"Quando os problemas chegarem, você sempre sentirá saudades da paz."
•mídia: Robertha Santis
Os cabelos da negra eram lisos, com ondas leves e que batem dois palmos abaixo de seus ombros, como ondas em um mar calmo. A caçadora dos Himers, Robertha Santis, segurava um notebook, um sorriso sublime era percebido em seu rosto enquanto cruzava os longos corredores do casarão.
Bateu na porta do chefe duas vezes, esperando permissão para sua entrada.
— Entre. – A voz grossa ordenou e sem esperar a mulher abriu a porta e deu de cara com seu líder e mais um homem. A segunda figura estava com os braços amarrados pra trás, ajoelhado em frente ao seu líder. Os olhos inchados e braços vermelhos, em suma, pelo escorrer do sangue. Não seria necessário mencionar que o nariz do infeliz estava quebrado.
Uma risada de sarcasmo escapuliu da garganta dela, atraindo a atenção de ambos para si. Fechou a porta de madeira escura e os encarou.
— Santis! Novidades? – O homem, negro, alto, cabelos raspados e um bigode cavanhaque grosso e bem desenhado se virou. Abasi N'Bauk podia fácilmente ser confundido com algum desses galãs de novelas, o afroamericano tinha uma beleza inegável. Mas nem mesmo a mais linda rosa, obrigatoriamente, tem o mais delicado dos perfumes, e o líder Himer era exatamente assim.
Por trás da fachada de moço bonito – Fachada esta que ajudava e muito os negócios ilícitos que lidava, uma vez que sua aparência afasta suspeitas policiais em relação a ele. – estava um homem frio e irônico, que faz questão de lembrar a todos em diversos momentos quem mandava.
E para o azar de muitos, quem mandava era ele.
— Sim. Nós acabamos de receber uma ligação anônima, que nos confiou fielmente a localização de Lúcifer. – A mulher falou, ignorando os gemidos de dores que o saco de pancadas humano emitia vez ou outra. Recebeu com a frase toda a atenção de Abasi. — E as fontes são confiáveis, antes que pergunte. – Riu de canto.
— Bem, sendo assim, o que faz aqui? Sabe que tem livre acesso as armas a e esquadrões para caçar quem quiser, principalmente Lúcifer. – O líder concordou, virando-se novamente e olhando o seu inimigo rendido. Desferiu nele mais um golpe, sentindo os nós dos dedos molharem com o sangue do outro num ardor suportável. — Inclusive, o que tem nisto aí? – Questionou sem olhá-la, referindo-se ao notebook nas suas mãos.
Robertha bufou, insegura e um pouco confusa com as informações que tinha.
— Se lembra do agente Himer Ritchie? – Questionou ela se aproximando da mesa dele, pondo o notebook aberto nela. Viu quando o homem assentiu, sem lhe dar muita atenção.
— Aquele que mandamos atrás de Lúcifer no Brasil e acabou matando o protegidinho da América? O tal do Rocherfort? – Havia ironia em sua fala. Uma risada nasalada saiu e seguida dela um murro na cara do homem novamente.
— Esse mesmo. Ritchie, ao repassar os dados que haviam no pen drive dos América, descobriu mais dois elementos. – A mulher teclou enter e Abasi olhou para o aparelho, o corpo ferido do homem que espancava caiu no chão, gemendo de dor, mas baixo, com medo de atrair mais socos caso o barulho fosse mais alto. Fotos e informações de Gabriele Bellard e Fábio Cartucci apareceram. — Padre Fábio Cartucci e “Pecadora”, que foi como Rochefort apelidou segundos antes de sua morte, a garota. Também consta nos arquivos fotos de um ménage entre os três.
Abasi riu alto, não se surpreendendo com a audácia do ex-membro de conseguir fazer um padre pecar.
— Adorei a história, e o apelido da jovem aí também, mas ainda não entendi onde os dois se encaixam. – Deu de ombros, sem ligar muito para o que a caçadora dizia.
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Pecadora
ActionÂngelo Cartucci, um homem sádico, irônico e totalmente irreverente no quesito sexual, completamente o oposto do seu irmão adotivo, Padre Fábio Cartucci, um homem de boa índole, gentil, e totalmente desviado dos caminhos mundanos. Ou quase totalmente...