As horas se passavam devagar durante a cavalgada. Todos, principalmente Sieron, sentiam fome, mas não podiam se alimentar para regrar comida quando o caminho se tornou fechado pela mata, e Kauane os impedia de sacrificar algum animal para tal finalidade, afinal, eles ainda possuíam comida o suficiente para alguns dias.
Sem perceber, em pouco tempo o grupo havia se distanciado demasiadamente tanto de Ophiocus quanto de Drakkar, agora, não restara nada além de florestas e campos.
Alisha olhava ao redor, observando a paisagem, lembrando do dia em que chegou a Daechya, trajando uma camisola e tendo em mãos nada além do Kniga e sua chave. Sua mão desceu até a bolsa, a apertando para sentir a forma da chave, a única coisa que havia conseguido salvar durante a invasão do castelo.
— Heilos, como está Lancer?
— Ele está bem. Foi algo fundo, mas os curandeiros estão cuidando dele. — o guerreiro responde, pegando da bolsa de suprimentos de Sieron uma garrafa de bebida — Logo vai estar de pé, enchendo meu saco e fazendo meu trabalho.
Kauane, ao perceber, os repreende.
— Parem de beber! Estamos em missão!
— Não seja tão chata.
Heilos e Kauane discutiam de forma amigável, enquanto Alisha permanecia pensativa. Sieron, ao perceber, bate as rédeas do cavalo até estar cavalgando ao seu lado.
— O que foi, pequena menina? O que te incomoda?
— Se eu tivesse lutado, poderia ter impedido que Zithar e Lancer fossem feridos?
— Não. Se considerarmos que você não tem experiência alguma de luta... — o viking coçou a barba ruiva e torceu o bigode. — Você não teria chances, e apenas seria raptada por Khoasang e teríamos sérios problemas. Por isso, não se acanhe, foi sábia em não lutar.... Ei, está sentindo esse cheiro? Ele não devia existir.
— Cheiro de quê?
Com a pergunta, todos se atentaram aos cheiros da floresta. O cheiro de terra molhada e flores se sobressaem, no entanto, um odor distinto se propaga, não era natural, afinal, era atraente demais para ser uma dádiva da natureza. Então, Alisha grita em animação:
— Pizza!
A Hyd bateu as rédeas, seu cavalo relinchou e galopou com velocidade para a clareira que, em algum momento, se tornaria visível. Kauane gritou por ela e a seguiu, tentando impedi-la de chegar a seu destino, mas a garota parecia hipnotiza, tentada a chegar na origem do cheiro a qualquer custo. A clareira se fez visível, e nela havia um casebre, cujo cheiro saia pelas janelas, libertando o delicioso odor para atrair suas vítimas.
Quando o resto do grupo chegou, se organizaram para entrar. Quando estavam prontos e com armas em mãos, a porta da frente foi aberta, revelando uma jovem mulher de longos cabelos negros, trajando um vestido verde musgo. Seus olhos brilharam como duas esmeraldas, então, ela sorriu.
— Sejam bem vindos, bravos guerreiros. — o trio se entre olhou, então, os três pares de olhos caíram sobre a mulher, que não desfez seu sorriso gentil. — Por favor, entrem.
Ao acompanharem a mulher, encontraram Alisha sentada em uma poltrona de estampa florida, a garota estava tranquila, se alimentando de pizza e refrigerante, revirando os olhos a cada mordida. Sieron a observa espantado.
— O que ela está comendo? — a mulher revira os olhos, entediada. — Está envenenando ela!
— Não, ela está comendo algo chamado pizza, e bebendo um líquido colorido e cheio de gás chamado refrigerante, dois alimentos famosos em Hydarth.
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Daechya - A Crônica Do Kniga *Revisando*
FantasyCapa por: @FadinhaLacerda Daechya e Hydarth, dois mundos incríveis que divergiram em algum momento da história. Hydarth, aquele que evoluiu para a ciência e tecnologia. Daechya, o que permanece relativamente atrasado, onde a magia prevalece viva e f...