Quando Shane desliga o celular me deixa mais preocupada ainda. Visto imediatamente e tento ligar para ele de novo. Se Jacob mandou os seus homens fazerem alguma coisa, não sei se vou aguentar.
Daise olha para mim andando de um canto para o outro. Travis está distraído com a TV e é melhor assim. Preciso saber o que está acontecendo. Tenho vontade de chorar porque ainda essa tarde a gente estava falando sobre cuidar da nossa família.
Ligo novamente, mas ele não atende. Preciso ficar calma por causa do bebê, mas eu não consigo.
— Algum problema? — Daise pergunta.
— Shane! — Tento novamente, mas nada. — Eu preciso sair. Cuida do Travis.
— Onde você vai, mamãe?
— Resolver alguns assuntos. Se comporte!
Vou pegar a minha bolsa e saio fechando a porta. Entro no elevador e tento ligar para o Shane mais uma vez. O resultado é o mesmo.
— Céus! Tenho tanto medo!
Quando saio do elevador vou até o estacionamento buscar o meu carro. Entro e ligo os motores imediatamente, depois coloco as mãos no volante e dirijo em direção a estrada.
Uso as chaves que Shane me deu há uma semana e entro no apartamento. Não vejo nenhum sinal dele. Está tudo organizado e silencioso. Espero que ele esteja aqui. Procuro por algum sinal e vejo as chaves dele por cima da mesa.
Vou para o quarto e vejo ele deitado na cama. Não sei se é por alívio ou por medo, mas eu começo a chorar. Shane abre os olhos e olha para mim, depois fica sentado na cama um pouco confuso.
— O que você está fazendo aqui?
— Eu... Fiquei preocupada com você. — Vou até ele e subo na cama.
— Eu estou bem. Não precisava ter vindo. Eu disse para não sair de casa sozinha, Rachel. É muito perigoso.
— Desculpa! — Abraço ele. — O que você está sentindo?
— Dor de cabeça. Amor, eu me lembro agora.
Olho para ele. — Lembra do acidente?
— Sim. Foi pior do que eu pensava.
— Lembra também do homem que bateu contra a gente?
— Lembro. Você estava assustada. Eu também estava.
— Acho que é melhor a gente não falar disso.
— Tem razão. Já passou. Mas ainda estou com a cabeça doendo. — Ele beija a minha mão. — Não precisava ter vindo.
— Já estou aqui. Vim cuidar de você.
— Adoro quando cuida de mim, mas nesse momento eu tenho que cuidar de você. — Limpa as minhas lágrimas.
— Eu estou bem. — Beijo ele.
— Não devia ter deixado o Travis. Vamos voltar para casa.
— Ele está bem com a Daise. Não se preocupe!
— Mesmo assim, amor. Quero muito cuidar de você e dormir abraçado a você...
— Estou aqui. A gente pode fazer isso. — Acaricio o seu rosto.
— Rachel! Amor, o que você está fazendo comigo? — Ele afasta uma mecha do meu cabelo e me beija.
— O mesmo que você está fazendo.
— Da próxima mais não sai de casa sozinha.
— Eu estava preocupada com você. Queria que eu ficasse o tempo todo ansiosa, esperando você dar noticias?
— Não passou nem duas horas. Não exagera!
— Eu tenho medo. Você sabe disso!
— Eu sei. E eu também tenho muito medo. Você nem imagina o meu desespero. Tem vezes que não consigo dormir, eu só fico bem quando sei que você está bem. — Ele beija a minha testa.
Suspiro.
— Você lembra do rosto dele?
— Sim. As memórias surgiram na minha cabeça como se tivesse acontecido ontem. E minha cabeça ainda dói.
Toco a sua testa. — Vou fazer um chá especial para você.
— Não precisa. Tenho que levar você para casa.
— Eu quero dormir com você. — Me aconchego no seu colo. — Tenho saudades!
— Eu também tenho saudades. Mas preciso acordar cedo para buscar o meu pai. Acho que ele vai dormir aqui.
— E sua mãe?
— Não pôde vir. Não se preocupe que terá muito tempo para conhecer ela.
Sorrio. — O que isso significa?
— Significa que você já é parte da família Walter.
— Está bem. Eu posso me contentar com isso. — Rimos. — Mas eu vou dormir aqui hoje. Vou pedir para Daise dormir com Travis.
— Céus! Porquê só me aparecem as teimosas?
— O quê?
— Nada! — Ele ri.
— Sim, vou fingir que não ouvi nada.
— Então, se você vai ficar, traga o chá para mim.
— Você vai adorar!
Levanto e vou para a cozinha preparar o chá. Tenho a certeza que o chá de funcho vai ajudar ele. É nesses momentos que gostaria de me formar em medicina. Assim poderia cuidar melhor do Shane e saber o que fazer.
Termino de fazer e levo para o Shane. Ele sorri, deixa a chávena na mesa de cabeceira e me abraça. Um abraço bem gostoso.
— Ainda bem que você está aqui.
— Teve tantas saudades assim? — Sorrio.
— Você não imagina!
— O bebê também.
Ele se afasta e toca a minha barriga. — E se forem gêmeos?
— Qual é o problema de gêmeos?
— Não teremos sossego até eles terem dez anos.
— Por acaso, eu adoraria que a nossa casa fosse barulhenta por causa das crianças. — Digo.
Ele sorri. — Quantos filhos você quer?
— Não sei. E você?
— Vou pensar sobre isso. — Ele toca o meu joelho, depois sobe até as coxas.
— O que você está fazendo, senhor não santinho?
— Tenta adivinhar! — Ele me deita na cama e me beija. E esse beijo se torna mais quente, pois acabamos por fazer amor.
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Completamente quebrados
Storie d'amoreLivro VI História de Shane e Rachel Rachel era uma criança quando viu seu pai ser morto pelo homem que ela mais odeia: Jacob Evanovisk. O mesmo cuidou dela desde então e a integrou na sua organização do inferno. Agora Rachel está fugindo e es...