Capítulo 21

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Aaron

O que tem de errado comigo? La estava eu, frente a frente com a garota e super agitado por finalmente ter descoberto o que ela é, mas só ficava pensando em beijar ela novamente e sentir aquele gosto bom que ficou após o beijo. Minha única alternativa foi me afastar - correr - e decidir levar ela embora. A loucura da cabeça dela está me contagiando. Tipo, ela é bonita e gentil, acho que isso acaba atraindo até as piores pessoas e acaba afetando devido a convivência, mas eu não posso ser afetado. Eu sou um caçador, certo? Não temos sentimentos dessa magnitude, pois isso atrapalha bastante.

Confesso que acabei falando o que não devia na hora da raiva, mas eu sou assim e isso é difícil de mudar. As vezes eu não percebo na hora e só depois me dou conta. Ela é sempre legal quando pode, ouvir ela chorando depois me incomodou e muito - o que é extremamente estranho, pois nunca liguei tanto para isso -. Acho que ninguém contava que minha mãe iria voltar cedo de viagem, acho que isso atrapalhou o plano de fuga dela.

Eu sempre digo que preciso me afastar, mas é como se tivesse um imã nos fazendo sempre se esbarrar nos lugares e bom, uma coisa leva a outra. Eu descobri de fato o que ela é, mas no momento isso parece tão insignificante para mim. Fiquei tanto tempo tentando descobrir e agora que sei, tanto faz. Mas de uma coisa eu sei, eu de fato preciso me afastar agora, acho que a nossa convivência esta afetando ela e não de maneira boa.

- Ja decidiu o que vai fazer com tal informação? - A voz dela me tira do transe e a olho de relance. Vejo ela tirar algo do bolso e acabo franzindo a testa, quando ela abre o papel fico surpreso.

- Você roubou meu desenho? Isso é pessoal - Falo um tanto incomodado, será que ela viu os outros cadernos sobre a mesa?

Costumo desenhar quando estou carregado de pensamentos e preciso aliviar essa carga toda. Igual a essa semana que passou, foi tensa e mais uma vez o sono foi substituído por muitos desenhos. Eu joguei um caderno fora - eu até tentei, mas vi que a empregada pois ele de volta no meu closet. Acho que ela não entendeu o recado quando viu na lixeira de papéis do quarto - pois toda vez que eu tentava desenhar um monstro, inconscientemente o rosto no final era sempre o dela.

- Sou eu, achei por bem pegar. Não te dei os direitos autorais de minha imagem para desenhar - Diz zombando de minha cara e suspiro fundo, balançando a cabeça em seguida. Garota estranha - Agora me responde.

- No momento a informação sobre o que é não me interessa muito. Mesmo eu tendo falado que contaria e bláblá, não sou como aquele tal de Dimitri que expôs a sereia por dinheiro. Então, tanto faz - Digo sinceramente, não tem por que mentir sobre e por medo nela.

- Continuando suas palavras: E mesmo agora que eu sei, não contarei para ninguém e nem mesmo ao Clark. Pois se ninguém sabe sobre vocês até hoje, então deve continuar assim. Desculpa, Ella, por ter sido um babaca ontem e ter dito que você era uma golpista. Eu realmente sinto muito, me perdoa - Diz meio que tentando imitar minha voz e dou risada disso.

- Eu não falo assim e definitivamente não falaria esse final ai.

- É assim que eu te escuto - Diz dando de ombros e olha para fora, encarando o retrovisor que mostra o sol nascendo lá trás - Ainda não sei como pensou isso de mim - Comenta ainda recostada e colocando o pé no banco. Nem falo mais, não adianta mesmo, volto a prestar atenção na pista - Verdade, a gente nem se conhece direito - Diz após uns minutos calada e da um pulo no banco, parecendo ter uma otima idéia, me olhando bem eufórica. La vem - Você sabe minha idade? - Nego com a cabeça, e nem quero saber, mas ela continua - Tenho vinte e um, faço aniversário em novembro. Sua vez - Por Richard, só queria uma viagem tranquila até a casa dela. Essas meia hora serão longas.

Quinze minutos para meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora