† Capítulo Dezoito

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"Que venha a guerra"
Pecadora

Mídia: América Lance

— Como assim explodiram nossos carros? – Robertha vociferou no telefone, falando com um dos himers que trabalham com ela. Ele narrava a fuga dos América e de Lúcifer, detalhando com exatidão o quão rápido foi o momento em que ele, alguns metros atrás em outro carro, viu os veículos da linha de frente explodirem. 

Granada, suspeitou. Como dever, alertou a caçadora, que parecia soltar fumaça pelo nariz, completamente irritada.

— Orientem aos homens limparem a bagunça feita. Quanto aos corpos dos mortos, identifique-os e mande enterrá-los devidamente, após isto estão liberados para voltarem. – Ordenou claramente. 

— Sim senhora. 

— Bom menino. – Agraciou numa voz mansa que podia ser tanto de doçura quanto de irônia, e ela não fazia questão alguma de especificar qual das tonalidades era. — Caso tenha novas dúvidas me ligue, preciso resolver algo. – Disse e como não obteve mais que um “compreendido” da parte do homem, desligou. 

Guardou o aparelho no bolso da calça, xingando mentalmente o padre que a atropelou por a fazer torcer o pulso, que doía como um inferno mesmo ela o ajeitando da melhor maneira possível. E para piorar, ele e Pecadora ajudaram Lúcifer e sua equipe de quinta a escapar. 

Literalmente, aquele projeto de religioso e de devassa agora estavam na sua mira. 

◈◈◈◈◈◈◈ † ◈◈◈◈◈◈◈

N

a casa de América a tensão crepitava pelo ar, estava findando a tarde quando o grupo chegou, justamente quando na TV da sala, ligada num canal de notícias, uma das reportagens citadas era a explosão na avenida. 

“— Até agora, a motivação da explosão não foi confirmada. Aparentemente dois carros pegaram fogo, mas quando a polícia local chegou não estavam mais aqui, o que dá a entender que possíveis corpo também foram removidos do local. Com exceção dos envolvidos nessa relatada perseguição, que ainda não foram identificados, nenhum inocente foi atingido pelos destroços.”

Lúcifer parou na frente na TV e a encarou, frio demais. Sem nenhuma de suas piadas, apenas olhou América e os demais que o encaravam com surpresos e em seguida se dirigiu aos quartos, saindo da vista deles. 

— Podem subir, eu explico o que aconteceu. – Stev disse para Gabriele, sorrindo de canto e indicando que tanto ela quanto Fábio estavam livres de explicar o ocorrido. Agradeceu retribuindo o sorriso do moreno, e juntamente com Fábio subiu as escadas que levavam aos quartos. 

— Essa foi a merda mais doida que vivi até hoje. – Suspirou cansada para o nada, apenas precisando desabafar, mas sem alguém definido em questão para a ouvir, mesmo ciente que Fábio a acompanhava. 

— Sim. Me pergunto quantas vezes eles não passam por coisas assim. Por quantas vezes meu irmão não passou por coisas do tipo… – Era perceptível a tristeza em sua voz. Como irmão, ninguém quer que o outro passe por um perrengue daqueles, e para Fábio estava sendo estranho saber que o irmão mais novo envolve-se nesse tipo de coisas. 

Gabriele se virou, aproximando-se do padre. — Por que não conversa com ele? – Sutilmente tocou no abdômen do mesmo, um carinho que subiu dali até seus ombros e então seguiu para a barba dele, acariciando com leveza, perdida no toque. 

Foi inevitável sentir uma onda elétrica crepitar entre eles. Entre aquele movimento que pendia entre o carinhoso e o sugestivo o homem fechou os olhos rapidamente, soltando um suspiro baixo. 

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