† Capítulo Quatro

1.2K 68 19
                                    

"Não me tire do sério, amor. Posso perder o controle, e você pode gostar."

— Letra de uma música que não lembramos agora.

Mídia: Gabriele Bellard
Peçam aqui o personagem que querem conhecer e nós colocaremos as fotos ♡

Errado, aquilo era errado.
Dentro do quarto de Fábio, era essa a constatação que rondava sua mente.

Mas o que tanto era errado assim? Ele ter chamado uma conhecida para conversar sobre algo sério? Errado era ter ido justo no seu quarto para ter tal conversa?
Não. No momento, não era aquilo que ele considerava errado, mas sim o fato de no momento que entrara em seu quarto, querer trancá-lo e agarrar Gabriele.

O errado era ele se ver completamente hipnotizado por seus lábios, e querer fodê-los como se não houvesse amanhã.

E o mais errado ainda, era ele gostar daquela idéia. Da menção imaginária de Gabriele sendo tocada por ele, se despindo para ele, gozando com ele.

— Fiz algo errado, Padre? – A menina se pronuncia, já que o mesmo se mantém calado enquanto sua mente formulava todas as malícias possíveis.

Ele a olha, ponderando sua resposta. Lógico que ela fizera, ela sempre fazia algo errado. Era o modo como se ajoelhava, como sorria, como falava, ela errava sim, mesmo sem consciência, no instante que seus largos olhos morenos encaravam como naquele momento o seu.

— Não. Na verdade, o Padre Joseph mencionou que você se sente mal em relação aos seus pais, algo assim. Achei que seria sensato conversar com você, mas se preferir, deixemos para lá. – Ele a olha, e ela, por sua vez, fica sem reação.

— Foi para isso que me chamou? – Pensa, logo se corrigindo. O que ela queria? Que ele a trancasse ali, e fizesse tudo o que o irmão fizera à poucos senão até mais? No fundo, sim, queria isso, mas tendo em mente a impossibilidade do evento, apenas seguimos em frente com nossas vidas.

Mesmo assim, a preocupação do Padre Fábio com sua relação familiar não deixava de lhe agradar. Era fofo, gentil.

— Tudo bem... Na verdade, eu só me sinto desconfortável com certos assuntos com eles. – Ela vê o padre fechar o topor da cortina pesada do quarto, mas apenas uma breve parte, possivelmente pelo sol que entrava vívido no lugar. Ou não. — Padre, o senhor já quis transar com alguém?

A pergunta o pega de surpresa, o fazendo morder com força o delineado lábio inferior, na tentativa de manter sua razão e respondê-la educadamente.
E ao dizermos "tentar respondê-la  educadamente" queremos dizer "tentar não arrancar as suas vestes e a mostrar na prática a resposta para a questão feita".

— Como? – Ainda chocado, ele logo a olha, recebendo um tímido balançar de ombros como resposta. Gabi põe duas mechas insistentes que lhe caiam ao rosto atrás da orelha, e, como já havia seguido até ali, continua.

— Quero dizer, sei que o senhor é padre, entretanto, já sentiu alguma vez atração por alguém? Atração sexual, mais exatamente... – Ao explicar com gestos tímidos, ela sente o olhar quente do homem sobre si, fazendo com que sua respiração falhe. Mas ao contrário do sermão que esperava ouvir, – como de costume sempre que tocava em assuntos explícitos com a mãe ou o pai – Fábio se mostra doce. Cúmplice, melhor dizendo.

— Sendo franco, sim. E minha função não me inibe de sentir atração por alguém. – Fábio fala, refletindo também sobre o que dissera. Logo a garota o olha, e para acolhê-la ao âmbito do assunto, ele sorri, se sentando na ponta da cama  e a convidando para se sentar também. Ela aceita, sentando-se timidamente, mas curiosa sobre o que ele respondeu, o incentivando a continuar. — E você? Está se sentindo atraída por alguém?

Pecadora Onde histórias criam vida. Descubra agora