Quinze minutos para meia-noite

Capítulo 30

Três semamas depois

- Para onde estamos indo? Eu deveria estar no trabalho - Digo apoiando o cotovelo na janela do carro e encaro a paisagem que corre pela janela. Bocejo e encaro o garoto, ele precisa cortar esse cabelo, já esta incomodando ele pelo que pude perceber. Ele ta com um tique de jogar ele para trás a cada segundo, que já esta me irritando.

- Segredo - Diz abrindo um sorriso, ele sabe que irei me corroer de curiosidade e faz assim mesmo.

Foram longas e intesas semanas, e mesmo sem saber para onde vamos, estou feliz por finalmente descansar. Eu estou esgotada e preciso relaxar um pouco. Minha madrasta tem dificultado minha vida nessas semanas e não sei de onde ela tira tanta coisa para eu fazer.

"Lave todas as roupas, até as limpas. Vá ao estado vizinho e pegue as encomedas. Faça isso, aquilo e aquele outro."

Eu tive descanso mesmo aos fins de semana, quando ia a biblioteca e acho que até o Victor ficou com pena, pois facilitou bastante para mim. Não consigo entender o motivo de não conseguir negar isso, de falar faz você ou não sou sua empregada. Não aceito mais suas ordens, mas lá no fundo eu morro de medo e sempre suspeitei que ela tem algo a ver com a morte do meu pai. Não sei, não a nada que prove a desconfiança, é só um pressentimento que eu tinha esquecido e voltou forte ultimamente. Acho que pelo simples motivo dela estar tentando me matar de tanto trabalhar.

Eu também voltei a biblioteca do meu pai quando tive oportunidade, mas não achei nada de interessante. Os livros na parede eram edições limitadas e alguns livros raros antigos, alguns exemplares que eu sabia que meu pai tinha, porém não sabia onde estava. A porta lá em cima, eu não consegui abrir e olha que tentei de tudo, parecia selada por alguma mágia, não a porta, mas dentro. Acho que é isso, pois mesmo jogando minha magia para tentar arrebentar a porta, eu não consegui entrar, pois algo dentro protegia. Claro que eu parei de tentar de duas semanas para cá, pois eu só trabalho e depois durmo, cansada demais para qualquer outra coisa.

- O sol já vai nascer. Vai perder? - O caçador me sacode e desperto do meu quase sono. Olho bem irritada, mas sem forças para retrucar.

Aparentemente quando estou cansada e em minhas crises emocionais devido a TPM, eu sou tarada e me jogo para cima do caçador, obrigando ele a dormir agarrado comigo. Sabe, consegui atingir uma parte dele, a que sente pena. Acho que isso tem a ver com o fato de minhas olheiras estarem voltando, eu não estou tendo tempo de dormir e isso ta afetando minha ex-pele perfeita de fada. Ou seja, não estou dormindo o tanto que deveria para me manter revigorada.

Posso dizer que nossa relação melhorou bastante nesse meio tempo e ele tem se soltado bem mais comigo, ja eu to super solta e me achando a dona dele. Não no sentido ' você é minha propriedade ', mas no sentindo ' que merda, acho que estou apaixonada por você. ' Ok, isso não é a coisa mais legal do mundo em tal momento, visto que possivelmente não serei correspondida, mas eu sou humana, não, meio humana, mas voltando, eu acabei confundindo as coisas e espero não demonstrar tanto assim.

Sério, o caçador leva comida para mim, ele até tem se mostrado preocupado comigo em relação a esse excesso de trabalho que minha madrasta tem passado. Acho que mesmo sendo totalmente contra todos os seus princípios, seu cuidado comigo tem sido um colírio para meus olhos. Eu nem sabia mais como era se sentir cuidada assim. Como eu disse ao Harry, é só ficar um tempo comigo que a pessoa muda totalmente.

O caçador até sugeriu em comprar uma casa e nós dois morarmos juntos, como amigos claro, mas que dividem a mesma cama, pois seu sono é muito importante. Fiquei até tentada a aceitar, mas se eu sair da minha casa por direito, nem sei o que minha madrasta pode fazer. Ela pode até querer por fogo em tudo ou por abaixo, só para me afetar e também tem o fato de eu ter medo dela, vai que ela faça algo contra mim. Mesmo que ela talvez não consiga pois eu tenho poderes e ela não, mas mesmo assim, eu aprendi a não subestimar.