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Alisha corria o máximo que suas pernas permitiam. Não se incomodava em pisar nas poças criadas pela água da chuva, que torturava a cidade com suas gotas fortes como granizo. A água contra as estruturas da rua estreita produzia um barulho alto e, de alguma forma, relaxante, apesar de se sentir seguida e não haver nada ao redor. Como uma vítima fugindo de seu assassino, que planeja mata-la e largar seu corpo em um beco escuro e isolado.
Ignorou totalmente o fato de ter deixado Richard no carro, sozinho e preocupado. Não tinha tempo para pensar nisso.
Chegou ao destino, segurando a maçaneta da porta e a girando várias vezes, não tendo sucesso algum. Tateou os bolsos procurando pela chave, não havia nada ali, ela tinha esquecido seu bolo de chaves em casa.
Chamou por quem procurava, mas não houve resposta. A chuva estava a encharcando, deixando seus cabelos e roupas molhadas de forma desconfortável. Urrou em fúria, esmurrando a porta, então, após seu acesso de raiva, lembrou-se da chave extra.
Se ajoelhou, sentindo a água atravessar o tecido fino da legging. Em sua mente, várias coisas se passaram, principalmente relacionados ao que poderia ter naquela água.
Engoliu em seco, fez uma careta de nojo e começou a tatear os paralelepípedos. Logo, encontrou aquele que estava solto e o levantou. Pôs a mão dentro do buraco, que estava cheio com a água escura, e começou a tocar no fundo com as pontas dos dedos, procurando pela chave.
Tateando, sentiu várias texturas diferentes, junto com o frio da água. Então, finalmente sentiu uma forma cheia de dentes e a segurou, tirando de la de dentro uma chave antiga e enferrujada. Fechou o buraco, pensando seriamente em lavar as mãos com sabão e álcool gel, então, encaixou a chave na fechadura e girou. Com um click, a porta se abriu e Alisha entrou rapidamente, ouvindo o som do sino e se trancando lá dentro.
Correu para a escadas, as subindo para o segundo andar, e batendo na porta com força. Logo, aquela divisão retangular foi aberta e a figura velha, usando seu quimono vermelho e dourado, estreitou os olhos por causa da falta de seus óculos e olhou fixamente para a jovem que encharcava sua casa.
- Eu te conheço. Seu poder encontrou o meu. E o livro me acolheu quando se tornou meu, e a magia me reconheceu quando o Zashti, Mingzhi Gulao, a missão me deu.
O velho chinês sorriu, o bigode grisalho e liso caindo pelos cantos da boca. Alisha respirou fundo, deixando os ombros descansarem. Eu consegui.
- Achei que fosse descobrir mais rápido.
- Estava difícil. Muitos ataques, espíritos e treinos. Eu fiquei exausta.
- Percebi, por isso, tentei te ajudar. - ele permite que a garota entre. Alisha corre para o banheiro, abrindo a torneira e começando a limpar a lama da calça. — Usei um pouco de magia para te mandar um sinal, mesmo eu estando aqui e você lá. Mas estou a tanto tempo sem praticar que não saiu como planejei. Você não viu a mensagem toda.
— Está tudo bem... O senhor tentou.
— Como me encontrou então?
— Eu só ouvi agora, graças ao dragão escarlate que comprei aqui. Imagino que também tenha sido coisa sua.
- Eu te vendi aquela estatueta tendo em mente que era uma forma do dragão da malícia vir para Hydarth.
Agora, Alisha limpava as mãos e o interior das unhas quebradas, vendo toda a sujeira escorrer para o ralo da pia, junto com a espuma do sabonete que usou. Ela suspira e fecha a torneira, vendo aquele pequeno monte de água formar um redemoinho e descer pelo ralo. Seus lábios se contraiam em bicos ou linhas retas com velocidade enquanto ela batia os dedos na louça da pia, pensando no que ocorreu. Então, ao chegar a mesma conclusão de uma semana atrás, ela o olha.
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Daechya - A Crônica Do Kniga *Revisando*
خيال (فانتازيا)Capa por: @FadinhaLacerda Daechya e Hydarth, dois mundos incríveis que divergiram em algum momento da história. Hydarth, aquele que evoluiu para a ciência e tecnologia. Daechya, o que permanece relativamente atrasado, onde a magia prevalece viva e f...