𝐴𝑙𝑚𝑜𝑠𝑡 ꪶꪮꪜꫀ ||MLB • AU|| ⚠️reescrevendo⚠️

24 • c o l é g i o •

Marinette não poderia se sentir mais acolhida e feliz. Adrien ajudava nas mais diversas atividades do dia, desde comer até se vestir (geralmente quando a enfermeira acabava não estando por perto), e passava quase todas as noites no quarto dela, assistindo um filme, uma série ou simplesmente observando ela dormir, sob efeitos dos remédios pra dor. Se sentia constrangida, claro, quando ele a ajudava a tirar a roupa, como se nunca tivesse ficado nua na sua frente. E, de fato, aquela nova garota que deixava florescer nunca havia ficado.

Estava decidida a deixar sua "eu vadia" para trás. Não ia fazer falta. Nunca preencheu realmente o vazio que sentia. Não como Adrien vinha preenchendo...

Se permitia uma segunda chance... se deixar ser cuidada com todo o carinho que ele poderia lhe dar. Estava mudando para se adequar à ele. Ser digna de morar no seu coração... deixava a doçura dos seus amargos dez anos voltar.

[...]

- Mas... Adrien! Eu acho que já estou boa o suficiente para ir à escola - ela fez bico. - A Alya tem quase todas as aulas comigo, e as que não tem, você está lá. - argumentou. - Eu adoro a tia Emy, e vê-la pintar, ou passar o dia com ela, mas eu não posso ficar mais de um mês sem ir às aulas!

Adrien sabia que ela estava certa. Mais um pouco e ela poderia perder o ano... podia somente assistir as aulas, e ficaria de olho nos horários do remédio. Suspirou e beijou sua testa.

- Eu não poderia te dizer não, sabendo que está certa. Mas quero estar com você. Mamãe vai pedir que acertem nossos horários juntos.

- A Alya...

- Ela é ótima, mas eu quero estar por perto e te ajudar... não me prive disso - ele acariciou seu rosto com delicadeza.

- Está bem - Marinette riu, revirando os olhos. - Mas nada de ficar fazendo tudo por mim, eu não gosto de me sentir inútil, sabe disso!

Adrien sorriu radiante.

- Claro que não, princesa - colocou a mão no peito. - Palavra de escoteiro. Desde que você me deixe te ajudar.

- Fechado - ela lhe beijou o rosto. - Poderia me atualizar o que foi passado nas aulas?

Os dois se sentaram na cama dela, depois que ele correu ate o seu quarto pra pegar suas anotações.

[...]

Quando Adrien bateu na porta de Marinette, antes de entrar, não imaginava que ia encontrá-la já devidamente pronta, vestindo uma blusa tomara que caia, com um moletom preto enfiada no braço esquerdo e somente posta sobre o ombro direito, calça de moletom (conjunto) solta, e por fim um tênis vans, os quais lutava com os cadarços.

- Deixa que eu te ajudo - ele sorriu, se ajoelhando para amarrá-los. - Está linda, bugboo.

Marinette sentiu as bochechas esquentarem. Mal se lembrava da última vez que sentiu algo parecido com alguém. Adrien fazia suas mãos suarem e seu estômago gelar... oh, Dieu...

- Obrigada, minou - sorriu o melhor que pôde, ajeitando o moletom sobre o gesso do braço. - Vamos? Eu nem vou levar material, não tenho como escrever, de qualquer forma...

- Eu passo as matérias pra você depois, como combinamos.

Ela assentiu.

O caminho até o colégio foi feito com algumas piadas ridículas do Agreste, mas que a mestiça adorava. Simplesmente porque Adrien era capaz de transformar aquelas piadas horríveis no ato mais fofo do mundo, tentando fazê-la sorrir a todo momento.

Marinette admitia que estava um pouco nervosa por voltar. Ela pensava diferente de três semanas antes, e não se sentia mais tão poderosa. Queria ver Alya e abraçar a amiga, assim como Nino e o resto da turma, mas a primeira pessoa que viu foi Lila Rossi...

- Então é verdade - a italiana sorriu maldosa. - Se jogou da escada em mais uma tentativa frustrada de chamar a atenção, Dupain-Cheng?

- Ao contrário de você, eu não preciso apelar a coisas drásticas para chamar a atenção, Rossi - Marinette rebateu, calmamente. Saber que Adrien estava logo atrás ajudava a manter o foco.

- Você não passa de uma vadia imunda, Dupain-Cheng - a morena disse, pingando veneno. - Ainda bem que seus pais morreram... eles teriam vergonha do lixo inútil que você é.

Lila saiu de perto, assim que viu Adrien finalmente desligar a ligação que estava com sua mãe. Ele notou o rosto abatido dela. Mesmo que não quisesse admitir, as palavras machucavam... principalmente depois de tudo o que ouviu.

- Princesa, tudo bem?

- Vamos pra aula.

[...]

Apesar do encontro desastroso com Lila, reencontrar os amigos em um ambiente que não fosse o hospital, ou no jardim dos Agreste, foi fantástico. Alya, como sempre, fazia quantas perguntas pudesse, mesmo sob o olhar reprovador de Adrien, Chloé e Nino. No momento, todos estavam reunidos em uma mesa do refeitório.

- Então, foi isso - ela terminou de contar a ela o motivo de ter rolado escada abaixo, enquanto Adrien acariciava sua mão esquerda. - Bridgette queria que eu voltasse, mas... eu não estou preparada pra voltar.

- E está absolutamente certa! - Chloé afirmou. - Ela sabia durante todos esses anos sobre o parentesco que tinham. Ela escolheu ser horrível com você!

- A abelha rainha tem razão - Nathanaël disse, pegando uma batata frita pra comer.

- Sem contar seu acidente! Você poderia ter morrido, ou quebrado a coluna! - Nino acrescentou.

- E também o be... - Alya ia dizendo, mas Adrien lhe lançou um olhar penetrante. -... o braço quebrado e as costelas! - ela emendou rapidamente. - Você ainda está usando o colete, né?

Marinette não pareceu perceber o deslize da amiga, mas todos olharam para Adrien.

[...]

- Como assim você ainda não contou? - Alya perguntou, indignada para o Agreste, depois de o ter puxado para um canto afastado.

- Alya, você não viu o quanto essa situação toda mexe com ela? - ele a olhou de igual pra igual. - Ela finge que não pensa mais em tudo o que Bridgette disse, e ainda assim a ouço chorar baixinho na banheira. Eu não quero que ela sofra mais... dói muito, sabia?

- Adrien, eu realmente te entendo, mas ela perdeu um bebê! Uma vida! Tem todo o direito de saber a verdade! Melhor saber agora, por você, do que descobrir mais tarde e se sentir traída. Se você não contar, eu conto!

Adrien suspirou e concordou.

Só não perceberam que alguém havia ouvido toda a conversa, e sorria com mais aquela oportunidade.