Capítulo 29

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Hoje é sabado e a semana passou em um piscar de olhos. Após o meu dia de folga durante a semana e aquela tensão toda que rolou, no fim do dia tudo acabou, literalmente, em pizza. O caçador não me deu mais detalhes de sua discussão com o pai e eu também não insisti, mesmo bem curiosa.

Hoje eu precisaria ir para a biblioteca, mas eu não estou nada bem, acho que a senhorita independente está querendo me dar uma amostra de dez por cento do que deve ser a dor de um parto, só pode. Me encolho um pouco quando outra dor forte vem e me seguro na pia, odeio sentir cólica. Tive de ligar pro Victor e dizer que estava bem mal, ele aceitou de boa e me desejou melhoras. Disse a ele que se amanhã eu tivesse melhor, eu iria sem falta.

Deve ter sido por isso que durante a semana eu fiquei bem estressada facilmente, o caçador está sem vir desde quarta, arrumei motivos onde não tinha para brigar com ele e ele foi embora na hora. Até mandei mensagem perguntando se ele tinha achado companhia melhor que eu, ele disse que eu estava muito chata e que estava ajudando o pai. Não liguei muito para isso, pois eu estava um tanto insuportável mesmo e sei que ele não é uma pessoa muito tolerante. Tive de mandar mensagem para Aurora também, cancelando o almoço de hoje com ela e meus outros dois amigos, contei que estava nos dias de treva, cheia de dores e ela super entendeu.

Coloco o café na garrafa e pego a jarra de suco, coloco na mesa das madames e vejo que tudo está em seus conformes. Adorei esse apelido que Dolores deu. Estou suando frio devido a dor e acho que to andando até meio torto, como se isso foi adiantar alguma coisa.

Sigo em direção ao quarto e a primeira coisa que faço é me enfiar em baixo da coberta, ja fiz a minha parte, o restante é com Dolores. Fecho os olhos e me concentro em não sentir essa dor, ser uma meli poderia ser útil nessas horas, mas aparentemente isso não afeta essas coisas naturais que um corpo tende a fazer.

Faço careta quando uma batida na porta me acorda e abro os olhos, minha cabeça da uma pontada, só faltava isso para melhorar tudo. Deve ser Dolores, outra batida e falo para entrar. Agora ela aprendeu a não entrar direto, os constragimentos anteriores foram bem decisivos. Ela entra devagar e ainda desconfiada, mas quando não vê o caçador, ela respira aliviada. Não entendo bem o motivo, mas de fato não estou bem para questionar.

- Tudo bem, querida? Não deveria estar indo pro trabalho? - Pergunta sem entender e me encolho mais, ficando bem confortável e ela senta na beira da cama.

- Hoje é um daqueles dias - Faço biquinho.

- Já tomou remédio? Posso fazer um chá para você - Diz e faço careta, ela ri disso.

- Não achei nenhum remédio, provavelmente acabou e eu não posso ir comprar. Não mesmo - Digo e ela fica pensativa.

- Henrico vai trazer uma bolsa para mim depois, posso pedir a ele para trazer. É caminho, ou pode pedir para entregar.

- Ah, melhor ele trazer mesmo. Eu posso conversar melhor com ele - Fico animada e me mexo, mas lembro do motivo de estar em casa. Cheia de dor e muito melancólica.

- Ele não vai poder ficar aqui, está ajudando o pai em casa - Diz rápido e se levanta.

- E quando poderei conhecer ele mesmo? O Aaron fica dizendo por ai que somos namorados só para afastar os garotos. Isso é irritante - Faço cara feia e cruzo os braços sobre a coberta.

- Eu ainda não entendo essa relação de vocês.

- É complicada, mas funciona. Somos como melhores amigos - Ela franze o nariz e arqueio a sobrancelha.

- Parecem namorados. Saem juntos, dormem juntos e você ta até mais gordinha, deve ter encher de porcarias.- Começo a rir e ela cruza os braços, faço que não.

Quinze minutos para meia-noiteOnde histórias criam vida. Descubra agora