" Você me atrai. De um jeito doce, ameno, perigoso e envolvente demais para que eu consiga me afastar. Eu preciso de você."
— Pecadora• Mídia: Gabriele Bellard
5:00 AM
Se mexeu, desconfortável. Havia um calor estranho perfurando o peito de Lúcifer, uma respiração tranquila e profunda, que ainda se mantinha na mesma posição da noite passada.Aquela era oficialmente a primeira vez em décadas que acordava com alguém na cama sem ter transado com tal na noite – ou dia – passada. A sensação, embora diferente, lhe foi boa.
Ao tentar se movimentar, instintivamente Gabi se abraçou mais ainda à ele, o forçando a se manter alguns minutos mais parado. Ficou então observando ela, notando pequenos padrões no rosto que faziam com que ela destoasse numa beleza quase angelical.
Por um segundo teve medo dela e do que poderia acontecer se continuassem próximos. A madrugada foi um ótimo exemplo de como ele podia baixar, mesmo que sorrateiramente, a guarda na presença dela. Ele sabia que vinha sendo rude com ela, e embora não fosse propositalmente, também não buscava meios de se desculpar pois no fim julgava ser melhor – ou mais fácil – daquele jeito.
Quando ela cantou a música até então conhecida por longe de um cantor que se não lhe falhava a memória, se chamava Khalid, ele teve vontade de se abrir com ela,de contar seus demônios. Mas e se depois usassem isso contra ele? E se decidissem que se afastar era mais fácil e ele tivesse que lidar com mais um afastamento?
"Can we just talk?"
Ele sabia que era uma indireta bem direta indo de encontro com a cara dele, mas o que poderia conversar?Falar que ele estava com medo de se envolver com ela mais do que algo casual e depois algo de ruim acontecer a ela? Mais do que já vinha acontecendo?
Não. Estava fora de questão, até por que se era ele quem tinha paranóias ele que lidasse com elas.
Não queria que nada ocorresse à si ou ao seu irmão, e acima de tudo, com Gabriele, a quem suspeitava que estava ali somente porque transaram e automaticamente, as máfia a ligou com ele. Passou com suavidade o dedo indicador por uma mecha que caiu na frente dos olhos dela, temendo que um dia ela se machucasse por causa dele.
Fez uma linha demarcando o maxilar dela com a ponta do dedo de leve, num impulso instintivo deslizou a mão por sua nuca, sentindo o calor dos fios dele entre seus dedos.
Lúcifer não queria se envolver, por diversos fatores. Mas com a respiração tranquila da moça na sua frente, foi difícil pensar em outra coisa senão tomar seus lábios para si num selinho calmo.O ato não durou mais que alguns segundos, e no fim nem ele soube o motivo de fazê-lo. Só queria ter mais una memória da boca da morena. A respiração de Gabi apenas ficou um pouco mais pesada, e ele decidiu se levantar, a empurrando devagar para o lado da cama. Com certa dificuldade saiu da cama e conferiu através de uma janela que o dia ainda não havia amanhecido por completo e decidiu aproveitar para ir se lavar.
Sua mão ainda ardia pelos cortes, mas com certeza bem menos que na noite passada. Entrou no box com o chuveiro aberto minimamente, evitando fazer barulho. Relaxou um pouco embaixo da água corrente, diferente de Gabriele, que havia acordado com a sensação de ter sido beijada.
Na verdade ela sabia que não tinha sido apenas a "sensação". No final estava apenas sonolenta para esboçar alguma reação e somente "absorveu" o beijo quando percebeu ele no banheiro.
Sentia seu coração bater rápido, mas não conseguia dizer ou pensar nada. Na verdade, lá no fundo ela desejou que ele voltasse para a cama e a beijasse mais uma vez.
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Pecadora
ActionÂngelo Cartucci, um homem sádico, irônico e totalmente irreverente no quesito sexual, completamente o oposto do seu irmão adotivo, Padre Fábio Cartucci, um homem de boa índole, gentil, e totalmente desviado dos caminhos mundanos. Ou quase totalmente...