Capítulo dois - Com o que estou lidando?

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  — O quê? — Daise arregala os olhos. — Você transou com esse cara?
   — Isso mesmo! E eu esqueci o nome dele. Acredita?
   — Amiga! — Ela vira o meu rosto para ela. — Porquê tinha que ser alguém de olhos castanhos? Agora eu vou torcer para vocês ficarem juntos.
   — Só porque ele tem olhos castanhos? — Rio.
   — Ele beija bem?
   — Você não está entendendo a gravidade da situação, está?
   — Você não quer voltar a ver o cara? — Pergunta como esse fosse algo estúpido.
   — Claro que não!
   — Porquê? Você fez algo de errado? Ele fez?
   — Não! Só não quero vê-lo, mas acho que vai ser impossível já que estudamos na mesma universidade. — Suspiro. — Tanta má sorte vem de onde, Daise?
   — Você acha que é má sorte? — Ela ri. — Amiga, no meu mundo isso é uma sorte grande do caralho!
   — Você não está ajudando! — Dou um tapa no seu braço, mas ela não reclama porque está olhando para o olhos castanhos. Se ela quiser, pode ficar com ele.
   — Meu Deus! — Ela alarga seu sorriso. Ela é doidinha!
   — O que foi agora?
   — Ele está vindo para aqui!
   — Não! Não! — Olho para ele, que está vindo até nós em passos rápidos.
   Azar bate sempre na mesma porta!
   Pego na minha bolsa e levanto um pouco atrapalhada, mas Daise puxa o meu braço e quando volto a me virar, bato com o rosto no peito dele.
   Não acredito que isso esteja acontecendo!
   — Oi, Rachel! — Ele sorri.
   Isso seria menos embaraçoso se a gente não tivesse transado e seria menos assustador se ele não soubesse o meu nome. Eu nunca tinha visto ele além de ontem!
   — Oi! — Olho para cima, para seus olhos castanhos. Que situação!
   — A gente pode conversar? — Ele sorri.
    Conversar sobre o quê?
   — Olha...
   — Shane.
   — Shane, como você sabe o meu nome?
   — Isso é mesmo relevante? — Ele arqueia a sobrancelha. Gostaria que não tivesse feito isso.
    Meu Deus!
   — Tem razão. Eu preciso ir embora. Não é, Daise?
   — Sim. Temos que organizar muitas coisas, muito trabalho para fazer. — Ela responde.
   — Adeus, Shane! — Quero passar, mas ele não deixa.
   — Eu disse para não tornarmos isso estranho. Se você quiser podemos fingir que não aconteceu nada.
   — Claro que não! Eu só quero ir descansar.
    — Não se preocupe que será rápido. — Ele segura a minha mão e me leva para longe de Daise que está sorrindo e mostrando os polegares para cima.
   Que grande amiga que eu tenho!
   — O que você quer? — Pergunto.
   — Pergunta errada, pequena! — Ele cruza os braços. Espera! O que foi que ele me chamou?
   — O quê?
   — A gente devia conversar sobre ontem. Não me pergunte o que eu quero porque ontem a gente não terminou.
   — O que a gente não terminou? Se bem me lembro, você foi embora!
   — Você disse que não queria saber o meu nome. Você nunca tinha me visto?
   — Claro que não!
   — Pois, eu sim. Tenho observado você há muito tempo! — Ele diz de um jeito... sinistro.
   — Você é um psicopata?
   — Se eu sou, ainda não descobri. — Ele tira os óculos e morde para piorar a minha situação.
   Eu deveria ficar assustada ou deveria rir? Sinceramente, estou indecisa.
    Vamos terminar com isso de uma vez!
   — O que você quer?
   — O que eu quero? Você acha que é só transar com as pessoas e desaparecer?
   — Você não está me cobrando um compromisso, está? — Consigo rir um pouco.
   — Claro que não. Só acho que devíamos ser amigos. O tipo de amigos que você quiser.
   — E eu que pensava que você era santinho!
   — Digamos que depois de ter o coração quebrado, me transformei em outra pessoa. — Ele volta a pôr os óculos.
   — Não quero ser sua nada. Porquê não pode ser como todos os homens e fingir que a noite de ontem não aconteceu?
   — Eu disse que não sou como todos os homens. E um dia você vai entender isso. — Ele se aproxima para beijar a minha testa.
  E vai embora mais uma vez, e novamente ele me deixa confusa. Eu gostaria de saber se o universo faz de propósito.
   Viro para olhar para Daise. — Foi um prazer, Shane! — Ela acena para o olhos castanhos e vem ao meu lado.
   — Nem uma palavra! — Digo, mas ela pergunta mesmo assim.
   — Porquê tratou ele desse jeito? Não se trata assim pessoas bonitas, Rachel. O universo vai castigar você. — Caminhámos para o estacionamento.
   — Você pode calar a sua boca? — Tento não olhar para trás.
   — Desculpa! Estou apenas sendo sincera! — Ela olha para trás. — Ele beijou você! Eu vi o jeito que ele olhava para você.
   — Não quero saber!
   — Você é feita de pedra?
   — Depois eu conto tudo, Daise, mas agora CALA A BOCA! — Digo sem paciência.
   — Aí! Tudo bem.
   Encontramos o meu carro e subimos. Ligo os motores e aperto o cinto. Daise fica mexendo no celular enquanto eu dirijo. Ela devia me ajudar a me livrar do olhos castanhos e não se distrair. Mas tenho a certeza que vou encontrar uma solução. Já me livrei de muita gente.

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