Capítulo 13 - Sangue e Suor ~ Parte 2

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Nêmesis correu pela cidadela, passando como um vulto vermelho pelas poucas pessoas que andavam pelas ruas. Atravessou os portões da muralha. Lá fora, naquela imensidão branca, suas narinas se mexiam disfarçadamente, captando todos os cheiros possíveis, logo encontrando o odor dos guerreiros e correndo pelo mesmo caminho que foram. Ele era mais rápido que um cavalo. Usando das suas patas poderosas para conseguir mais impulso ao mesmo tempo em que separava seus dedos e fixava as garras na neve, assim conseguindo evitar que afundasse como os cavalos e perdesse velocidade.

Alisha segurava com força em seus pêlos, estreitando os olhos, tentando ver algo além dos diversos flocos de neve que atingiam sua pele. A respiração estava condensada, se tornando uma fumaça branca que era expelida por seus lábios roxos de frio. Toda vez que respirava, parecia que sua caixa torácica iria congelar. Sua pele estava dormente e gelada, fazendo com que ela tremesse. Seus dentes batiam às vezes, ou então, rangiam. Ela estava congelando sem o agasalho, mas preferia estar naquela situação do que vestir aquela roupa suja de insetos.

Percebendo as condições de sua mestra, Nêmesis esticou as patas, aumentando as suas passadas, se tornando mais rápido.

Em pouco tempo, rugidos irromperam por entre a terra gelada. Um arrepio percorreu a coluna de Alisha, ela ja havia ouvido aquilo antes, e desejava todos os dias nunca mais ter de encontrar com um, entretanto, nem tudo que desejava se tornava real.

— Armyasenkis...

***

Kauane estava cansada, entretanto, continuava a lutar. Suas flechas haviam acabado, por isso, usava o próprio arco como uma arma. Enquanto isso, Sieron, com seu machado e um golpe certeiro, degolava as grandes criaturas, mas quanto mais matavam, mais parecia chegar. O cansaço era evidente. Ambos estavam ofegantes e com os músculos doendo. A quantidade de tentativas para conseguirem adentrar no templo havia aumentado, entretanto, as bestas reptilianas não permitiam seu avanço.

A nativa foi derrubada. Sua cabeça bateu contra o monte de neve e sua visão. Lembrou-se de Alisha e suas expressões Hyds. Pareço estar no tal carrossel.

Quando ameaçou levantar, a besta que a derrubou avançou, a boca aberta revelando os dentes afiados e mau cuidados, e as garras a mostra. Kauane protegeu o rosto com os braços, mas a criatura foi lançada para longe por um vulto antes de a atingir. Duvidosa, a nativa se apoiou nos cotovelos, procurando quem havia derrubado o Armyasenki, então, surpreendeu-se ao ver Nêmesis destruindo a caixa torácica da besta com as garras, enquanto o mordia e lhe arrancava grandes quantidades de carne.

Uma mão foi estendida para ela.

— Desculpa pela demora. Estava considerando se a salvava ou não.

Disse Alisha, entortando seus lábios roxeados pelo frio em um sorriso vitorioso.  Derrotada, Kauane segura sua mão levanta com sua ajuda.

— Você não devia ter vindo.

— Já vim. Vai ter de me aturar. — Sieron, quando consegue uma brecha, tira o próprio agasalho e joga nela. Rapidamente, Alisha se veste, ignorando o fato daquele casaco de pele parecer um vestido nela. — Obrigada, mas e você?

— Sou o mais resistente ao frio. — ele responde. — MORRAM BESTAS ANIMALESCAS — o viking grita com o machado em mãos, se lançando para os quatro Armyasenkis mais próximos.

As Hyds, ao ouvirem o grito de guerra do viking, olham em sua direção. Ele lutava bravamente, se erguendo a cada golpe, revidando os golpes com o dobro da potência. Desmembrando e decepando as criaturas. Aquilo ascendeu algo em Kauane, que pegou uma lâmina no cinto de Sieron e saltou para lutar contra uma das bestas.

Daechya - A Crônica Do Kniga *Revisando*Onde histórias criam vida. Descubra agora