† Capítulo Seis

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“E conhecereis a verdade. E a Verdade vos libertará.”

Bíblia. Livro de João; 8.32

Mídia: Padre Fábio Cartucci
Peçam aqui o personagem que querem conhecer e nós colocaremos as fotos ♡

A idéia de se mudar fora abortada ao chegar em casa por Gabriele, que buscou imediatamente se acalmar.

Com paciência, dispensou dois corretores que havia contatado, jurando engando e pedindo desculpas.

O motivo de ter perdido a cabeça era tão idiota quanto ter gritado com seus pais. Embora que Ângelo tivesse sido um idiota ouvindo tudo o que ela confessou, e nem ter avisado que ele estava ali, e embora – também – que seu pais sempre à forçaram para a igreja, nada justificou o seu escândalo.

Mas já estava feito, uma gota que transbordou um copo cheio. Agora restava arcar com as consequências.

Consequências essas que vieram em cerca de uma hora, materializando-se com a chegada dos pais e dos irmãos.

— Vá para o quarto, queremos conversar com você. – É a única frase que seu pai pronuncia antes de deixar as crianças na sala vendo TV e a olhar.

Dependendo do que fosse conversado, Ângelo estaria certo que seus dias na Terra estariam contados.

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A tal conversa durou cerca de uma hora, que mais pareceu um minuto. A primeira atitude da morena foi se desculpar, mas de forma madura, impôr que não se viu bem confessando e, de forma racional, seus pais também assumiram a posição de culpados quanto ao livre arbítrio religioso da garota.

No final, decidiram ficar de bem, desculparam-se, e Gabi e eles concordaram que a jovem não iria nas missas pelo menos até o fim do mês, para tanto dar o espaço necessário, quanto para evitar comentários maldosos em cima da mesma.

Diferente de todas as conversas que tivera antes sobre a igreja, seus pais não foram rudes, impositores nem mesmos grossos. Diferente de tudo, conversar com seus pais era como conversar com Fábio.
Fábio. Com toda certeza tinha o dedo apaziguador do homem ali, ela sentia.
Errada não estava.

Só para interessados, e a fim de detalhes, o dia da família foi tranquilo, com direito à pizza como jantar, algumas horas depois.

Talvez Ângelo não estivesse com os dias contados, caro leitor.
Isto é, se depender de Gabriele, apenas.

E se para a família Bellard, mesmo com toda a confusão de mais cedo, tudo estava indo bem, naquela noite, na casa de Fábio, tudo parecia não funcionar de alguma forma.

Sua mente divagava ainda sobre o que Gabi teria dito que a fez surtar quando percebeu que quem escutava era seu irmão. Se perguntava se tinha algo haver com ele, mas logo a hipótese era descartada. Talvez Gabriele tivesse confessado ingenuamente a masturbação, mas se fosse o caso, não ficaria tão chocada quando visse que quem a ouvia era Ângelo. Também se preocupava com o motivo da visita repentina de Ângelo.

Fazia muitos anos que não se viam, e de repente, o homem lhe aparece, com duas malas enormes e insiste em não revelar o motivo da visitinha.
Evitava porém pensar muito naquilo, sabia dos péssimos caminhos que Ângelo trilhava na cintilante Califórnia, e mesmo que não soubesse com exatidão, sabia que não eram bons.

Mas por mais que evitasse pensar, seu pensamento sempre voltava ao mistério que entorneava Ângelo. Ou melhor, Lúcifer.
O Ângelo a que o padre conhecia de certa ficou na sua infância.

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