† Capítulo Catorze

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— A última pista que temos é essa: Toddy Marsh, 40 anos. – Steven citou, em frente à uma enorme televisão, na sala de filmes e vídeos da mansão. O trio acompanhava atento o que o tatuado dizia, com uma breve exceção de Lúcifer, que se concentrava cutucar diversas e irritantemente vezes o braço de Violet, que estava quase socando sua cara.

— Para de implicar com ela e presta atenção? – Gabi o puxou, incomodada com ambos, mas se controlando.

— Eu não preciso prestar atenção. – Lú olhou para o lado, encontrando os olhos da morena. — Eu vi Marsh ser morto.

Seu olhar transmitia uma certa frieza, não era como se a morte de Marsh fizesse alguma diferença. Fábio o encarou, entendendo a situação.

—  Então foi ele que você viu ser morto, mas não viu o assassino? – O mais novo apenas assentiu, olhando enfim para o telão, onde Steven assistia ao monólogo dos três em silêncio.

A imagem do homem estava dividida em duas telas, na primeira, estava sua foto vivo, aparência fisicamente grande e olhos incrivelmente verdes. Na segunda, um corpo estirado ao chão quase nu, uma faca cravada no peito e um número logo ao lado.

Um número?

Mais estranho que o fato de ter um algarismo em um cadáver, era a forma como o mesmo estava desenhado: Numa marcação semelhante à estética de escrita em latim nas bíblias medievais, o número – Que para esclarecimentos maiores era o  2. – estava marcado em escarificações que se assemelhavam à ferro em brasas.

A idéia fez o estômago de Fábio dar “leves” voltas.

— Isso é… cruel. – Gabriele murmurou para o nada, pedido nas linhas hipnotizantes da marca. Notou que possivelmente a vítima tinha tentado se esquivar para a direita em tentativa de defesa, uma vez que o desenho do dois estava levemente enrugado para a direita, indicando movimento.

Explicou o que percebeu para todos na sala, recebendo um olhar curioso de todos, e um certo brilho de fascínio vindo de Steven.

— Como deduziu isso? – O barbudo questionou, escondendo um sorriso. Gabi por sua vez parecia animada com a conversa.

— Forense. Sou estudante de Criminologia Forense. – Explicou, vendo enfim o sorriso alinhado do rapaz se estender. — Bem, quais são as outras pistas? Tem alguma conexão entre elas?

— Aí que está! Parece que não há nenhuma conexão entre os quatro assassinatos já ocorridos. Esse psicopata não parece querer nos deixar entrar no joguinho sádico dele.

— Me desculpe, mas isso não é possível. Nenhum serial killer mata por matar; Há sempre um objetivo ou um padrão. – Gabi tentou contornar, e Lúcifer concordou com a cabeça.

— Já pensaram na idéia de estarem matando com o propósito de incriminar a Himer? – Fábio, que apenas escutava a conversa, resolveu dar seu parecer, falhando na hora de pronunciar o nome da máfia, já que não estava acostumado ainda com a sonoridade do nome.

Lúcifer achou aquilo uma graça, não impedindo-se de rir baixo do erro que passaria despercebido caso eles não conhecessem bem os Himer.

— O certo é Himer. Pronuncia-se “haimer”.– O moreno piscou um olho para o irmão, que sorriu como resposta e murmurou um “Você entendeu.” — E sim, já pensamos. Eu imaginei que poderia ser algum membro expulso ou fugitivo com sede de vingança. Embora que muito difícil, essa hipótese é possível.

— Entendi… – O padre engoliu à seco, lembrando que o irmão havia mencionado que dificilmente um membro que saia da facção sobrevivia. — E quanto às outras vítimas?

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