Capítulo 5

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- Você deveria passar a trancar as portas. Não é muito seguro, alguém pode entrar - Diz inocentemente e bato na testa, fazendo a mão deslizar até o queixo e logo bufo. Ele não tem noção nenhuma.

- Oh! É verdade, mas parando para pensar. Eu nunca precisei, pois antes não tinha um maluco atrás de mim - Debocho e vou pegar uma roupa.

Não estou com medo dele por eu estar assim, só de toalha. Pelo simples motivo de que se ele quisesse me fazer algum mal, ja teria feito, oportunidade não faltou. Pego minhas roupas intimas e um vestido soltinho. Volto para o banheiro e visto a roupa, saio e dou de cara com o maluco. Que me prensa na parede. La vamos nos de novo.

- Eu quero saber sobre seus pais - Fala e sinto sua respiração quente em meu nariz. Ele esta bem perto. Seu hálito cheira a amendoim, eu odeio amendoim. O que também se da ao fato de eu ser alérgica. Não tanto quanto algumas pessoas, mas uma alergia moderada, geralmente sinto algumas coceiras, formigamentos e essas coisas. O alergista certa vez até recomendou que eu comece uma pequena quantidade por dia, para o sistema ficar imune, nas eu simplesmente não gosto do sabor.

- Meu pai nasceu no Peru e veio para os Estados Unidos assim que completou dezoito - Digo a verdade e ele fica me avaliando, vendo se tem alguma ponta de mentira - Minha mãe nasceu na Alemanha, mas só sua mãe era de lá, o pai era daqui - Conto a mentira que inventaram sobre ela, quando fez documentos e tudo mais - Pronto, contei um pouco dos meus pais. Agora pode sair - Empurro seu peito, mas ele nem se move - Céus, Aaron. Eu quero dormir - Cruzo os braços e faço cara de brava.

- Se você me contar de onde sua mãe veio. Eu te devolvo o colar - Fala e franzo a testa, tentando parecer ofendida poe ser chamada de mentirosa.

- Mas eu acabei de falar  - Esbravejo e fico com raiva, ele tem percepção de mentira agora? Polígrafo ambulante? Affz.

- Mas está mentindo - Da de ombros e respiro fundo. Como eu queria socar esse rosto lindo dele agora. Fecho os olhos e me controlo. Eu não sou assim, respira Ella. Você é gentil e não uma pessoa que fica pensando em natar caçadores alheios. Se controle.

- É sério caçador, essa é a verdade. Pelo menos a que me contaram. Agora eu preciso dormir - Falo e ele da um passo para trás, não convencido pelo que falei, mas pelo fato de seu celular de ultima linha, começar a tocar. Aparece uma foto, da mulher do mercado e escrito Dramática/Mãe. Ele encerra a chamada, mas logo volta a tocar de novo e ele bufa muito irritado.

- Qualquer dia desses, eu volto para outro interrogatório e quem sabe ouvir a verdade - Fala indo em direção a porta. A mãe deve estar querendo saber onde ele esta, ela parece ser bem autoritária.

- Essa é a VERDADEE - Digo irritada antes dele sair, mas ele simplesmente abre a porta e me olha.

- Sabe que não é - E sa, fechando a porta. Pego meu despertador e jogo com tudo na porta.

- Você me irritaaa - Falo irritada e respiro fundo. Esse garoto esta sempre trazendo o pior de mim. E sempre que estou com ele, o que minha mãe me disse vem a mente. Tenha coragem e seja gentil. Coragem eu tenho, agora ser gentil com ele ta sendo impossível.

Sento na cama e passo a mão no rosto. Se controla menina, você não é assim. Tento me acalmar, mas meu coração ainda esta acelerado e as palavras daquele caçador ainda ronda em minha mente. Por que ele precisa voltar? Me esquece. Após me acalmar, pego o despertador e vejo que só deu uma lascadinha no visor, mas não afetou em nada. Tranco a porta e me jogo na cama, tapando os olhos com o braço.

- Pensamentos felizes, pensamentos felizes - Murmuro e puxo a coberta. Preciso dormir, amanhã é sábado e terei folga a tarde, quero aproveitar e sair um pouco. Preciso relaxar e esquecer todo mundo. Passar o dia na biblioteca, decidido. Pelo menos poderei ficar com a cabeça em outro mundo.

Quinze minutos para meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora