† Capítulo Dezessete

393 22 4
                                    

Em poucos segundos conseguia sentir a grama áspera e quente em seu rosto. Seu ouvido zunia em notas baixas, como se tudo ao seu redor estivesse lento. Sentia o peso de um corpo em cima do seu, e pela leveza julgou ser de Gabriele.

Apertou os olhos, tentando buscar forças e ser rápido, antes que quem tivesse tentado aquilo os pegasse. Ele e Stev se levantaram primeiro, ajudando Fábio e Gabriele, que sentia vontade de vomitar tudo o que comeu.

Lúcifer apenas deu o sapato para ela, a segurando para que não caísse, ainda tonta. Ela o via abrir a boca repetidas vezes, gritava, tinha certeza, mas o que atraía sua atenção era o grande fogo que se erguia no túnel que saíram e subia q grama seca e ia em direção à parte traseira da igreja, queimando-a pouco a pouco.

A forma que Lúcifer encontrou para tirá-la do transe foi dar tapas em seu rosto, e assim que os olhos dela se concentraram nos dele, segurou seu rosto firme, paralisando-o.

— Vai embora, você e Fábio. – Repetiu a frase que disse umas cinco vezes apenas no curto período de tempo. Soltou o rosto dela, a tem empurrando na direção de um matagal logo a frente.

A morena recuou alguns passos assentindo, procurou Fábio com o olhar e o viu caído, um pequeno corte na bochecha em risca mas sangrando foi o suficiente para ela fazer o oposto do pedido e avançar em direção ao padre, preocupada.

Ele estava bem, mas não pode prestar muita atenção nisso, ouviu vários tiros em sequência, de uma forma bastante surreal. Quando percebeu, Steven estava atirando em direção à igreja, os dando cobertura.

Lúcifer levantou Fábio o mais rápido que pode, proferindo diversos palavrões. Como iluminação divina, o Audi cinza que a outra dupla veio surgiu ali, com uma Violet totalmente emputecida. A asiática abriu as quatro portas do carro saindo dele com duas armas, e foi lá que Lúcifer obrigou Fábio a entrar.

Violet passou uma de suas armas para Lúcifer, e concentrou-se em atirar nos diversos homens que avançavam em direção à eles. Conforme alguns inimigos avançavam, Lúcifer teve a iniciativa de atacá-los corpo a corpo, uma manobra arriscada, porém as balas do pente de sua arma tinham acabado e certamente não teria tempo de repor sem levar um tiro.
Acertou um dos homens na nuca com a arma, chutando o peito dele em seguida, buscando rapidamente a arma que ele usava e a usou para atirar três vezes em seu peito.

O homem caiu morto no chão, e logo atrás dele, um pouco mais a frente estava Robertha Santis, caçadora dos Himers, sua ex-melhor amiga. Seu olhar era duro e frio em cima de si, tal qual seu corpo que parecia tranquilo com a abordagem. Era praticamente palpável em seu olhar a satisfação que tinha em estar ali e Lúcifer percebeu seu corpo retesar e querer recuar. A morena avançou em sua direção e seu sangue gelou a partir dali.

Não longe, Violet e Stev seguiam a mesma linha de pensamento em ataque, suando muito e cansados, mas sabiam que não podiam parar de atirar. De repente, uma bala acertou o braço da asiática, que gemeu de dor e por puro ódio fuzilou repetidas vezes o desgraçado que a acertou, o deixando como uma “peneira”.

Voltou em recuo para o carro, onde estranhou Gabriele e Fábio abaixados no banco, assustados. Bateu no vidro, chamando a atenção do homem que estava no banco do motorista.

— Sabe dirigir? – Questionou alto para que ele ouvisse.

Fábio franziu o cenho. — Se eu sei dirigir? Lógico que sei dirigir. – Respondeu a encarando.

— Então dirija e saia daqui. – Alertou, gesticulando a chave que estava engatada. Fábio assentiu, logo acendendo o painel e buscando o modo como o carro ligava. Achou um pequeno botão embaixo do painel, certamente não era do carro, e sim um reajuste de mecânico que tinha feito aquilo, mas no momento era o que menos importava. Ligou o motor e pisou fundo no acelerador, ajustando a marchas, virou o carro em direção ao mato alto onde Lúcifer tinha indicado que Gabriele corresse e entrou nele.

Pecadora Onde histórias criam vida. Descubra agora