Capítulo Bónus

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Imogen caminha vagarosamente uns passos atrás, calada

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Imogen caminha vagarosamente uns passos atrás, calada. Sem qualquer coragem após o que aconteceu no terraço do edifício, Kai não se consegue obrigar a terminar com o silêncio. De qualquer modo, têm de se apressar a chegar a casa. Não é seguro andar por aquelas ruas àquela hora, muito menos quando a sua companhia é a kakoi mais procurada pelo Estado.

Depois de a deixar no terraço e descer as escadas, aguarda-a no hall de entrada do edifício por mais quinze minutos. Quando ela, por fim, chega, parece oura pessoa e não a que se deixou intimidar por ele pouco tempo antes. As lágrimas desapareceram, prendeu melhor o cabelo embora ainda alguns caracóis rebeldes se despreguem do apanhado e lhe emoldurem o rosto. Kai interroga-se como será tê-los em volta dos seus dedos.

Imogen olha-o nos olhos, mostrando que naquele momento não tem mais medo dele. Então porque razão tem ele dela? O que tem aquela rapariga de especial para deixá-lo desconfiado, mas ao mesmo tempo não a querer perder do seu lado?

Abana a cabeça. Está a ficar maluco. Ele não sabe quem ela é, mas sabe que Imogen está a mentir-lhe. Há muita especulação sobre o motivo pelo qual os kakois tanto a procuram e ainda não a mataram simplesmente. Apesar desta última vez, o general do exército de kakois quase estava a conseguir cumprir este último.

No fim da rua deserta, entre dois arranha-céus, o sol começa a nascer. O céu enche-se de tons azuis claros e laranjas. Pouco a pouco, a rua ganha cor. Apesar de degradada, devido aos elementos naturais e à falta de manutenção, Kai acha-a bonita. Encanta-se sempre com a imagem que obtém a esta hora do dia. No fundo, o que vê é uma prova de que eles, enquanto civilização, existiram. Algo que os kakoi nem o Estado podem destruir.

Esta é a sua altura do dia predilecta. Quando o dia ainda tem infinitas expectativas, quando ainda está tudo em aberto. Tanto ele como Aidan gostavam de subir aos edifícios e ver o sol nascer. Foi algo a que se habituaram a fazer em conjunto. Nos últimos meses, Kai evitou ao máximo a sua impulsividade. Não é capaz de se imaginar nessa situação sem o irmão.

Esse pensamento traz consigo uma corrente de outros pensamentos. Sente-se, então, a ir abaixo com a simples ideia que ainda não está nada fixo. Sim, Imogen vai ajudá-los, mas nem ela tem a capacidade de efectuar milagres. O futuro é algo incerto.

A casa recebe-os silenciosa, tal como a deixaram. Com familiaridade, Kai entra e encosta-se à parede, o o seu tique sempre que está nervoso, como se a solidez da parede tem a capacidade de o agarrar à realidade. E não sabe porquê, mas Imogen deixa-o nervoso.

Ela entra, pouco depois dele. Despe o casaco que lhe emprestou, e atira-o para o bengaleiro. Parece-lhe que tem algo mais a dizer, incapaz, no entanto, de arranjar voz. As suas mãos permanecem de lado do corpo, de punhos cerrados. Por breves momentos, acredita que ela vai gritar com ele, chamar-lhe nomes até. Imogen, no entanto, não faz nada disso. Sem olhar mais para ele, deseja-lhe boa noite e perde-se no corredor de volta ao seu quarto.

Kai espera por ouvir a porta a bater. Somente depois deixa-se cair ao longo da parede até encontrar o chão. Permite-se a chorar e a sentir as batidas descontroladas do seu coração.

Quando se tornou ele no monstro contra os quais tanto combate? Talvez mereça tudo o que lhe esteja a acontecer.

Então, por entre soluços, deseja ter a oportunidade somente de abraçar o irmão mais uma vez. Por mais fugaz que esse momento venha a ser.

 Por mais fugaz que esse momento venha a ser

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Olá leitores!

Após a conclusão decidi trazer-vos este capítulo bónus. Talvez isto vá acontecer algumas vezes enquanto aguardam pela publicação do segundo livro (que já está em processo!!!). Já sabem o novo nome e já viram a capa?? Sigam no insta pattsemedo para acompanharem ao minuto as novidades sobre o livro 2 e este.

Este capítulo, na realidade, ingressou na versão final estruturada dos Filhos das Ruínas como um dos primeiros capítulos na perspectiva do Kai. Como essa alteração foi efectuado pós-termino, aqui têm como bónus. Enquadra-se depois do momento em que ele "tortura" a Imogen no cimo do edifício. É um capítulo especial para o nosso menino, pois dá para entendermos a profundidade do que ele sente.

Espero que tenham gostado.

P.s.: querem que vá publicando mais coisas deste género??

P.s.s: quem quiser ser adicionada ao grupo do livro que me mande msg privada por favor com o número para adicionar no whatsapp, pessoal!

Até já,

A autora.

Filhos das RuínasOnde histórias criam vida. Descubra agora