Conversa

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Queria apagar sentimentos, assim como apago as mensagens. Clichê, de lua, de momentos, mudo o pensamento a cada viagem. Hora amo, hora odeio, hora tenho sentimentos que nem eu mesma sei distinguir. Amo a presença, mas não posso dizer que a quero sempre. Amo a companhia, a palavra amiga, mas odeio a prepotência, a teimosia, o desleixo. Eu entendo não me querer sempre perto, eu entendo sempre esperar por alguém que possa ser melhor que eu, eu entendo tua eterna espera por alguém perfeito que virá e suprirá todas as tuas expectativas. Também entendo sua busca no passado por sentimentos fortes de histórias que não existem mais, esperança do futuro projetada no passado, típico dos inseguros e de todos nós, as pessoas normais. Já eu, estou no presente, consciente de tudo isso, sempre vi em ti o teu descompromisso e te reprovei, te neguei e te repudiei sempre que pude, infelizmente a tua sinceridade me diz mais que os teus erros. Tua imperfeição me atrai, porque assim em ti não posso criar expectivas de uma perfeição, apenas conheço teus erros, convivo com as tuas falhas e me confias sobre teu passado, sou tua amiga, confidente. Contas dos teus amores que eu conto dos meus, e no meio desses contos me vi protagonizando uma das histórias (já posso me ver rendendo best-sellers no gênero drama). Sempre controlei meus sentimentos, desenvolvi minhas emoções, desapeguei de todas as minhas paixões, me desprendi das minhas maiores dependências, simplesmente me dominei, não vai ser a tua selvageria que vai dominar a minha de uma hora pra outra. Enquanto esperas a tua companhia perfeita cheia de palavras certas (as que concordam contigo) ficamos apenas conversando sobre quem sonhamos pro futuro, numa conversa descabida de responsabilidade, apenas pra passar o tempo e principalmente passar vontade.

Silêncio que se lêOnde histórias criam vida. Descubra agora