"Insira aqui uma reflexão com duplo sentido que se aplique à esse capítulo."
Terça-feira de noite. Após uma rotineira segunda calmo, o que todos mais queremos é algo agitado, uma programação no mínimo animadora, que inicie bem a semana.
De forma resumida, o pior dia universal – Segunda – para os Cartucci foi repleto pela monotonia, eles mal trocaram palavras, a única queixa de Fábio foi sobre sua ressaca, que durou o dia todo, e ocasionou ao irmão mais novo a função de ajudá-lo com suas dores.
Para os Bellard, porém, foi mais agitado que o comum: Um circo itinerante havia estado na cidade, o que ferveu os ânimos da família para a diversão, principalmente o das crianças. Aparentemente a conversa havia sido boa, Gabriele estava mais confortável em relação aos pais, embora que hora e outra soubesse que teria que ver Ângelo ou Fábio – e temia que Fábio soubesse o que ela confessara. Torcia para Ângelo não ter revelado, mas não acreditava nisso.
E para piorar, sabia que teria que decidir se iria ou não às missas, e pelo o que conhecia dos pais, eles se irritariam bastante se ela decidisse não ir mais… Não valia a pena os irritar e quebrar o clima ótimo que estava na família.Mas ainda não estava pronta, e por isso decidiu em conjunto com os pais não ir nas missas até o fim de semana seguinte.
Sua ausência, porém, naquela mansa noite de terça, cuja missa já estava encerrada, não pode passar despercebida.
— Boa noite… Como vão irmãos? – Fábio se aproxima da família, que conversava com alguns conhecidos na porta da Igreja. Ângelo estava do lado de dentro da igreja, sendo “secado” por todas as garotas da igreja, principalmente Lilith, que já começava a o irritar.
— Boa noite, Padre. Tudo perfeito, e com o senhor? – O patriarca responde, sorrindo alegremente.
— Estou ótimo, obrigado. – Disse serenamente.
— Aliás, obrigada por nos orientar sobre a calma quando conversarmos com a Gabi. Foi muito bom nosso papo, ela nos entendeu, e vice-versa. – A mãe dela se pronuncia.
— Fico feliz em ouvir isso… Por sinal, onde está a Gabi? Ela passou mal, ou algo assim? – Questionou como quem não quer nada. Ah, como queria. O pai dessa vez quem maneou a cabeça em negação.
— Na verdade, não. Ela decidiu se afastar um pouco, e não virá nas próximas semanas para a missa. – Respondeu.
— Sim, pelo o que entendemos, ela precisa desse tempo, e resolvemos dar. Só esperamos que ela volte… – A mãe completa, deixando vaga a última frase.
A mente do padre se contorceu numa ínfima confusão. Tempo? Mas tempo para o quê? E esperar que ela volte, porque?
— Ah, ela pretende… Bem… Largar a Igreja? – Perguntou sem disfarçar sua curiosidade. O seu amigo, pai de Gabi, respirou fundo, uma ato que cometia sempre que estava perdido em alguma situação.
Péssimo sinal.
— Olhe, por algum motivo, Gabi se sente desconfortável e envergonhada. Acho que pelo escândalo, mas duvido que seja, já que ela já se desculpou, e nós, perdoamos. Então não sei, mas não nego que ficaria bastante triste se fosse o caso.
Uma raiva crescente se apossa de Fábio, que à aquela altura queria socar a cara do irmão no asfalto e mandá-lo para a puta que pariu.
— Olha, desculpe cortar a conversa, mas amanhã eu e meu marido sairemos cedo para a escola. – A mulher se pronunciou, um pouco tímida por cortar a conversa tão bruscamente.
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Pecadora
ActionÂngelo Cartucci, um homem sádico, irônico e totalmente irreverente no quesito sexual, completamente o oposto do seu irmão adotivo, Padre Fábio Cartucci, um homem de boa índole, gentil, e totalmente desviado dos caminhos mundanos. Ou quase totalmente...