† Capítulo Treze

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"Junto com um novo dia, nascem no os problemas. "


Dor. Uma incessante e fodida dor.
Era apenas isso que Lúcifer conseguia sentir. Em várias partes do corpo.

Abriu os olhos com calma, sua visão embaçada detectava o quarto claro, alguns fragmentos de porcelana no chão. Levantou devagar, temendo uma ressaca daquelas, mas se surpreeende ao notar que a dor provinha de seu rosto e corpo amassado pela posição em que dormiu.

Tomou um banho rápido, apenas para se recompor, pensando algumas vezes antes de sair do quarto, se saberia lidar com a situação que se de correria dali em frente, seja lá qual fosse ela. Foi até o quarto de Gabriele, logo ao lado do seu, entrando e vendo apenas Fábio acordado.

- Bom dia. - O chamou, esperando uma reação agressiva da parte dele, mas logo se lembrou de quem se tratava: Fábio. E dificilmente Fábio conseguia ser menos que um ser iluminado, em todos os sentidos.

O irmão abriu um sorriso para ele, se aproximando do mesmo e o conduzindo para fora do quarto com uma única explicação: "Deixe-a descansar."

Ao saírem, o mais novo escorou-se na porta semi-fechada, fitando o chão.

- Queria aproveitar e pedir perdão por tudo, desde ter saído sem ter te avisado, sendo que prometi lhe avisar e principalmente por te por nessa confusão. Não se preocupe, eu darei um jeito de te tirar daqui nem que isso custe... - Fábio o interrompeu antes que pudesse terminar com um abraço. Um abraço diferente dos que distribuia para os visitantes da igreja, usados para recepcioná-los.

Esse tinha um propósito, que era mostrar ao irmão que ele estava ali.

Sempre esteve, só não tinha ciência. Lúcifer, que estava estático, apenas abaixou a mão, permitindo-se ser abraçado.

Por fim, Fábio se afastou um pouco, já sentindo o cheiro do uísque e cigarro o envolvendo mais uma vez.

- Estou aqui. E aqui ficarei. Escute, não se desculpe por algo que você não tem culpa, sei bem que nos desejava em qualquer lugar menos aqui, é perceptível de longe isso. - Acariciou o ombro esquerdo do homem, que se sentiu abalar com uma frase apenas. "Você não tem culpa."

Não acreditava. Com o tempo acostumou-se a não crer nisso

Mas era bom ouvir aquilo depois de tanto tempo o acusando como culpado por tudo de mal que rondava seus próximos.

- Obrigado por isso. - Respondeu sincero, o olhando enfim nos olhos.

- Não tem de que. Por onde começaremos? - Fábio questionou, cruzando os braços ao perceber que ele não estava confortável com o toque. Pressionou levemente os lábios, uma mania que tinha sempre que prestava extrema atenção em alguém.

- Bem, eu vim acordar vocês para levá-los até o resto do pessoal. Só estou esperando que Gabriele acorde. - Disse, mas não precisou demorar muito já que a mesma estava à espreita, escutando toda a conversa, esperando pelo momento de poder sair.

Achou a brecha perfeita, abrindo a porta.

- Ouvi meu nome? - Lúcifer fez que sim, observando sua roupa de cima à baixo. Blusa de alça e um short eram o que o fazia se encantar com a morena, até por que nunca a viu - Fora no sexo, claro. - com roupas tão pequenas e que mostrassem tanto de si. - Bom, eu já fiz minhas necessidades, podemos ir então. Seja lá ir para onde... - Sussurrou baixo a última parte.

- Sim, mas antes eu queria... - O homem ia começar mais uma série de desculpas, mas a morena o interrompeu com calma. Depois da cena escutada e previamente vista, era impossível não notar o arrependimento e tristeza de Lúcifer, que realmente não era culpado deles estarem ali.

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