Capítulo 15 - Finalmente, Casa

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Alisha estava pronta. Trajando um belo vestido florido, que havia sido adaptado para que ficasse a altura dos seus joelhos, bem como a jovem estava acostumada a usar.

Mais uma vez, olhou para o relógio cuco, que permanecia sincronizado com a grande torre do relógio. Havia se passado duas horas desde que se alimentou, em contrapartida, ainda sentia-se cheia e pesada. Zithar havia feito com que ela excedesse o limite de seu estômago, que estava menor que o que imaginou estar. Ele havia passado a confortar uma quantidade menor de alimentos, e aquela bandeja cheia foi demais para ele, fazendo-a precisar permanecer quieta durante um bom tempo para evitar vomitar.

Estava se sentindo tonta. Abanava a mão em frente ao rosto para ventilar. Por algum motivo, ainda desconhecido, sua temperatura estava subindo, juntamente com as dores abdominais. Mas o que foi agora? Não deixava de pensar.

Ecoaram batidas na porta. Ela respondeu brevemente com um "entre" e ouviu as dobradiças rangerem com o movimento da porta.
— Está pronta? — era um homem, e pela gravidade da voz, não era um servo.

— Estou sim. Só um instante...

Ela respirou fundo. O homem esperou pacientemente, até revirar os olhos.

— Anda logo, pequena menina! Estão todos te esperando!

Alisha arregalou os olhos. Céus, como não percebi?! Se virou rapidamente, encarando aquele homem. O corpo robusto era coberto por uma roupa de couro, bem como os soldados que jaziam dentro do castelo, e seu rosto, tão belo, não era escondido por uma longa barba ruiva.

— O que foi? É só engrossar a voz que não me reconhece mais, pequena menina? — ele ri estrondoso.

Ela estava boquiaberta. Nunca havia imaginado que Sieron era tão jovem. Aquele cabelo longo, que se fundia com sua barba, haviam a enganado durante muitos meses. Agora, seu rosto era descoberto, e não haviam cicatrizes para contar histórias, enquanto seu cabelo havia sido aparado com cuidado. Deixado totalmente uniforme, para que pudesse voltar a crescer.

Alisha correu até o viking, saltando para ele e entrelaçando os braços em seu pescoço. Surpreso, ele a tirou do chão e a envolveu em um abraço de urso, como se tentasse testar a resistência que seu corpo havia ganho durante os treinos, sem se incomodar se iria amassar o belo vestido. Alisha também não se incomodou com o vestido, nem se importou com o aperto doloroso. Apenas estava ali, o abraçando, sentindo-se aliviada por ele ter sobrevivido a tantos ferimentos.

Ela sorriu, deixando algumas lágrimas de alegria escaparem, enterrando o rosto em seu ombro, sentindo a firmeza daqueles músculos, conquistados através de treinos, batalhas e do manuseio do machado para cortar árvores.
Como de costume, ele bateu amigavelmente nas costas dela.

— Ei. Por que está chorando? Está tudo bem! Graças a você, Nêmesis e Kauane. Os três salvaram a minha vida, nunca esquecerei disso.

— Não poderia deixar um companheiro para trás.

Sieron sorriu. Eles ficaram abraçados por mais um tempo, aproveitando o momento enquanto nada podia atrapalhar.

— Sieron, pode me por no chão? Estou começando a não conseguir respirar.

Ambos riram. Ele a pôs no chão, enxugando suas lágrimas e ajeitando seu cabelo. Alguns fios rebeldes saíram do lugar, por isso, enquanto Alisha estava distraída arrumando o vestido, ele levou os dedos a boca e conseguiu por os fios castanhos da garota no lugar.

Como um cavalheiro, ele lhe estendeu o braço, e ela aceitou sem hesitar. Com os braços entrelaçados, ambos deixaram o quarto e caminharam pelos corredores, conversando e cumprimentando alguns guardas, que sorriam e cumprimentavam de volta, ou então, agradeciam por terem recuperado o Kniga.

Daechya - A Crônica Do Kniga *Revisando*Onde histórias criam vida. Descubra agora