não sei bem comp agir. Engulo seco e abro um sorriso estranho, mostrando os dentes - Tudo bem? - Pisca cinco vezes seguida. Medo.

- Sim e a senhora? - Decido seguir normal e sem demostrar que estou assustada com essa atitude.

- Estou bem - Segura a bolsa frente ao corpo com as duas mãos - Ariela me disse que o herdeiro Mitchell foi a biblioteca no sábado - Aaah, entendi. Claro que era algo que envolvia dinheiro.

- Sim, ele apareceu justamente quando ela chegou. Que coincidência - Digo colocando as mãos no bolso do avental.

- Ele costuma ir lá? - Pergunta com interesse e me olhando bem nos olhos. Parece até que quer me hipnotizar, cruzes, interesseiras. Tenho até pena do Aaron, com essa marcação que provavelmente vão tentar. Se bem que ele merece um pouquinho.

- Não, pelo menos não aos finais de semana, mas posso perguntar ao Victor se ele costuma ir lá. Mas do jeito que ele tem uma cara de esnobe, acho que foi lá por ultima opção mesmo, pois ele fez uma cara feia quando entrou - Desculpa Aaron, mas eu não quero mesmo essas garotas me marcando lá também.

- Entendo. Sabe o livro que ele pegou? Gostaria de saber o que ele gosta, sabe como Ariela esta interessada nele - Faz uma cara de pura tristeza - Fico triste vendo minha filha sofrendo assim pelos cantos - Uhum, sofrendo e dizendo para Graziela cedo, que ontem ... melhor nem comentar o que ela tanto fez que estava até difícil sentar. Minha madrasta ainda não tinha chegado e eu sai, evitando os detalhes que ela fez questão de contar.

Quinze minutos para meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora