Aaron
- Vai ficar quieta até quando? - Pergunto já irritado pelo silêncio. Desde que saímos da cidade que estávamos até agora, ela está quieta. E se tratando dela, isso é realmente preocupante.
- Eu quero ir ao banheiro - Pede assim que vê a loja de conveniência mais a frente, a mesma que fomos antes de sair da cidade e seguir rumo aquela floresta. Acho que a unica coisa boa que aconteceu lá, foi o soco que dei no Harry antes de pegar as coisas e sair correndo atrás dessa doida. Se ela se perdesse, quero ver o que iria fazer.
Estaciono o carro na vaga e ela sai rápido, batendo a porta com força em seguida. Fecho os olhos momentaneamente, respira e não pira. Preciso lidar com o humor da garota e isso é algo que definitivamente não sei, sem contar o sermão que vou receber ao chegar em casa. Acho que não pode piorar, já estou bem ferrado. Saio do carro e encosto no mesmo, estou nervoso e ficar sentado não está ajudando muito.
Após uns minutos ela sai do local, amarrando o casaco na cintura e com a cara bem séria. Não vejo o motivo dela estar assim, eu falei somente a verdade e não foi nada de tão errado assim. Quando chega perto do carro e estou prestes a perguntar se ela quer ir comer algo, uma voz atrás de mim chama sua atenção.
- Ella, querida - Fico em alerta quando escuto a voz.
- Dolores - A garota passa por mim e corre até a mulher dando um abraço apertado. Quando seus olhos focam nos meus, ela congela e parece desesperada, só entendo o motivo disso quando um alarme de carro é ativado e um homem aparece.
- Mãe, vamos? - A voz faz a garota olhar de curiosidade e percebo ela corar bastante. E não entendo bem o motivo da aflição no meu peito.
- É, isso. Vamos - A mulher diz apressada e bem nervosa. Posso expor o segredo dela se ela não cumprir com o acordo, que ela mesmo propôs. Se bem que se eu pensar bem, mesmo estando com o filho ela chamou a garota e se eu não estivesse aqui, ela não cumpriria com o acordo.
- Henrico? Nossa, que prazer te conhecer. Sua mãe fala muito sobre você - Odeio esse lado gentil e amigável dela, só agora percebi isso. Que vontade de colocar ela no carro e ir embora, mas apenas fico parado e vendo a cena diante do capô de meu carro.
- Você deve ser a Ella. A menina das fotos do natal, certo? - Diz e ela assente tímida. Sinto meu sangue desaparecer quando ele e ela se abraçam, qual a necessidade disso? Quem se cumprimenta assim? Aparentemente meu dia piorou mais ainda - Minha mãe fala muito sobre você - Acho que nenhum dos dois percebeu que falaram a mesma coisa. Essa Dolores fala muito aparentemente. Ela me olha apreensiva e gesticulo com a boca que irei contar.
- Filho, precisamos ir. Vamos - Diz enganchando o braço no dele desesperada e tentando puxar, mas ele continua parado encarando a loira.
- Eu não estou trabalhando hoje, Dolores. Não precisa ter pressa, as madames me deram folga - Diz e pisca.
- Eu estou com pressa - Rebate.
- Não estamos - Esse garoto também não ajuda muito - Está sozinha? - Pergunta e ela abre a boca para responder.
- Não, estamos juntos - Meu corpo se aproxima e falo por impulso. Por Richard, to parecendo uma pessoa ciumenta. Eu não sinto ciúmes, apenas não quero perder meu lugar de sono.
- Oh, desculpa - Ele se afasta um pouco - Foi mal cara. Eu não sabia - Fico um pouco aliviado por ele achar que ela e eu temos algo.
- Nós não somos ...
- Nós brigamos - Coloco o braço sobre os ombros dela, ela fica totalmente sem reação - Ela está fingindo que não nos conhecemos. Birrenta - Digo fazendo uma força enorme para parecer sociável.
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Quinze minutos para meia-noite
FantasySiga meu Instagram para saber mais sobre meus livros: @melpimentelautora * Ella, uma jovem que enfrentou a perda de seus pais, encontra razões para seguir em frente nas memórias que a mantêm viva. Vivendo com uma madrasta e suas filhas, Ella se esfo...