Sempre uma eternidade pra te ver. Os dias pareciam passar mais devagar e os meses pareciam não passar nunca. A ansiedade sempre era confortada quando a tua cabeça era acolhida no meu peito, mas até lá era muita água. Por vezes tu me sabotavas, aparecias na minha mente em momentos que eu precisava de concentração, e vinhas tão real que eu sentia o teu cheiro. Juro que achava que tu estavas perto, me virava mesmo sabendo que não ia te ver. Quando chegava próximo de ir ao teu encontro não tinha nada que competisse contigo nos meus pensamentos, eras tu e somente tu. Enquanto eu estava no barco eu observava a água correndo e batendo tentando me impedir de te ver, mas toda a correnteza do mundo não era capaz de me empurrar pra longe, o coração sempre aumentava um pouco o ritmo natural e minha respiração ficava um pouco mais ofegante. Eu pensava em quanto o rio era fundo e o quanto o horizonte parecia infinito naquele momento, comparava a grandeza da natureza, a imensidão da paisagem com o que éramos nós, nós nunca fomos rasos, nós nunca terminamos em poucos metros, eram quilômetros e quilômetros de tudo que sentimos e tudo que construímos e chamamos de nosso. O vento não deixava meu cabelo no lugar, ele sempre estava ali pra me acordar a cada pensamento que eu adiantava de quando nos veríamos. E o sol, ah, o sol, ele queimava a minha pele e ofuscava a minha visão, ele fazia questão de me incomodar a todo custo pra que eu reclamasse de ir te ver, mas isso não acontecia. Mal sabe o sol que em tudo que ele me incomoda não se compara à felicidade da tua presença, da tua pele, do calor e força do teu abraço. Tu és um verdadeiro milagre, o teu calor me aquece mais que em todo o tempo que me expus ao sol, e olha que ele me queimou! Tua pele macia me confortava, no momento em que eu te via éramos nós e mais ninguém. Nem sol, nem água, nem vento me distraiam de ti. Tu ainda és o amor da minha vida e sempre serás o amor da minha vida, eu digo isso pra todos que me perguntam, eu amo cada segundo que fomos nós e isso nunca morreu em mim. Não estamos mais juntos, não tem mais barco, nem sol, nem vento, nem o calor da tua pele, a vida nos faz tomar decisões, e elas as vezes são cruéis. A crueldade da natureza foi correr um rio entre nós, nos apertar nos nossos territórios, apertar nossos corações e a nossa saudade, a natureza venceu e deixou uma barreira entre nós, e nas nossas confusões os nós nos apertaram, até que não desse mais pra segurar o que nos ligava. Apesar disso, eu nunca deixei de sentir o teu cheiro, nunca esqueci da tua pele, eu nunca deixei de ter saudade, nem vontade de atravessar esse rio nadando. Acho que sempre vou te colocar em tudo, o amor sempre vai ter teu nome, e apesar de aceitar e entender que não fomos um erro nem falha, passamos, mas o amor sempre vai ter nome, e nome de Natália.
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Silêncio que se lê
PuisiO silêncio guarda nossos sentimentos mais profundos, o silêncio fala verdades, emite certezas e incertezas. O silêncio é único que entende a confusão, que no meio do breu, se expande sorrateiramente ocupando o espaço da tristeza. Existem momentos qu...