† Capítulo Três

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"Todos temos demônios interiores, negá-los é como negar sua própria natureza. Mas negá-los, usando a religião como justificativa, é inteligência."

— Frases aleatórias escritas na hora ou após ouvir músicas arrebatantes, e que por algum acaso se encaixam nesse capítulo.

— Ângelo, se você está aí quer me fazer o favor de responder? – o Padre fala, visivelmente começando a se alterar. Estava claramente se irritando, a idéia do luxurioso do irmão tocando em Gabriele era quase que inaceitável.

Conhecia a garota desde pequena, acompanhou cada crescimento dela, e quando a mesma fez 13 anos, se mostrou muito abatida com uma viagem que ele fizera para a África do Sul. Mas ninguém mais que o mesmo se surpreendeu com a volta, que foi justamente no seu aniversário de 19 anos.

A garota, antes frágil, chorona e bastante dengosa, se tornou uma bela duma morena, cabelos longos e negros e ondulados, que caíam severamente contra o início de seus seios. E que seios, se antes a falta de curva e a fragilidade física se mostravam encantadoras nela, suas curvas agora se faziam seus novos dotes.

Na viagem de volta, a garotinha que conhecera antes, carinhosa e tímida, agora se mostrava recatada, suave, delicada. E aquilo o atraiu, de uma forma intensa demais para sequer evitar.

Desde então, sempre a observava quieta nos cultos redigidos pelo Padre Joseph, tão tímida, retraída... Se perguntava diversas vezes como seria o sexo, já que nunca o tive graças à minha escolha, mas em todas as possibilidades de respostas, sentia que se fosse o sexo com Gabriele, não seria sexo. Seria algo selvagem.

E não a deixaria ser tocada pelo babaca do Ângelo, e se fosse preciso o mataria.
Bem, na verdade, sabendo da sensibilidade enorme do público alvo da nossa plataforma, talvez o quesito morte pudesse ser evitado, mas não sairia em branco. Umas pancadas, talvez. Morte não.

— Fábio? Entre, oras... Estou ajudando a Gabriele. – Ângelo diz, e rapidamente abaixa o vestido rosa claro de Gabriele, o molhando numa área e depois puxa a toalha de rosto do banheiro.

— Está trancada. – O homem do lado de fora reclama, logo tendo a porta aberta por Ângelo, que fingia calmamente secar a barra do vestido de Gabi. Por sinal, Gabi! Essa mais parecia um pimentão.
Sua respiração estava ainda descompassada, mas nada se comparava à tremedeira das pernas, devido ao gozo interrompido. Suas feições se dividiam entre a frustração e a vergonha.

— Pode me explicar? – O Padre questiona, visivelmente colérico com a cena, atraindo um olhar bem... Bem "O que você deseja empata foda de Jeová?" de seu irmão.

— A Gabi derrubou suco no vestido, e vim ajudar ela a se secar. Por que?

— E a porta estava fechada por qual razão? – Fábio questiona, mas dessa vez olha para Gabriele, controlava seu ciúmes infantil pelo apelido usado.  Oras, Ângelo estava ali há pouco menos de 48 horas, e conheceu de manhã a sua menina, como já estava com tanta intimidade?

— Eu acabei nem percebendo, ele me ofereceu a ajuda, e acabei nem me ligando que tranquei. – Explicando com um sorriso no rosto, a menina-mulher se pronuncia, agradecendo ao Ângelo pela "ajuda" e logo se pondo a sair do banheiro.

— O que foi? – Sob o olhar repreensivo que Fábio dirige à Ângelo, o homem acaba rindo baixo e vê seu irmão santo sair, provavelmente atrás da garota. No fim, aquilo era engraçado, como um jogo.

Gabriele era o tipo perfeito de presa sexual, só não via quem não queria.
E só de vê-la, Ângelo notou o seu erotismo oculto... Uma pena que o irmão tenha percebido o mesmo tão tarde, ele imaginava. Agora, Fábio teria concorrência.

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