18: Quero justiça e compaixão por seus erros - parte um

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 Os raios de Sol já fracos indicavam que o fim de tarde estava chegando, ao olhar para o lado, Dylan conseguia observar o mar agitado e azul indo de encontro a onde ele estava. Ao seu redor ele percebeu estar cercado de flores das mais diversas cores e formatos. Aquele ambiente não parecia estranho para ele, de alguma forma ele se lembrava de já conhecer o local. Então, ao olhar para frente, notou uma flor prateada e brilhante, mais chamativa e alta do que todas aquelas que estavam naquela campo.

Ela não só reluzia em cima das outras, como também era atraente, fazendo-o querer se aproximar cada vez mais. A impressão que tinha era que a cada passo dado, o mar ao seu lado ficava mais e mais agitado, mas isso não o fazia recuar, ele queria pegar naquela flor. Então, ao que se aproximou ao máximo, ficando prestes a tocá-la, sentiu como se tudo ao seu redor desmoronasse, sem que ele pudesse fazer nada.

Ele abriu os olhos lentamente visualizando um teto escuro. Ao piscar de forma preguiçosa algumas vezes, notou que estava no banco traseiro de um carro e que havia uma espécie de cobertor acima de si. As paisagens na janela passavam rápidas, indicando que o veículo estava em movimento. Ele elevou o corpo para se sentar e ao ver os cabelos loiros quase prateados do motorista, percebeu quem estava ali:

― Adrien? ― O outro apenas respondeu com um murmúrio ― Em que momento eu dormi? Como vim parar no carro? Que cobertor é esse? Para onde estamos indo?

― Você dormiu no chão, do nada. ― A voz séria ressoou do banco da frente ― E esse cobertor estava na mala do carro.

― Se eu dormi no chão, como vim parar aqui? ― Adrien não respondeu, mas direcionou os olhos azuis ao espelho retrovisor e Dylan conseguiu captar o que ele quis dizer ― Você me trouxe, é claro.

Ele sentiu uma leve queimação no rosto ao perceber que o homem a sua frente tinha, provavelmente, o carregado no colo. Se fosse qualquer outra pessoa, ele provavelmente não se importaria nem um pouco, porém, Adrien era tão sério e tão restrito com a aproximação dele que não tinha como não sentir vergonha por imaginar o desconforto do outro.

― Você dormiu bem? ― a voz pontual do loiro fez com que ele saísse daquele momento de vergonha.

― Sim. Tive um sonho estranho... ― a frase final foi dita quase em um sussurro, o que fez o outro falar um "O que?" que foi ignorado ― Nada não. Enfim, teve uma coisa que você ainda não me respondeu. ― Os olhos azuis voltaram a encará-lo pelo espelho ― Aonde estamos indo?

― Atrás do que você me pediu.

― "O que eu pedi"? ― Ele parecia bem confuso.

― Sim, antes de dormir do nada.

― O que eu pedi... o que eu pedi... ― O olhar estava perdido no chão do carro como se tentasse se lembrar, então, percebeu o que era ― Minha memória?

― Sim.

― Mas como assim estamos indo atrás da minha memória? Eu não entendo. ― Graças a confusão no rosto, uma leve ruga se formava entre suas sobrancelhas ― Nós temos que ir em algum lugar? Não basta você desfazer o que fez? Como minha mãe fez com os meus poderes?

― Não é fácil desse jeito. ― Ele suspirou ― Isso até pode ser feito quando é uma memória curta, de apenas alguns dias. Eu tive que tirar quase trinta anos de você e tentei encaixar uma nova vida, completamente diferente. Isso não pode ser feito somente selando a sua memória dentro de você. Eu realmente tive que tirar e guardar ela em algum lugar.

― Então a minha memória é algo realmente físico, tocável?

― Mais ou menos.

― Tão estranho! ― Aquela história parecia cada vez mais maluca em sua cabeça, mas ele não tinha outra opção a não ser acreditar ― E estamos indo buscá-la? Onde ela está? E se não estiver mais lá? É um lugar seguro?

Seven Warriors [PT-BR] [Yaoi/BL]Onde histórias criam vida. Descubra agora