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Isis

Olhei pra ele e depois pra rua que pro meu azar, a droga estava vazia.

Não que eu tenha medo do Gael, longe disso. Nunca me levei pelo fato dele ser o chefe do morro.

Tá certo, gostoso pra caralho. Deus me livre, não quero mais  me envolver com bandido.

Cês acreditam nessa? Nem eu.

Isis: Sobre o que exatamente? - fiz a sonsa mesmo.

Ele me olhou da cabeça aos pés, acendeu um verdinho e se apoiou no carro.

Gael: O quê tu acha? - dei de ombros e peguei a maconha da mão dele.

Isis: Não vai me dizer que quer fazer uma sessão especial de fotos, adoraria te ver nu. - falei e ele riu.

Ala meu lado safada se manifestando, eu sei, não tenho como controlar e nem quero pô.

Gael: É uma ideia tentadora. - pegou o finin da minha mão. - Mas tô sabendo que ganhamos chifre juntos.

Ele pareceu não gostar muito do que falou, mas quem iria gostar né?

Me aproximei dele, ficando bem entre ele e a porta do carro.

Isis: Pra tu ver como essa vida é engraçada. - falei ficando mais perto do rosto dele.

Ele pareceu ficar um pouco surpreso com a nossa aproximação. Quis rir, mas só me afastei.

Gael: Vai deixar eu matar teu ex? - perguntou meio desconfiado.

Isis: Tu faz o que tu achar melhor. - balancei os meus ombros. - O chefe é você.

Gael: Boa resposta, solzinho. - diz com um sorriso no canto da boca.

Isis: Nem começa com isso. - bati de leve no ombro dele.

Uma vez o Gael ouviu a minha mãe me chamando de solzinho. Ele adora me chamar assim porque sabe que eu odeio.

Minha mãe... era uma prostituta,  não julgo. Dona Madalena fez de tudo para me criar, e eu sou eternamente grata a ela.

Ela morreu a quase 5 meses, mas nunca me contou quem era o meu pai. Acho que nem quero saber.

Gael: Entra no carro, te dou uma carona até o morro. - diz e entrou no carro dele.

Revirei os meus olhos, dei a volta no carro e sentei ao lado dele. Coloquei o cinto de segurança.

Isis: O quê você vai fazer com a Ellen? - perguntei e ele ligou o carro.

Gael: Ainda não sei, mas é certo de que ela vai ficar no zero. - diz sério.

Isis: Não vou dizer que concordo, mas ela sabe muito bem as regras. - falei enquanto entrava no meu insta.

Gael: É fi. - passamos pela avenida. - A Pâm falou pra te dar o novo número dela.

Tirou o celular do bolso dele, desbloqueando com a digital e jogou o celular na minha mão.

Isis: Valeu. - falei e ele balançou a cabeça dele de leve.

Procurei o número da Pâm e anotei no meu celular. Olhei pelo retrovisor do carro e vi que tinha um carro seguindo a gente.

Isis: Tem um 4x4 cinza na nossa cola. - falei e o Gael olhou pelo retrovisor do lado dele.

Gael: Deu pra notar. - me olhou. - Acho que vamos ter que acelerar.

Deu um sorrisinho pra mim e pisou fundo no acelerador. Desviou de alguns carros, enquanto eu olhava pelo retrovisor.

Isis: Nem começa com essa de Dominic Toretto. - falo. - Ainda quero trabalhar amanhã.

Gael: Relaxa fi. - desviou de uma van. - Sei bem o que tô fazendo.

Isis: Então acelera. - digo olhando pro carro preto que está nos seguindo.

O Gael desviou de alguns carros e pegou outra rota pra entrada do morro.

Gael: Tá pegando aquela fotógrafa? - perguntou assim que passamos pela entrada do morro.

Isis: Não, não tô querendo buceta saca. - falo e ele balançou a cabeça.

Gael: Tá certo. - diz e parou o carro em frente a boca da principal.


Gael

Chegamos no morro, decidi levar a Isis pra bocada, tinha que mostrar uma coisa pra ela.

Mas iria falar com o Dedé sobre o carro que nos seguiu, mesmo já tendo quase certeza de quem era no carro.

Isis: Por que parou aqui? - perguntou meio desconfiada e eu ri.

Gael: Quero te mostrar uma coisa que chegou esses dias. - respondo e saio do carro.

Esperei ela sair, os vapores ficaram olhando pra ela, mas ela estava curiosa demais para prestar atenção neles.

Gael: Agilidade porra. - falo pros vapores. - Não tô pagando vocês pra vigiar mulher não.

Peguei na mão da Isis e a puxei pra dentro da bocada. Entrei primeiro, a praga da Ellen já estava me esperando.

Ellen: O quê essazinha tá fazendo aqui? - perguntou levantando da minha cadeira.

Olhei pra Isis, ela estava com cara de tédio e piscou pra mim. Na moralzinha, essa mina é muito fdp.

Gael: O quê porra tu tá fazendo aqui em Ellen? - me aproximei dela.

Ellen: Sou a tua mulher e vim te ver. - diz dando de ombros. - Tá aqui por que garota?

Isis: Não é da tua conta more. - cruzou os braços e se apoiou na parede.

A Ellen fez menção de ir pra cima dela, mas eu segurei ela pelo braço.

Ellen: Solta o meu braço, Gael. - diz quase gritando.

Gael: Vai pra tua casa, meu papo com tu é só depois. - empurrei ela. - Fica esperta.

Ellen: Idiota. - diz passando pela porta.

Isis: Isso foi patético. - deu de ombros e sentou no sofá. - Então Gael, o que você quer mostrar?

Não respondi nada e fui até a minha mesa, abri a gaveta e tirei um envelope branco de dentro.

Gael: É pra você. - entreguei pra ela.

Ela me olhou rapidamente e voltou a olhar pro envelope, me sentei na minha cadeira e ela abriu o envelope.

Isis: O quê significado isso, Gabriel? - perguntou um pouco assustada.
















Amor Criminoso Onde histórias criam vida. Descubra agora