— Rachel! Rachel, acorda! — Alguém segura os meus braços e quando abro os olhos, vejo um rosto conhecido. Isso é suficiente para me fazer manter a calma.
— Mauricius! Você vai me tirar daqui? — Pergunto.
Olho para a janela e já é dia. Estou morrendo de fome e não tenho forças nos meus pés. Só espero não ficar enjoada. Esse não é o momento apropriado. Mas isso não vem ao caso, pois eu estou grávida e o bebê manda em mim até ele nascer.
— Eu sei que não foi você que matou o Marco, mas foi a culpada pela morte dele. — Ele me obriga a levantar.
— Não! Não é isso. Você sabe que eu amava ele. Você nos ajudou!
— Foi o pior erro que eu cometi. — Ele puxa o meu braço e me leva até a porta.
— O que você está fazendo? Por favor, pare! — Eu sei que chorar não adianta, mas não posso evitar. Eu estou completamente assustada.
— Você vai para Nova Iorque. Lá você vai ver o que vai acontecer.
— O que vai acontecer? O que vocês vão fazer comigo?
— Vamos acabar com tudo de uma vez por todas!
— Você faria isso com o Marco? Você acha que ele ia querer que fizesse isso? Que matasse a mulher que ele amava? A mãe do filho dele, que por acaso é o seu sobrinho? — Digo.
Ele pára. Vira para olhar para mim, mas com uma expressão diferente. Ele solta o meu braço e olha para o chão com tristeza.
— Semanas antes dele morrer... ele ligou para mim e disse que seria pai. — Ele cobre o rosto. — Ele estava tão feliz! Eu também porque eu teria um sobrinho.
— Você tem um sobrinho. E ele só tem a mim. Não faça isso com ele.
— Eu sinto muito! — Ele me leva mesmo assim.
Saímos do quarto escuro e passamos por uma sala cheia de homens. Fico olhando para eles com medo. Afinal, seria impossível eu tentar fugir. Ainda bem que nem tentei.
Saímos da casa onde me manteram fechada e entramos num carro. Dentro dele, está o homem baixo que foi falar comigo ontem. Mauricius algema as minhas mãos e aperta o meu cinto de segurança.
— Dormiu bem? — O homem pergunta. Não respondo. — Não vai dizer nada? Tudo bem! Eu entendo que esteja furiosa. Também deve estar com muita fome. Não se preocupe, quando estivermos no voo, você vai poder comer.
— Não se sente mal por fazer isso com uma mulher inocente e grávida? — Pergunto com raiva e limpo as lágrimas.
— Não. Se eu pensar que teve culpa na morte do Marco, então não.
Choro mais ainda. — Meu filho precisa de mim.
— Eu sei disso.
Olho para Mauricius, que está tentando evitar contato visual comigo. Ele sabe que isso é errado, que Marco não aprovaria, mas ele é um idiota, um covarde e não tem coragem de ajudar a mãe do seu sobrinho. Ele é tão diferente de Marco, que nem parecem ser irmãos, só fisicamente.
Tento acariciar a minha barriga para tentar acalmar o meu bebê. Ele já passou por muita coisa, tenho medo que não consiga resistir dessa vez. Quer dizer, se eu conseguir escapar dessa.Shane
Jacob vem me buscar com um carro branco na frente do apartamento da Rachel. Um dos homens dele desce do carro e me obriga a entrar. Tudo porque o chefe não quer apanhar sol. Ele fecha a porta e olha para mim.
Eu só não dou um soco nele porque ele está bem protegido. E posso não sair vivo. Sei que ele é implacável. E também muito perigoso.
— Eu só estou fazendo isso pela Rachel. Você sabe que é insignificante para mim. — Ele diz.
— Não estamos aqui para conversar, Jacob. Eu só quero encontrar a Rachel. Mesmo que faça isso sozinho.
— Você não sabe por onde começar. Vai andar pelas ruas, esperando que ela apareça?
— Não sou tão inútil assim.
— Veremos!
— Olha diz apenas onde acha que ela pode estar?
— Eu não sei. Pode ser em qualquer lugar. A cidade é grande. — Ele suspira.
Seu celular vibra no bolso e espero que ele atenda, mas ele olha para mim. — O que foi? — Pergunto.
— Eu acho que você precisa ir cuidar do meu neto. Eu trato disso sozinho.
— Não! Eu não volto para casa sem a Rachel! Você não pode me impedir. O Travis está seguro.
— Tem a certeza?
— Tenho. Por favor, me deixe salvar a mulher que eu amo.
— Está bem. Vou fazer isso, mas não porque me pediu. É porque eu quero.
— Obrigado!
Ele atende. É uma vídeo chamada. — Onde está a minha filha?
Me endireito no banco quando vejo um homem careca com barba, com sotaque italiano.
— Ela está bem. Só queria mandar alguns recados para você. Estamos indo para Nova Iorque. O mesmo lugar que você matou o Marco.
— O que você quer?
— Sua vida pela dela! Está disposto a negociar?
Jacob fecha os olhos. Eu não quero saber o que vai acontecer com ele, só quero que Rachel esteja bem e volte para casa comigo. Jacob que se vire!
— Eu estou.
— Ainda bem. Entre num avião e avise quando chegar à Nova Iorque. Preciso desligar porque vamos descolar daqui a pouco. E não se esqueça de dizer "olá" para sua filha. — Ele mostra Rachel sentada, com as mãos algemadas e com lágrimas nos rosto. Ela não merece sofrer desse jeito.
— Rachel! — Não consigo me conter.
— Não se esqueça! Eu vou ligar novamente. — Desliga.
Olho para Jacob. — É bom que você se entregue mesmo!
— Não vou deixar aqueles homens machucarem a minha filha.
— Ainda bem. Obrigado por isso.
— Parece que vamos para Nova Iorque!
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Completamente quebrados
RomanceLivro VI História de Shane e Rachel Rachel era uma criança quando viu seu pai ser morto pelo homem que ela mais odeia: Jacob Evanovisk. O mesmo cuidou dela desde então e a integrou na sua organização do inferno. Agora Rachel está fugindo e es...