Capítulo 18

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Ella

- Tem certeza mesmo que não vai abrir amanhã? - Pergunto meio triste ainda com o telefone apoiado no ombro - Tudo bem, até semana que vem. Boa viagem - Respondo e após o agradecimento, coloco o telefone no lugar novamente.

Volto a cozinha tristinha por saber que Victor vai viajar com a esposa e só vai abrir a biblioteca semana que vem, sem dia certo ainda. Acho que eles vão visitar uns parentes em outro estado. Ao entrar na cozinha, vejo a fada sentada na cadeira e acariciando seu coelhinho, companheiro dela nessa estadia aqui em meu mundo.

- Podemos começar?

- Precisa ser agora? - Pergunto querendo fugir desse possível curso intensivo de como usar os poderes.

Quando entramos na cozinha só deu tempo de colocar a água para esquentar e logo depois o telefone tocou. Não tivermos nenhum tipo de dialogo revelador ainda. Vejo que a chaleira esta sobre a mesa e em uma xícara está saindo fumacinha, apressada.

- Sim, pois quando mais rápido eu acabar, mais rápido eu volto para casa - Diz sorrindo.

- Aut - Coloco a mão sobre o peito - Obrigada ppe explanar que está aqui por obrigação - Digo brincando, fingindo estar ofendida e ela arregala os olhos.

- Não, não - Levanta e vem para perto de mim - Não é isso não. Você parece bem legal, igual a sua mãe. É que se eu ficar aqui muito tempo vou começar a ficar fraca, seu mundo é muito poluído - Diz e logo faz uma careta de nojo, que me faz rir.

- Eu to brincando - Sua expressão se alivia após minha constatação, acho que ela não entende muito bem o que é sarcasmo - Terminou seu chá? Podemos ir para meu estúdio de dança. Lá poderemos conversar melhor.

- Tudo bem - Diz pegando seu coelhinho e tomando o restante do chá. Céus, isso estava muito quente aparentemente - Vamos - Sorri.

Chegamos ao estúdio e ela coloca seu amiguinho no chão, fecho a porta e ela anda pelo ambiente, olhando tudo com atenção.

- Onde ficam as coisas da sua mãe? Naquela casa grande? - Diz olhando para as coisas do meu pai.

- Ah! Sim. Ficam lá - Baixo o olhar.

- O que foi? Aconteceu algo? - Pergunta notando minha mudança de humor, nego com a cabeça.

- Como ela era lá no seu mundo? - Mudo de assunto e me sento no chão, cruzando as pernas em seguida. Ela faz o mesmo a minha frente logo liberta suas asas. O que me faz ficar admirando a todo momento.

- Ela era muito gentil, amorosa, corajosa e meio impulsiva - Diz rindo - Sabe, precisa ser muito corajosa e impulsiva para decidir ir embora de seu mundo por amor. Sabe, largar tudo para trás - Vejo que fica triste.

- Vocês eram o que? Tipo, como funciona os graus de parentesco e essas coisas lá - Pergunto tentando novamente suavizar o assunto.

- Bom, nós não temos pai ou mãe, se é isso que quer saber, mas as vezes nós nos apegamos tanto uns aos outros que viramos irmãos, como sua mãe e eu eramos. Nós eramos inseparáveis e por isso senti muito a partida dela - Diz com certa melancólia.

- Huum, é.... como vocês nascem então? - Me sinto meio envergonhada ao perguntar, mas se eles não tem pais, como funciona?

- É meio complicado, então vou resumir. Existe uma coisa chamada renmagis, é uma fonte de energia e força vital que alguns tem, tanto humanos quanto melis aqui do seu mundo - Fico prestando bastante atenção em sua explicação, outra coisa incrível que descubro - Quando esses bebês com uma certa quantidade de renmagis do bem nascem, começa esse processo. Quando o bebê da seu primeiro sorriso, isso se funde ao renmagis e nasce um broto la no jardim específico para isso acontecer. Após um tempo esse broto se abre e nasce uma fada.

Quinze minutos para meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora