Capítulo 12

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⬆️ Pai do ⬇️

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Aaron

A noite foi embora e mais uma vez, eu não consegui dormir. Consegui no máximo umas duas horas de sono e depois acordei, com a madrugada inteira pela frente. Não estava tão cansado por ter dormido a tarde, mas eu queria mesmo é ter tido uma noite de sono longa e tranquila. Eu levantei, passei pela cozinha para fazer algo para comer e logo vim para onde estou agora, na academia.

O dia acabou de clarear e vejo através das paredes de vidro que vai ser mais um dia frio. O dia acordou dez graus a menos que ontem e os flocos de neve se fazem presente em excesso. Eu não gosto tanto assim de frio, e por isso acho essa oscilação do tempo uma porcaria. Ajeito a touca preta e levanto, encaixando as luvas vermelhas que constrastam bem com o conjunto moletom preto que estou usando.

Começo a dar socos no boneco de treino, acerto com força a área do peito e perco a conta de quantos socos dei. Paro quando vejo que consegui driblar o frio e o suor escorre pela minha testa, passo a manga do casaco para limpar e logo escuto um barulho, viro em direção a porta e vejo meu pai entrar. Ele esta descalço e usando uma calça moletom cinza, uma regata branca e uma toalha envolta no pescoço. Eu nunca gostei dos treinos de resistência ao frio que os caçadores faziam, sempre dava um jeito de fugir e acho que por isso o frio me incomoda tanto.

- Pronto para levar uma surra? - Pergunta me fazendo arquear a sobrancelha - Sem a luva - Aponta para a minha mão e logo joga a toalha no tatame. Fico desconfiado dessa subida interação comigo e fico na defensiva.

- Pensei que estava velho demais para isso. Bom, não lembro de te ver por aqui durante esses meses - Digo tirando a luva e jogando no chão. Vai ser bom lutar com alguém que não seja um boneco sem vida. Desde que eu vim para cá, não vi nada nele que mostrasse que ainda tinha a veia de caçador. Sempre vestido em seu terno e falando de negócios, é até estranho vê-lo assim, tão relaxado e descontraído.

- Mesmo assim, ainda consigo te ganhar. Muitos anos de experiência - Diz dando um sorriso e só junto as sobrancelhas ainda desconfiado, porém curioso.

- Mas ... - Não tenho tempo de terminar, pois o homem de quarenta e cinco anos vem em minha direção sem eu esperar e acerta um chute em minha costela com força.

- Nunca baixe a guarda, sempre espere pelo ataque surpresa - Diz debochado e reviro os olhos. Se ele quer lutar, vamos lutar.

- Por isso se chama ataque surpresa, pois ninguém está esperando.

- Por isso nunca baixe a guarda - Afirma mais seu ponto de pensamento e apenas concordo, até que faz sentido.

Avanço em sua direção, mas ele é mais rápido e desvia de mim, me fazendo passar direito e quando virar, receber um chute no ar e bem no rosto. Que merda, me sinto um fraco no momento. Como ele após tanto tempo sem lutar, ainda faz isso tão bem? Cambaleio para trás ja com todos os nervos prestes a explodir e fico mais irado ainda quando ele faz um gesto com a mão, me chamando para a briga. Nos encaramos enquanto giramos e ele avança, mas dessa vez consigo bloquear seu ataque e seguro em seu braço, virando de costas e dando um impulso, fazendo ele voar pelo meu ombro e cair no chão. Dou uma risada enquanto me afasto e escuto ele levantar resmungando de dor.

- Não vai rir agora? - Pergunto deixando o homem de cabelos em transição pro branco cheio de raiva.

Ficamos em uma luta para valer e com muitas provocações por um bom tempo, até que o limite chega e caímos no tatame, cansados, suados e ... rindo? Isso sim é diferente.

- Isso foi revigorante - Escuto ele falar enquanto bebo um gole da minha água - Nem sei quando foi a ultima vez que lutei assim. Acho que tem alguns meses, fiquei atolado na empresa e não tive tempo mais tempo para vir aqui treinar - Diz nostálgico e quase falo que parece que foi ontem, pois estou bem dolorido, nas costelas mais ainda, fui bem atingido nessa área - Sua mãe vai enlouquecer quando vê esse corte que conseguiu fazer no meu supercílio. Ela finge não se importar, mas nos seus dramas sei que se importa e muito - Diz como se fossemos amigos de longa data.

Quinze minutos para meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora