Dylan apertou levemente os olhos tentando identificar de quem era a figura caída nas lixeiras sem fazer uma aproximação maior: ele parecia ter visto aquele sobretudo em algum lugar. Então, com um "clique" no cérebro, ele se lembrou exatamente quem estava usando aquilo e após ver os movimentos do homem na tentativa de se equilibrar, conseguiu visualizar melhor sua silhueta e entender quem era.
―Droga...― disse baixinho direcionando os olhos escuros a Ryan do seu lado, continuando no mesmo tom ― é ele! É o tal do Kirk ali, jogado. Ele está bêbado?
Kirk tentou levantar o corpo de uma só vez apoiando as mãos nas tampas das lixeiras e logo cambaleou novamente quase indo ao chão mais uma vez. Sua expressão estava muito diferente do que se mostrou mais cedo, parecia perdido e confuso, como se de fato estivesse completamente bêbado. Após mais algumas tentativas, ele conseguiu se firmar nas duas pernas e, para o desespero dos três jovens, direcionou o olhar para eles, os encarando por vários segundos.
― Vamos embora! Ele parece bêbado. E se sóbrio age daquele jeito estranho, bêbado pode ser mais perigoso. Vamos! ― Ryan disse com a voz decidida segurando o ombro de Sarah com as mãos e a virando para a rua, na tentativa de seguirem para casa.
― Espera! ― Ela se desvencilhou do toque e voltou a olhar o homem atordoado em sua frente ― a gente não pode simplesmente largar um homem assim, ele mal pode ficar em pé! Eu sei que ele parecia perigoso, mas agora parece que a única pessoa que ele pode fazer mal é ele mesmo.
― Você está certa. ― Dylan não havia desvencilhado a atenção por nenhum segundo e já tinha pensado que não poderia simplesmente largar o homem ali, então, sem pensar muito nas consequências, se aproximou em passos largos até Kirk, se apressando no final para segurá-lo pelos ombros de uma eminente queda ― Ei....cuidado! O que aconteceu com você?
― O que? ― Kirk mal podia manter seus olhos abertos e segurava a cabeça como se tivesse levado uma pancada do lado esquerdo.
― O que você bebeu? ― Dylan hesitou um pouco e franziu a testa ao perceber que não havia cheiro de álcool ― Você usou alguma coisa, alguma droga?
O homem apoiado em seus ombros simplesmente respirou fundo como se o oxigênio pudesse trazer um pouco mais de firmeza para suas pernas e esticou os joelhos, ficando bem mais alto que Dylan e se apoiando nele apenas com a mão direita. Seus olhos se fecharam novamente e a boca abriu como se fosse soltar um gemido, enquanto o toque na cabeça parecia mais firme. Ele parecia estar com muita dor e ao mesmo tempo confuso.
― Eu... ― Ele abriu os olhos novamente com certa dificuldade e olhou ao redor ― onde estou?
― Ao lado do Davi's, onde você veio hoje cedo. Eu sou o cara que te atendeu, lembra de mim? ― O olhar abaixou até Dylan e o encarou com curiosidade.
― Não... Ah... você é humano? ― perguntou de forma sincera, fechando os olhos novamente em dor, Dylan sentiu familiaridade nas perguntas sem sentido.
― Até onde eu sei, sim. ― Sorriu levemente mesmo sabendo que não estava mais no campo de visão do homem.
Ryan e Sarah o encaravam de longe, as feições preocupadas. Sarah vez ou outra fazia menção de se aproximar para ajudar, mas era impedida por Ryan.
― Estou melhorando. ― Kirk piscou os olhos algumas vezes como se isso tirasse o incômodo e ajustou ainda mais o corpo, fazendo Dylan se lembrar do quanto ele era alto ― Mas o que eu estou fazendo aqui? Eu não devia estar aqui! Minha cabeça está muito estranha.
― O que aconteceu? Você tomou algo? Alguém bateu na sua cabeça? ― Dylan parecia preocupado enquanto observava o olhar atônito do homem.
― Eu não sei! Eu não consigo me lembrar... ― Ele parou de repente e encarou Dylan firmemente, pouco antes de juntar as sobrancelhas em uma expressão confusa ― Por que eu estou falando isso com você? Um mero humano! Tenho que ir. Obrigado pela ajuda.
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Seven Warriors [PT-BR] [Yaoi/BL]
RomantikO reino do céu está em pânico pois Arthur, seu guerreiro mais perigoso e responsável pela morte de 500 humanos, escapou da prisão celestial e encontra-se foragido. Aqui da Terra, Dylan, um jovem que sempre achou que levava uma vida normal, se vê em...