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Quase choro pela minha cama

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Quase choro pela minha cama.

Com os braços em meu redor, tento controlar o melhor que consigo o pânico e ansiedade que se estimulam ainda ao longo do meu corpo. Culpo o frio pois não quero que os outros percebam o quão afectada estou. Menti-lhes há pouco, e desconheço o motivo. Não entendo porque Amriel deixou-me fugir sem fazer nada, mas não quis ficar lá por muito mais tempo do que necessário para descobrir. Talvez ele realmente goste da caça. Se assim for, eu não passo de uma presa fácil para ele.

Ninguém fala comigo até chegarmos em casa. Agradeço-lhes mentalmente por tal, e também sem dizer nada sigo para o meu quarto para tomar um banho. A porta a fechar-se suprime alívio em mim. Dispo o vestido o mais rápido que consigo e entro para o chuveiro. Sob a água quente, choro por tempo indeterminado.

Por mais que tente, não consigo arranjar uma razão para a atitude de Amriel. Ele foi a pessoa que tentou matar-me faz dias e falhou. Como pode ele não aproveitar a oportunidade para vingar-se disso? Não é algo típico de um kakoi – não de um que tem gosto no que é, como tão bem ele deu a entender.

Vai chegar o dia em que eu vou ter de enfrentá-lo. Nesse dia, terei de estar preparada. Amriel não é pessoa para se menosprezar como algumas marcas no meu corpo podem comprovar. Ele é letal, o seu olhar reflecte isso mesmo. Mais rápido, mais forte, e com uma precisão na luta que não se pode sequer comparar à minha. Tenho de começar a preparar-me o melhor possível.

Saio do banho e visto uma roupa prática. A maquilhagem desapareceu toda, então volto a ser eu mesma. Observo o meu reflexo. Os círculos cinzentos por debaixo dos meus olhos indicam-me que preciso desesperadamente de descansar. No entanto, eu sei que eles aguardam uma resposta minha.

Encontro-os na cozinha. A conversa cessa com a minha entrada. Annaleah levanta-se prontamente da cadeira e envolve-me num abraço.

– Desculpa-nos – diz-me com sentimento. – Nós deveríamos ter-te procurado logo, mas achávamos que estavas mesmo atrás de nós...

– Não tem problema – tento apaziguá-la. Por momentos, considero se devo contar o que aconteceu com Amriel, mas desisto dessa ideia de imediato. – Qual é o plano?

Os rapazes entreolham-se.

Ocupo uma das cadeiras livres e espero que um deles tome a iniciativa. Rick, como eu secretamente deduzi, é quem assume essa posição.

– A decisão é tua.

Foco-me nas suas palavras. Considero tudo o que pensei nas últimas horas e que aconteceu. Talvez tenham razão e uma vida valha ser perdida para salvares milhares.

– Vamos contigo.

A respiração suspende-se no ar.

– Estás a querer dizer que...

– Vamos assassinar o Presidente – completo. – E a seguir, vamos salvar o Aidan e todas as crianças que se encontram presas no Quartel.

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Filhos das RuínasOnde histórias criam vida. Descubra agora