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O meu olhar salta de um rapaz para o outro

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O meu olhar salta de um rapaz para o outro. Comigo entre ambos e no que me parecem horas, nenhum dos rapazes se pronuncia, por isso decido tomar a iniciativa.

– Suponho que sejas o Rick – digo com alguma desconfiança. Não preciso de ser nenhum génio para saber que a resposta é positiva, mas não sei ainda ao certo quem ele é.

O rapaz demora a entender que estou a direcionar-me a ele de tão focado que está naquela competição de testosterona, mas quando se força a voltar à realidade o seu olhar recai sobre mim. Sinto-me constrangida com a pressão.

– E eu tenho o gosto de estar a dirigir-me a quem?

Por momentos, bloqueio. Sei que não é seguro revelar a minha identidade com todas aquelas pessoas, por isso fico sem saber o que responder. Porém, Kai atinge o mesmo raciocínio que eu e intervém.

– Existe algum lugar mais... privado onde possamos falar?

– Mais privado do que aqui?

Sinto Kai a ficar mais desconfortável ao minuto. Não consigo condená-lo, visto que partilho do mesmo sentimento. Agora que já atingimos o nosso objectivo, só quero sair o mais rápido daqui.

Rick faz um esgar com o nosso silêncio. – Se achas que o que me vais dizer tem o remoto interesse para mim.

– Envolve o Aidan.

As palavras de Kai alteram por completo a postura presunçosa que Rick assume. Vejo um misto de sentimentos descrever-se no seu rosto enquanto tenta perceber o que aconteceu.

– Sigam-me – diz, por fim.

O meu coração assume o descanso por alguns instantes. Lentamente, seguimos a marcha atrás dele. Aparecida do nada, Annaleah coloca-se ao meu lado, apertando-me o braço. Olho para ela e é só receio que sinto e encontro nos seus olhos. Tento lembrar-me que não os vou ajudar através de uma atitude altruísta, e sim que estou a ser obrigada. Mas, no final de tudo, sou humana e é impossível não me deixar afectar com tudo o que está a acontecer.

Por entre as pessoas, tentamos caminhar o mais discretamente possível. Rick leva-nos para uma varanda onde não se encontra ninguém. Quando entramos todos, fecha a porta bloqueando a música e todo o barulho de fundo.

Permito-me a olhar em redor. A vista permite-nos observar quase toda a Cidadela. Arrepio-me com o vento e com a sensação de grandeza que a que o lugar nos possibilita.

– Este lugar é o mais privado que consigo arranjar – Rick anuncia, captando a minha atenção.

Annaleah suspira e tira a máscara. Os seus grandes olhos azuis reluzem à fraca luz. Pela primeira vez, questiono-me sobre a sua idade. Ela parece muito mais nova do que eu.

– Precisamos da vossa ajuda.

Rick contempla-a de alto a baixo. – Estás cada vez mais encantadora, Leah.

Filhos das RuínasOnde histórias criam vida. Descubra agora