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Kai não reage de imediato

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Kai não reage de imediato. A surpresa é tão grande que se sente como se o seu sangue tivesse parado de circular dentro das suas veias. Está em choque, e sem forma de reacção.

Num ímpeto, decide erguer as mãos para que o irmão veja que ele quer magoá-lo.

– O que estás a fazer?

– Eu estou a tentar ajudar-te, mas não me ouves.

– Estou a ouvir-te. Larga somente a faca, por favor – suplica-lhe Kai.

– Não, não estás. Só largo depois de me ouvires.

– Aidan... Não temos tempo. Podemos falar lá fora, depois de sairmos daqui.

O irmão abana a cabeça. Mais caracóis agarram-se ao seu rosto devido ao suor e sujidade. Alguns cobrem-lhe os olhos, porém o rapaz não os desvia.

Kai tenta dar um passo em frente, porém Aidan recua. Embora parece estar subnutrido, continua com as mesmas capacidades de antes.

– Diz-me – replica Kai, conhecendo o irmão e sabendo que enquanto ele não falar não conseguirá demovê-lo de nada. – O que precisas de me dizer.

Aidan respira fundo. – Necessito que entendas o motivo pelo qual estou aqui, pelo qual sou um risco perto de ti e me devo manter longe.

Kai suspira de exaustão. A raiva começa a tomar conta do seu corpo. Então, para que possa rapidamente despachar isto, assente para que o irmão prossiga. Aidan não precisa sequer de uma segunda ordem para começar a contar a história.

– Há pouco mais de vinte anos, uma kakoi fugiu do Quartel por estar envolvido com um humano, alguém do povo. Algo, como tu sabes, que é proibido.

«Ela era, na altura, a general do exército kakoi, por esse motivo a sua fuga tornou-se algo muito público. A sua cara começou a preencher as ruas da Cidadela. Pessoas chegam junto do governo, indicando que a tinham avistado. Muitos eram verdadeiros, outros mentiras para que pudessem recolher as recompensas.

Kai ouve barulhos nas escadas, cortando a sua atenção. Têm cerca de dois minutos para escapar, não mais do que isso. Olha para Aidan e faz-lhe sinal para que perceba que estão a ficar com o tempo contado.

– A mulher somente foi capturada um ano depois, e conta-se que nesse período ela teve uma criança do humano. Criança esta que ela sempre negou e tentou manter em segredo, até ao dia da sua morte, em que proclamou a quem quisesse ouvir que essa criança, um dia mais tarde, seria a desgraça do Estado. Isto porque a criança tinha tudo o que um kakoi e um humano precisava. A criança seria a imagem de união e de esperança tanto para o povo como para os kakois.

– Aidan, o ponto da história – Kai tenta apressar. – Estamos a ficar sem tempo.

– Há dez meses, trouxeram-me para aqui a achar que eu sou essa criança.

Filhos das RuínasOnde histórias criam vida. Descubra agora