Menina, criança.
Tão grande e adulta
Presa nas dores da infância.
Te olho e vejo magoa,
De moça não vejo nada.
Te ouço e tenho medo...
Tu ainda brincas com teus velhos brinquedos.
Não te critico.
Me entristeço
Pois da tua vida,
Vives nem um terço.
Sai menina
Debaixo da mesa
Escuta as tuas tias
Cresça!
No diário escreve os contos da vida...
As notas ruins,
Os brinquedos quebrados,
Os medos causados
Pelo escuro do armário,
insiste em guardar até o fim.
Acredite menina a culpa não é sua.
Nem tudo acontece por erro,
Nem tudo são porquês.
A vida é, simplesmente.
Não vais conseguir ser princesa pra sempre.
Tenta, trata, inventa.
Lembre,
O trauma mata
Se o medo vence.
Pensa,
Quem tem que morrer é o teu medo de viver.
Teu medo não te livra.
Não te acolhe, não te garante.
E se promete, não te prova.
Ela te engana, não deixa que avances.
Não tens a tua vida na palma das tuas mãos.
Não podes por si só guardar teu coração.
Vida não consiste em conduta,
Se a prática muda.
O teu Eu não deixa de
de ser...
Ser o ser de valor, antes sem valor,
Concedido por amor.
Vale, vale dar ouvidos,
Arriscar!
Deixar teus medos.
Mudar!
Sem delirar
Com o talvez do porvir
Com os constantes
"Talvez" e "não deve ser assim"
"Quem sabe se me esconder
Me cobrir com a toalha da mesa
Não deixar ninguém me ver
Nem sair, nem falar (quem dirá amar)
Possa me proteger?
Quem sabe?"
Sai moça,
Debaixo da mesa.
Escuta a tua razão.
Acredita na tua força!
Sai mulher,
Debaixo da mesa!
Escuta Quem te fez.
Acredita em quem és!
Vem que te dou um brinquedo melhor
Do que aquele que se quebrou.
Te dou a paz de viver a tua liberdade.
Sem esconderijos, sem medo, sem terror...
Convence teu medo
De que estás viva!
Pode ser o nosso segredo,
Sem diários,
Menina.
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Silêncio que se lê
PuisiO silêncio guarda nossos sentimentos mais profundos, o silêncio fala verdades, emite certezas e incertezas. O silêncio é único que entende a confusão, que no meio do breu, se expande sorrateiramente ocupando o espaço da tristeza. Existem momentos qu...